sexta-feira, 29 de novembro de 2013

NINGUEM É PERFEITO, MAS PODE-SE MELHORAR!

II CRÓNICAS 14.1-8
Guerra ou Paz? Você é quem faz!
Asa em "Promptuarii Iconum Insigniorum"
http://pt.wikipedia.org/wiki/Asa_(rei_de_Jud%C3%A1)
Será que é assim mesmo na vida? Pode ser. No reinado de Asa, as duas coisas aconteceram. O povo viveu um bom período de paz e depois viveu um período conturbado, com ameaças e rumores de guerras. Nas duas situações, a atuação do rei tinha sempre muita relevância e poderia resultar em guerra ou paz. Essas duas palavras saltam aos olhos no reinado de Asa. Dois profetas do Senhor trazem duas realidades ao rei. Um, Azarias, traz uma palavra de estímulo, promovendo a paz, e o outro, Hanani, traz uma repreensão severa, pois o rei estava começando a promover a guerra.
Asa foi bom rei e muito querido pelo povo, contudo, teve lá os seus deslizes. Aprenda­mos com o reinado deste bisneto do rei Salomão.

AMBIENTE HISTORICO
Asa foi o terceiro rei de Judá após a divisão entre reino do norte e reino do sul. Seu pai, Abias, reinou apenas por três anos em Jerusalém. Ele não aboliu o culto ao Senhor no templo, mas permitiu a abundante adoração a divindades estrangeiras. Asa assume o trono num ambiente de intensa idolatria. Reinou durante quarenta e um anos. Em seu reinado destacam-se as condições pacíficas em que viveu o povo pelo menos durante os primeiros dez anos de governo.
Após alguns anos de paz, Asa enfrenta seu primeiro confronto, derrotando o poderoso exército de Zerá. Estimulado pelo profeta Azarias após esta brilhante vitória, Asa põe corajosamente em execução a sua reforma, por todo o reino, destruindo ídolos de vários lugares, levando o povo a um compromisso de servir a Deus de todo o coração. Com o apoio popular, Asa destituiu a Maaca, a rainha-mãe e destruiu a imagem de Aserá, “deusa da fertilidade”, adorada naqueles tempos, construída sob as ordens da rainha.
As reformas de Asa agradaram a todo o povo. Até mesmo alguns de Israel vieram para Jerusalém ao verem que o “Senhor Deus era com ele” (II Cr 15.9). No seu longo reinado enfrentou duas guerras. Em uma derrotou completamente o inimigo porque confiara no Senhor (II Cr 14.11) e noutra cometeu um deslize ao fazer uma aliança com Ben-Hadade, rei da Síria, para enfrentar Baasa, rei de Israel (II Cr 16.2-3). Por esta aliança foi repreen­dido pelo profeta Hanani, “porém Asa se indignou contra o vidente, e o lançou no cárcere, no tronco… e na mesma ocasião oprimiu a alguns do povo” (II Cr 16.10).
É interessante notar que nos governos atuais ainda perdura a política de alianças inconvenientes para atingir os objetivos do poder. Os governos e as pessoas na sua maioria não querem saber de aliança com o Senhor.
A reflexão sobre o reinado de Asa certamente nos dá luz sobre as nossas vidas. Nesta reflexão destacamos alguns ensinamentos, como segue:

1. DESTRUINDO O MAL – CONSTRUINDO O BEM
Os dias iniciais de Asa foram de muita paz. Esta paz foi fruto da própria ação do rei e seu povo. Os primeiros registros das atividades de Asa falam do combate ao mal: “Aboliu os alta­res… quebrou as colunas… cortou os postes-ídolos” (II Cr 14.3). Enfrentou com um exército minoritário um exército de um milhão de homens, onde ficou conhecida a sua total dependência de Deus ao fazer uma oração: “Senhor, além de ti não há quem possa socorrer numa batalha entre o poderoso e o fraco; ajuda-nos, pois, Senhor nosso Deus, porque em ti confiamos, e no teu nome vamos contra esta multidão. Senhor, tu és nosso Deus, não prevaleça contra ti o homem” (II Cr 14.11). Ele não poupou esforços para aniquilar o mal no reino de Judá.
Contudo, num bom governo não basta o combate ostensivo às circunstâncias malignas; é preciso construir o bem. Este é o verdadeiro objetivo da política: “Asa fez o que era bom e reto perante o Senhor (II Cr 14.2); deu ordens ao povo para que buscasse o Senhor Deus e observasse a Lei; edificou cidades fortificadas e houve paz no seu reinado (II Cr 14.5-7). Na construção do bem, o Senhor mandou o profeta Azarias, estimulando-o a implantar uma reforma religiosa, uma autêntica busca ao Senhor Deus (II Cr 15.1-7). O Senhor Deus é o verdadeiro construtor de todo o bem: “Onde há dependência de Deus haverá vitória sobre os inimigos”, diz S.B. McNair (em “A Bíblia Explicada”). O rei tirou as abominações que estavam impedindo a autêntica adoração. Que abominações temos tirado das nossas vidas? Temos combatido o mal e construído o bem? O que precisa ser mudado?
Asa nos dá o exemplo de que é possível destruir o mal, porém, mais do que isso, construir o bem.

2. PASSADO ESQUECIDO – PRESENTE TRÁGICO
“No trigésimo sexto ano do reinado de Asa subiu Baasa, rei de Israel, contra Judá”, agredindo assim a paz alcançada por Asa. A atitude do rei não foi mais a mesma de quando enfrentou os etíopes. Agora ele não ora ao Senhor pedindo auxílio. Ele faz uma aliança com Ben-Hadade, rei da Síria, enviando-lhe presentes tirados da casa do Senhor, tentando con­seguir o apoio do mesmo, o que consegue, e Baasa deixa de ser uma ameaça. Naquele tempo, Asa foi veementemente repreendido pelo Profeta Hanani: “Porquanto confiaste no rei da Síria, e não confiaste no Senhor teu Deus, o exército do rei da Síria escapou da tua mão”. Hanani lembra ao rei o passado esquecido: “Acaso não foram os etíopes e os líbios grande exército, com muitíssimos carros e cavaleiros? Porém tendo tu confiado no Senhor, ele os entregou nas tuas mãos” (II Cr 16.7-8). O passado nunca pode ser desprezado. Asa cometeu o mesmo erro do povo de Israel quando estava sob a liderança de Moisés. Não obstante as maravilhas operadas pela mão do Senhor, o povo esquecia facilmente e murmu­rava contra o Senhor (Ex 16.2-4). Sempre que se esquece as experiências do passado, o presente corre o risco de ser trágico. Foi assim com Asa e será com todos que não aprendem com a história. Todo governo deve olhar para o passado e aprender com ele, evitando erros no presente e no futuro. Quem não dá valor ao seu passado, poderá comprometer completa­mente a sua vida. Asa conquistou a vitória, mas perdeu muito na dignidade e no testemu­nho. Já se tornou corrente dizer que o povo brasileiro não tem memória. Esquece facilmente o seu passado. Precisamos nos convencer de que, o povo que ignora o seu passado, certa­mente repetirá muitos erros.

3. RECURSOS HUMANOS – RECURSOS DIVINOS
Ao final de seu reinado, Asa foi acometido de uma doença muito grave nos pés. Entre­tanto, “na sua enfermidade não recorreu ao Senhor, mas confiou nos médicos”(II Cr 16.12). Desprezou por completo Aquele que o livrara de Zerá com um grande milagre.
Os Evangelhos registram a história de uma mulher enferma que gastou com os médicos tudo o que possuía, mas não desprezou a ajuda do Senhor Jesus Cristo, e com apenas um toque de fé foi curada (Lc 8.43-48). A vida cristã nos ensina que deve haver um perfeito equilíbrio entre os recursos humanos e os recursos divinos e que nunca devemos desprezar um em detrimento do outro. Os médicos são importantíssimos quando se trata de uma enfermidade, seja ela qual for. Mas, também não devemos esquecer aquele que é o Médico dos médicos. Infelizmente, também hoje há aqueles que desprezam completamente os re­cursos da medicina dizendo que o cristão não precisa de médico algum. Isto não é verdade! A cura de Deus não anula aquilo que a medicina pode fazer, até porque a medicina é um instrumento de Deus para a nossa saúde. Não condenamos Asa por ter buscado os recursos médicos; o seu erro foi ter feito isto abandonando os recursos do Senhor. Acabou morrendo. O equilíbrio é uma grande virtude do Cristianismo, principalmente em se tratando de re­cursos humanos e divinos.
DISCUSSÃO
1. Como encontrar equilíbrio entre recursos humanos e recursos divinos?
2. Em que aspecto o nosso passado pode auxiliar o nosso presente?
3. Qual a maneira correta de se combater o erro?

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

TUDO BEM, QUANDO TUDO ESTÁ MAL


“Assim ela partiu para encontrar-se com o homem de Deus no monte Carmelo. Quando ele a viu à distância, disse a seu servo Geazi: “Olha! É a sunamita! Corre ao encontro dela e pergunta: ‘Está tudo bem? Tudo bem com teu marido? E com teu filho? ’ ” Ela respondeu a Geazi: “Está tudo bem” 2 Reis 4:25-26

É muito comum hoje em dia, e isso se tornou um jargão social, de perguntarmos sempre que encontramos um conhecido, amigo, parente, ou colega, como estás? Você está bem? Como passas? Ou está tudo bem contigo? Ou como diz um apresentador de televisão: Olá, tudo bem?

Na maioria das vezes não há interesse do interlocutor em saber o real estado do seu interrogado. São perguntas vazias que se tornaram uma conduta social, mesmo porque, se a resposta for carregada de necessidade, vai implicar no outro o dever de ajudar, e isso, quase ninguém quer. Muitos querem cuidar das suas próprias vidas, e pouco se interessam pelos problemas dos outros.

Conheci um caso que um irmão disse ao outro: “- meu irmão, preciso que me ajudes na compra da passagem para ir ao conselho da igreja”. O outro com cara compadecida, disse: “ Tu já sabes que nada faço sem consultar a Deus”. No domingo seguinte, o irmão perguntou ao irmão que ficou de orar a Deus. “- Então, meu irmão o que foi que Deus te respondeu?” Ele disse: “- o céu está cerrado, não ouvi nada, nada”. E riu-se.

A questão é: como lidar com os muitos problemas e dificuldades que nos ocorrem? Com quem devo partilhar os meus problemas? A quem pedir ajuda? Quem deve ser o meu conselheiro ou ajudador? Ou devo deixar as dificuldades consumirem-me levando-me à morte por não confiar em ninguém.

A mulher de Suném (Sunamita) estava com um grande problema para ser resolvido e precisava de ajuda, precisava de um milagre, o seu filho tinha morrido e ela acreditava no milagre da ressurreição.

Creio que esse é o caminho para recebermos o milagre de Deus na nossas vidas, é acreditarmos em milagre e buscarmos aquele que pode operar o milagre.

 SINCERIDADE E TRANSPARÊNCIA

 O coração é terra que poucos conhecem. De fato, é muito fácil esconder um problema, uma dor, uma angústia, um medo, uma perda, é muito fácil dissimular para que outros não percebam; às vezes só os mais íntimos sabem que alguma coisa não está bem com a pessoa amada.

Quando se esconde uma dor ou uma luta no íntimo da alma e não se compartilha com ninguém, isso pode significar um coração endurecido, orgulhoso, temeroso, egocêntrico, desconfiado, incrédulo, inseguro.

Para que passemos incólumes sobre as muitas dificuldades que nos assaltam é necessário ser sincero, ser transparente. Identificar o problema e a sua causa, este é um bom princípio para a restauração e cura.

Sinceridade e verdade é uma exigência para os cristãos: “Por isso, celebremos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da perversidade, mas com os pães sem fermento da sinceridade e da verdade.” 1 Coríntios 5:8

Identificar o problema e pedir ajuda. “Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação da sua face. Ó meu Deus, dentro de mim a minha alma está abatida; por isso lembro-me de Ti desde a terra do Jordão, e desde os hermonitas, desde o pequeno monte.” Salmos 42:5-6

Clamar por socorro é o segredo da vitória. “Pois estou aflito e necessitado, e o meu coração está ferido dentro de mim.” Salmos 109:22 “Atende ao meu clamor; porque estou muito abatido. Livra-me dos meus perseguidores; porque são mais fortes do que eu. Tira a minha alma da prisão, para que louve o teu nome; os justos me rodearão, pois me fizeste bem.” Salmo 142:6,7

“ Ouve o meu clamor, ó Deus; atenta para a minha oração. Desde os confins da terra eu clamo a ti, com o coração abatido; põe-me à salvo na rocha mais alta do que eu.” Salmos 61:1-2

 CONFISSÃO E CONSELHEIRO

 A confissão daquilo que está corroendo o nosso interior, traz a própria sobrevivência de toda uma vida, talvez seja a única forma de promover a salvação do nosso coração. Como bem expressou o salmista, enquanto ele ficava calado, a sua alma definhava, morria a cada dia. “Como é feliz aquele que tem as suas transgressões perdoadas e os seus pecados apagados! Como é feliz aquele a quem o Senhor não atribui culpa e em quem não há hipocrisia! Enquanto escondi os meus pecados, o meu corpo definhava de tanto gemer. Pois de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; minha força foi se esgotando como em tempo de seca. Então reconheci diante de ti o meu pecado e não encobri as minhas culpas. Eu disse: “Confessarei as minhas transgressões ao Senhor”, e tu perdoaste a culpa do meu pecado.” Salmo 32:1-5

Confessar a dor e pecado produz liberdade, perdão e cura. “Tem misericórdia de mim, ó Deus, por teu amor; por tua grande compaixão apaga as minhas transgressões. Lava-me de toda a minha culpa e purifica-me do meu pecado. Pois eu mesmo reconheço as minhas transgressões, e o meu pecado sempre me persegue. Contra ti, só contra ti, pequei e fiz o que tu reprovas, de modo que justa é a tua sentença e tens razão em condenar-me.” Salmo 51:1-4

Confessar e deixar alcança misericórdia. ” Quem esconde os seus pecados não prospera, mas quem os confessa e os abandona encontra misericórdia.” Provérbios 28:13

 A quem procurar quando tiver alguma demanda ou necessidade?

 Se for uma ofensa contra outrem, procurar o ofendido para a reconciliação e perdão. “Se o seu irmão pecar contra você, vá e, a sós com ele, mostre-lhe o erro. Se ele o ouvir, você ganhou seu irmão. Mas se ele não o ouvir, leve consigo mais um ou dois outros, de modo que ‘qualquer acusação seja confirmada pelo depoimento de duas ou três testemunhas’. Se ele se recusar a ouvi-los, conte à igreja; e se ele se recusar a ouvir também a igreja, trate-o como pagão ou publicano.” Mateus 18:15-17

Se for um pecado, busque um bom conselheiro e confesse, e peça ajuda. “ Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz.” Tiago 5:16

Se for um conselho, uma direção a tomar, um pedido a fazer, procure um bom conselheiro. “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca todos esperam a instrução na lei, porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Malaquias 2:7

Sobretudo Deus é o melhor conselheiro e o melhor confessor a quem devemos em primeiro lugar buscar ajuda, derramando perante ele nossas lamentações, fraquezas e pecados. “Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os seus ombros. E ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz.” Isaías 9:6

Uma coisa que nunca devemos esquecer: Deus é misericordioso, conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó. “Como um pai tem compaixão de seus filhos, assim o Senhor tem compaixão dos que o temem; pois ele sabe do que somos formados; lembra-se de que somos pó.” Salmos 103:13-14

A Sunamita sabia que  a ajuda não vinha de Geasi, de fato, foi uma boa escolha, pois a dupla unção estava com Eliseu, o profeta que era cheio do Espírito Santo, as nossas escolhas determina o nosso sucesso.

O nosso coração deve estar aberto para aqueles que de fato podem ajudar verdadeiramente a trazer vida aonde há morte, ressuscitar a esperança, e projetos falidos, produzir alegria do reencontro.

Para que seja restituído das perdas da vida, despreze os conselhos e ajuda dos Geasis, busca ajuda onde há unção, onde produza milagres.

Diga a Deus como a Sunamita falou a Eliseu: “Mas a mãe do menino disse: “Juro pelo nome do Senhor e por tua vida que, se ficares, não irei”. Então ele foi com ela.” 2 Reis 4:30.

Em outras palavras, a sunamita quis dizer: “Em você está o milagre, e eu não te vou largar, tu tens a bênção para minha vida, a ressurreição para o meu filho, a salvação da minha casa. A alegria para a minha vida está no milagre que vem de ti, tu és o profeta de Deus para a minha vida!”


Seja qual for a luta que você passe, não deixe que ela te consuma, te mate, e nunca diga: Tudo bem, quando tudo está mal, busque ajuda em Deus, que te dará a vitória, e o milagre à sua vida e família.

domingo, 17 de novembro de 2013

A Importância da Oração

• Todos nós, como seres humanos, temos direitos e deveres. Quase sempre, há a tendência de reivindicarmos os nossos direitos sem uma disposição correspondente para o cumprimento dos nossos deveres. Daí as dificuldades que as pessoas enfrentam tanto na vida pessoal quanto nas relações com a sociedade.

• Na vida cristã a ênfase recai no cumprimento dos deveres. Dentre os deveres da vida cristã, a oração é o mais importante (Lucas 18.1), porque direciona a nossa vida nos caminhos de Deus. A felicidade e a sabedoria consistem em tornar prazeroso o cumprimento do dever! Exemplo: a alimentação é um dever. Mas quando nos alimentamos só pelo prazer, podemos arruinar nossa saúde e nossa vida. No entanto, quando tomamos consciência da nossa responsabilidade na preservação e/ou recuperação da saúde, podemos educar o nosso paladar para sentirmos prazer numa alimentação saudável! O cumprimento do dever torna-se prazeroso!

• Orar nem sempre é gratificante para a natureza humana, para a carne. Há coisas que nos dão mais prazer do que orar. Mas a oração é um dever. O não cumprimento desse dever causa danos irreparáveis na vida cristã. A pergunta é esta: Como tornar prazeroso o cumprimento do dever da oração? Cremos que a prática da oração se torna prazerosa quando temos consciência da sua importância. A ORAÇÃO É IMPORTANTE PORQUE ELA SE FUNDAMENTA NA NOSSA COMUNHÃO COM O DEUS TRINO.

1º – A ORAÇÃO SE FUNDAMENTA NO AMOR DO PAI
1. O Pai nos recebe na sala do trono (Hebreus 10.19-22). Seria uma honra para qualquer brasileiro ser recebido em audiência pelo Presidente da República. No entanto, o cristão mais humilde pode chegar à presença do Rei dos reis e do Senhor dos senhores pela mediação de Jesus para (a) agradecer, (b) confessar os pecados, (c) adorar, (d) suplicar e (e) interceder. Quando tudo o que nos preocupa é colocado diante de Deus em oração (Filipenses 4.6), a nossa mente e o nosso coração são guardados e protegidos pela paz de Deus que excede toda a compreensão humana (Filipenses 4.7).

2. O Pai dá boas coisas aos seus filhos (Mateus 7.7-11). As boas coisas que Deus nos dá podem às vezes contrariar o nosso egoísmo, mas podemos ter certeza de que ele dá sempre o melhor para os seus filhos! Os pais humanos podem falhar, mas o Pai celestial jamais falha!

3. O Pai quer que os seus filhos experimentem a sua vontade que é boa, perfeita e agradável (Romanos 12.1-2; 1 João 5.14-15). A oração deve ser feita em harmonia com essa vontade de Deus porque o nosso Pai é soberano e sabe o que é melhor para nós e quando deve responder nossas orações. A fé nos sustenta na fase da espera (Lucas 18.8) e quando perseveramos podemos dar testemunho (Salmo 40.1-3).

2º – A ORAÇÃO FUNDAMENTA-SE NA GRAÇA DO FILHO 
1. Deus vem a nós através do Filho (João 1.14). A religião é o esforço feito pelo homem para chegar até Deus; mas a graça é Deus vindo até nós através do seu Filho (Apocalipse 3.20). É Jesus quem diz: “Eis que estou à porta e bato”. Em Jesus, Deus vem ao nosso encontro. Isto é pura graça! Para que possamos orar, é necessário abrir o coração e receber Jesus. Oramos quando temos comunhão íntima com o Pai através do Filho. Orar é conversar com o Deus que habita em nós.

2. Jesus é o nosso mediador (1 Timóteo 2.5). Só através dele podemos chegar ao Pai (João 14.6). Portanto, chegamos ao Pai em nome de Jesus (João 14.13-14; 15.16.23-23). Ele abriu esse caminho de acesso ao Pai através do sacrifício da cruz (Hebreus 1.19-20; 2 Coríntios 5.18-19, 21). Ele se coloca entre o Deus justo e o homem pecador e intercede com base no que ele fez por nós (Hebreus 7.25; 1João 2.1). Em João 1.14 está escrito que Ele é cheio de GRAÇA e VERDADE! A graça e a verdade precisam se encontrar (Salmo 85.10) para sermos salvos e termos uma vida de oração (1 João 1.8-9).

3. Em Cristo somos filhos e temos direito de pedir (João 1.12; Romanos 8.16-17). Esse direito é nosso pela graça. Não são nossos méritos que nos dão ousadia para entrar no santo dos santos, mas a graça de Jesus. Portanto, a base da oração é a fé em Jesus e a confiança plena no seu sacrifício por nós. Em nome de Jesus, podemos chegar ao Pai mesmo quando não estamos nos sentindo bem.

3º – A ORAÇÃO FUNDAMENTA-SE NA COMUNHÃO DO ESPÍRITO
1. A comunhão do Espírito envolve a nossa comunhão com o Pai e com o Filho na unidade do Espírito Santo (1 João 1.3; Efésios 4.3). Deus é o nosso Pai e o seu povo é a nossa família. Não é possível comunhão com Deus sem comunhão com os irmãos nem comunhão com os irmãos sem comunhão com Deus (1 João 4.20). Mesmo quando oramos sozinhos, dirigimo-nos a Deus como o Pai-nosso e todas as petições são feitas no plural (Mateus 6.9-15)

2. A comunhão com os irmãos é essencial: a) na oração individual (Mateus 5.23-24). Quando há ofensa, as orações não são ouvidas nem respondidas (1 Pedro 3.7); b) na oração comunitária (Mateus 18.15-20).

3. O auxílio do Espírito Santo. A oração é algo tão sublime que está além da nossa capacidade. Por isso, dependemos ao auxílio do Espírito Santo em nossas fraquezas (Romanos 8.26-27). Todos podemos cumprir o dever da oração com o auxílio do Espírito Santo.

Conclusão
Nesta mensagem aprendemos que a oração cristã, de acordo com a Palavra de Deus, é feita ao Pai, em nome de Jesus e com o auxílio do Espírito Santo. Ela está fundamentada no Deus trino: Pai, Filho e Espírito Santo!
Podemos orar diretamente a Jesus e ao Espírito Santo? Sim, em circunstâncias especiais, quando conversamos com Jesus e com o Espírito Santo (Atos 7.59; Apocalipse 22.17). Devemos orar com atenção para não acontecer de invocarmos a Jesus, continuar falando com o Pai e terminando em nome de Jesus.

O essencial é que a oração e a Palavra é o meio de comunicação com Deus. Feita de acordo com a orientação bíblica ela glorifica o Pai, nos edifica, e manifesta no mundo o poder de Deus! Quando oramos de acordo com a Palavra, Deus faz justiça, ele salva, ele age!

terça-feira, 12 de novembro de 2013

A Importância da Confissão

Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos. (Tiago 5:16)

O pecado do rei Davi teve um alto preço.
Um homem pagou com a vida, e Davi pagou com a saúde e o respeito próprio.
Davi tentou esconder e depois remendar a situação da melhor maneira que pôde:
Casou-se com a mulher que engravidara, dando-lhe e ao bebé um lar no palácio.
Entretanto, algo ainda estava errado. Somente após o confronto do profeta Natã foi que Davi tomou consciência da verdade.
O que faria com ela? Poderia continuar no pecado, chamando a Natã mentiroso, negando tudo, ou poderia interromper o caminho de pecado admitindo tudo.
Davi reconheceu de imediato a sua culpa, não procurou justificar o seu comportamento, não minimizou a sua gravidade, não endureceu o seu coração, nem culpou outros além de si. Davi disse quando foi confrontado:
(II Samuel 12:13) - Então disse Davi a Natã: Pequei contra o SENHOR. E disse Natã a Davi: Também o SENHOR perdoou o teu pecado; não morrerás.

No momento em que Davi percebeu a dimensão da malignidade do seu pecado e percebeu a gravidade, Davi também viu a sua necessidade da misericórdia e do perdão de Deus e por isso escreveu o Salmo 51.
A palavra Confessar transmite a ideia de algo “descoberto”, mas tem muitas pessoas que preferem deixar porções da sua vida apanhar mofo e apodrecer em vez de abrir uma janela para a luz do mundo exterior e correr o risco que outros vejam seu lado obscuro.
Ao quebrar o silêncio e dizer a verdade sobre nós mesmos para outra pessoa, saímos das trevas para luz.
O sigilo, quando aplicado ao pecado, traz enfermidade á nossa vida.

A confissão é o método de cura de Deus
POR ISSO A CURA É IMPOSSÍVEL ANTES DE ESTARMOS DISPOSTOS A CONFESSAR.
Deus deseja franqueza e sensibilidade entre o seu povo porque quer um povo saudável.
Em 1551 o Conselho de Trento declarou:
Quando o fiel a Cristo se dispõe a confessar todos os pecados dos quais se lembra, coloca-os sem dúvida diante da misericórdia divina para receber perdão.
Aqueles, porém, que se recusam a fazer isso e conscientemente retém alguns pecados, não coloca nada diante da bondade divina para remissão:
“Pois se o enfermo está envergonhado demais para mostrar sua ferida ao médico, a medicina não pode curar o que não conhece”.

O QUE É CONFISSÃO?
A palavra grega traduzida como confessar no Novo Testamento é homologeo, que significa “falar a mesma coisa” (homos, mesmo; lego, falar). Dizer a mesma coisa que Deus significa concordar com Ele sobre o que Ele diz que é certo ou errado.
Portanto, quando confessamos o pecado, estamos concordando com Deus quanto ao que está errado conosco.
Quando concordamos com Deus, podemos personalizar a nossa confissão e reconhecer as áreas da nossa vida que não estão de acordo com Ele.

A confissão tem dois aspectos:
Falar a verdade sobre nós mesmos e.
Falar a verdade sobre Deus.
Por exemplo: se confessarmos o pecado da cobiça, podemos também confessar a promessa de Deus.
(Filipenses 4:19) - O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.

Por que devemos Confessar a Deus?
Porque Deus exige a confissão como requisito para salvação.
Ninguém pode receber o perdão de Deus sem concordar com ele sobre duas coisas:
O estado de pecado do ser humano
A justiça divina
(I João 1:9) - Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.
(Romanos 10:9) - A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.
(Romanos 10:10) - Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação.
(Romanos 10:11) - Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido.
Deus exige a confissão como um meio para obter intimidade.
Ninguém pode aproximar-se de outro ser humano escondendo-lhe segredos. Da mesma maneira, ninguém pode aproximar- se de Deus, tentando esconder o que quer que seja dele.

PARA DEUS A NOSSA CONFISSÃO NÃO ACRESCENTA NADA.
Ele já conhece os nossos pensamentos, por isso não descobre nada de novo quando ouve a nossa confissão.
No entanto, Ele é beneficiado indiretamente porque a confissão nos beneficia – ou seja, seu Corpo, que somos nós sua Igreja.
A confissão reforça a nossa honestidade, nosso entendimento da gravidade do pecado, torna-nos mais compreensivos para com outros, faz-nos prestar contas a outras pessoas e constrói a unidade na igreja.

Porque devemos confessar a outros nossos pecados?
Às vezes as pessoas convencem-se que a confissão a outro ser humano é desnecessária.
Já admitiram o pecado a Deus e acreditam que é o bastante.
Vejo que esse tipo de raciocínio ignora a instrução clara que Tiago nos deu na sua carta.
(Tiago 5:16) - Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.
O ato de falar a verdade uns aos outros - identificar as crenças - encontrar palavras para descrevê-las e confiá-las a outra pessoa – gera responsabilidade e unidade.
Atrai as pessoas e capacita o Corpo de Cristo a agir de modo justo.
A confissão só traz benefício.
A confissão torna o pecado mais real para nós.

Porque confessar a outros se eu já confessei a Deus?
A confissão mostra aos outros como orar por nós.
Para que uma pessoa possa orar de forma eficaz as pessoas precisam conhecer as nossas necessidades espirituais e emocionais, bem como as nossas necessidades físicas.
A confissão mostra aos outros como nos podem animar e fortalecer.
Deus deseja que sejamos encorajados por outros.
Os outros podem ver em nós o bem que não conseguimos ver.
Amigos amorosos podem dirigir-nos palavras de esperança e fé, confiança e graça.

A confissão mostra aos outros como nos aconselhar.
Com a confissão é possível que outro cristão conheça princípios bíblicos que podem ser transformados em soluções para nossos problemas.
(Provérbios 11:14) - Não havendo sábios conselhos, o povo cai, mas na multidão de conselhos há segurança.

Por que então não confessamos a outros nossos pecados se isto só nos trás beneficio?
1.      Medo de perder a boa reputação.
2.      O medo de sermos expostos publicamente pode manter-nos acordados a noite com pensamentos aterrorizantes.
3.      Revelar nossas falhas, ainda que seja para uma única pessoa, e admitir que ficamos aquém da perfeição pode resultar em rejeição.
Ainda é melhor ser “exposto” e até ter a reputação danificada do que permitir que segredos venenosos contaminem o nosso relacionamento com Deus e com outras pessoas.
Quando estivermos convencidos de que Deus é quem Ele diz ser – perdoador, protetor, poderoso para livrar e pronto para restaurar, o medo diminuirá porque confiaremos que Ele responderá de acordo com o caráter d´Ele.
4.      O medo de perder nosso pecado favorito.

A confissão exige renúncia de hábitos prejudiciais.
O pecado é incompatível com a renovação espiritual, e aqueles que buscam a Deus devem deixar para trás tudo o que desqualifica ou trabalha contra o propósito divino em nossa vida.
Hábitos e relacionamentos que não promovem o nosso crescimento espiritual atrapalham.
Quando confessamos atitudes, comportamentos ou relacionamentos pecaminosos, também devemos dar passo para os abandonar.
5.      Medo de perder a segurança.
Quando a nossa segurança emocional ou financeira está vinculada a algo pecaminoso, naturalmente tememos a confissão.
Ela trará mudanças, e a mudança mais imediata pode não ser muito agradável. É neste ponto que entra a fé.
Se concordarmos com Deus sobre o que Ele diz que é bom, podemos confiar que o resultado supremo da obediência também será bom.
Manter os pecados em segredo traz consequências desastrosas.
Enquanto o rei Davi manteve o seu pecado com Bate-Seba em segredo, sofreu fisicamente. Veja a sua confissão:
(Salmos 32:3) - Quando eu guardei silêncio, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia.
(Salmos 32:4) - Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio.
Nós não podemos conviver com a culpa.
a)      Esta realidade é algo tão importante que a Igreja Católica inventou o confessionário e Freud criou o divã.
b)      A não confissão do pecado nos faz adoecer...
·         A parte física (consumiram-se os meus ossos).
·         Emocional (meu bramido durante todo o dia)
·         E espiritualmente (tua mão pesava sobre mim), tirando-nos a razão de viver.
(o meu humor se tornou em sequidão de estio — humor é disposição para viver; sequidão de estio é ser como um pingo d’água no asfalto quente; não há como encontrar alegria, razão de ser, etc.)

Mesmo sofrendo fisicamente com esta terrível doença, Davi só confessou quando não teve outra opção.
Somente depois que o profeta Natã o confrontou, então Davi disse: “Pequei contra o Senhor” Depois Davi de forma maravilhosa mostra a beleza da sua confissão:
(Salmos 32:5) - Confessei-te o meu pecado, e a minha maldade não encobri. Dizia eu: Confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado.
Muitas vezes a confrontação precede a confissão.
A quem devo confessar os meus pecados?
Você deve encontrar um confidente digno. Vejamos algumas dicas:
·         Procure uma pessoa Humilde:
·         Procure alguém que não tente impressionar os outros, um indivíduo que deseja ser visto como importante, ele pode ser tentado a divulgar a sua informação pessoal para ganhar prestigio.
·         Procure uma pessoa que terá Interesse em ajudá-lo.
Se alguém compete com você, ou falou mal de você a outros, evite torná-lo seu confidente, essa pessoa terá pouco interesse em ajudá-lo de fato.
·         Procure uma pessoa Honesta.
Fique longe de qualquer um que possa ter um motivo oculto. Se alguém tem algo que ganhar sendo seu amigo, cuide-se, não confesse a alguém que possa usar a informação em beneficio próprio. Confiar numa pessoa assim seria colocar tentação desnecessária no caminho dela.
·         Procure uma pessoa que seja forte emocionalmente.
Será uma tentação escolher uma pessoa fraca como confidente, porque assim você se sentirá mal com a sua própria situação.
·         Evite qualquer um a quem possa manipular para que fique com pena de você.
·         Procure uma pessoa que esteja Disponível.
A pessoa em que você confia não pode ser tão atarefada que não possa ser encontrada, deve morar perto ou na mesma cidade e a vida de vocês deve ter algum ponto comum (igreja, trabalho, escola, ou vizinhança).
Finalmente, é Deus quem nos livra das nossas dificuldades, embora use outras pessoas é ELE, em última análise, que merece toda confiança.
·         Confissão é falar a verdade para alguém sobre o que fizemos de errado.
·         Confissão é Concordar com Deus sobre o que Ele diz que é certo e justo, e concordar com Ele quando Ele diz que é errado.
·         Confissão é contar a verdade sobre o que os outros fizeram contra nós sem negar, evitar ou minimizar.
Não devemos guardar segredo para com Deus mesmo Ele sabendo, isto será uma afronta contra Ele. Porque Deus é Omnisciente e Omnipresente.
Que a graça de Jesus e a misericórdia do Pai o abençoe na unção do Espírito Santo
José Carlos Costa, pastor

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Higiene Mental ou Domínio Próprio

(Provérbios 25:28) - Como a cidade derrubada, sem muro, assim é o homem que não pode conter o seu espírito.

Introdução:
Nos tempos antigos o muro de uma cidade era a sua maior defesa. Sem muro a cidade estava à disposição dos seus inimigos.

Mais ou menos isso acontece hoje nas grandes cidades – as casas estão cercadas por grades – nos sentimos seguros por causa das grades e trancas.

O autocontrolo ou o domínio próprio é o muro de defesa que se opõe aos desejos pecaminosos que fazem guerra contra a nossa alma. Sem autocontrolo a pessoa torna-se presa fácil para qualquer espécie de invasor.

Uma boa definição para domínio próprio pode ser: o governo dos próprios desejos; a habilidade de evitar excessos e viver dentro de limites saudáveis.

O domínio próprio está muito relacionado com uma decisão interior de fazer o que muitas vezes não se tem vontade.

Por exemplo: As pessoas raramente se sentem motivadas a estudar a Palavra de Deus regularmente. Existem tantas outras coisas mais fáceis de fazer, como por exemplo, assistir TV, ler uma revista ou jornal, ler um bom livro, passar muito tempo a conversar com amigos, navegar na internet, etc.

Por isso, é necessário uma decisão pessoal interna e uma postura externa – “vou ler a Bíblia, um livro do Espírito de Profecia, vou sentar-se na sala e vou estudar um tema”. Isso não soa muito espiritual, porque quase tudo na vida cristã tem um som romântico, mas foi exactamente o que Paulo disse:

(I Corintios 9:27) - Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.

Domínio próprio deve ser alvo da nossa atenção porque estamos literalmente numa guerra quando pensamos nos desejos pecaminosos que nos tentam subjugar.

Tiago descreve estes desejos como sendo fortes para nos arrastar e seduzir:
(Tiago 1:14) - Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.

Pedro diz que os desejos guerreiam contra nossa alma:
(I Pedro 2:11) - Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais que combatem contra a alma;

Paulo afirma que os desejos são enganosos:
(Efésios 4:22) - Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano.
O que torna estes desejos pecaminosos tão perigosos é que eles moram dentro dos nossos corações e nem sempre têm uma aparência ruim.

Os tradutores da Bíblia usaram a expressão “domínio próprio” para traduzir duas diferentes palavras do original bíblico.

A primeira palavra está na lista do Fruto do Espírito – domínio próprio = moderação/temperança - em relação ao ataque dos desejos e apetites – o significado é de força interior – quer dizer a força de carácter que capacita as pessoas a controlarem as paixões.

A segunda palavra traduzida por “domínio próprio” denota mente sólida/ julgamento sólido.
Os significados completam-se. Um julgamento sólido, seguro nos capacita a ver o que e como algo deve ser feito; força interior providencia a vontade de fazer. Isso traz uma definição final:
“Domínio próprio é o exercício da força interior sob orientação de um julgamento sólido que nos capacita a fazer, pensar, e falar coisas que irão agradar a Deus”.

Três áreas que necessitam de ser dominadas: Corpo, Pensamento e Emoções.


1) Dominando o corpo (Honrar a Deus com o corpo)

(Génesis 2:9) - E o SENHOR Deus fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista, e boa para comida; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal.

Deus nos criou com senso de prazer.

Não há dúvidas que foi intenção de Deus que nós tivéssemos prazer físico na nossa existência com as coisas que Ele mesmo providenciaria para nós.

(I Timóteo 6:17) - Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos.

Deus nos provê tudo que precisamos para nossa satisfação.

Mas vejam bem, porque os nossos desejos se corromperam, aquelas coisas que Deus pretendia que fossem para nosso deleite, acabam tendo a tendência de dominar as nossas vidas.

Por isso, o domínio próprio do corpo deve ser focado em três áreas principais de tentação física: Glutonaria – comida e bebida; preguiça/falta de descanso/desleixo com o corpo e imoralidade sexual.


Deus nos dá graciosamente comida e bebida – temos prazer no comer e beber. Só que nós deixamo-nos dominar.

E daí surgem a glutonaria e a bebedice. Nós supervalorizamos a comida – tem pessoas que literalmente vivem para comer – e o prazer passa a dominar a suas vidas.

Com a bebida é a mesma coisa – começa como prazer e passa para o vício. A Bíblia nos orienta a comer e beber para a glória de Deus.

(I Coríntios 10:31) - Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus.

Deus deu, para nosso deleite, o descanso – e aí, ou não descansamos ou nos entregamos à preguiça. Alguns abusam do seu corpo não dando a ele quase nenhum descanso; outros, não se cuidam, não dão ao corpo nenhum exercício sequer; outros acham que nasceram para descansar e devem ir ter com as formigas, pois são totalmente preguiçosos.

O nosso corpo continua sendo o templo do Espírito Santo – tratar mal o corpo é pecado.

O sexo - dele vem a imoralidade. O padrão estabelecido por Deus nesta área é muito simples e claro. Absoluta abstinência fora do casamento e total fidelidade dentro do casamento. Qualquer outro caminho ou justificativa resultará em imoralidade.

Vimos que domínio próprio é viver dentro dos limites estabelecidos por Deus. Aí está uma área que merece toda a nossa atenção, porque não existem limites para o mundo quando se fala de sexo.

2) Dominar os Pensamentos (Levar cativo todo e qualquer pensamento)

Paulo afirmou:
(II Corintios 10:5) - Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo.

Nós devemos levar cativo todo o pensamento, para torná-lo obediente a Cristo.

Ter domínio dos pensamentos significa entreter as nossas mentes com pensamentos que sejam aceitáveis a Deus. E você sabe que a melhor maneira de avaliarmos os nossos pensamentos é apresentada por Paulo em:
(Filipenses 4:8) - Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.


Ter domínio dos pensamentos, então, é mais do que apenas recusar maus pensamentos – devemos fazer isso – mas devemos incluir nas nossas mentes pensamentos que venham agradar a Deus.

Devemos construir muros de protecção recusando pensamentos pecaminosos e apropriarmo-nos de pensamentos que honrem a Deus.

(Provérbios 4:23) - Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.

Aqui, o significado da palavra hebraica traduzida por coração, refere-se a toda consciência de uma pessoa: entendimento, emoções, consciência e vontade – entretanto, a advertência é particularmente aplicada à nossa vida de pensamentos.

A tarefa de dominar pensamentos é árdua, mas importante. É a partir dos nossos pensamentos que nossas emoções e acções começam – então, é justamente lá que os desejos pecaminosos plantam suas raízes e nos seduzem ao pecado.

As nossas mentes são como estufas mentais onde pensamentos ilegítimos, uma vez plantados, são nutridos e remoídas antes de serem transformados em acções ilegítimas. Raramente nós caímos subitamente na imoralidade ou glutonaria. Estas acções são primeiramente saboreadas nas nossas mentes antes de serem satisfeitas na realidade.

Os portões dos nossos pensamentos são com certeza os nossos olhos e ouvidos. Acã viu a capa e o dinheiro, cobiçou e levou para si. (Josué 7.21)
O que nós vemos, lemos ou ouvimos normalmente determina o que pensamos. Memória também tem grande parte de responsabilidade pelos nossos pensamentos, mas ela só guarda e traz de volta aquilo que originalmente veio para as nossas mentes através dos olhos e ouvidos.

Então, guardar o nosso coração começa quando começamos a guardar os nossos olhos e ouvidos.

Isso quer dizer que nós não devemos permitir que a lascívia, o materialismo, a inveja, a ambição egoísta entrem em nossas mentes.

Então, devemos nos precaver contra programas de TV, filmes, revistas, artigos de jornais, propagandas e conversação que levantem estas coisas.


E nós devemos não apenas evitar estas coisas, mas como Paulo instrui a Timóteo: “Fuja destas coisas”.
Ninguém está isento da necessidade de exercitar domínio próprio.

Sem criar pânico, deveríamos evitar o máximo o contacto com coisas que vão destruir as muralhas de protecção da nossa mente - permitindo que não nos consigamos controlar.



(Salmos 139:2) - Tu sabes o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento.
(Salmos 139:3) - Cercas o meu andar, e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos.

De longe Deus percebe os nossos pensamentos e antes que a palavra chegue à nossa língua.

É muito interessante que nós permitimos em nossas mentes o que nós não permitimos em nossas acções, porque outras pessoas não podem ver os nossos pensamentos. Mas Deus os vê.

3) Controlando as Emoções (Refreando as emoções)

As emoções que devemos controlar são principalmente a raiva e fúria, os ressentimentos, a autocomiseração e a amargura.

Os sentimentos podem ser explosivos como um génio descontrolado; ou pode ser velado, como a autocomiseração – ambos desagradam a Deus e devem ser alvos do domínio próprio.

Segundo a Palavra, um génio explosivo é uma contradição na vida daqueles que estão procurando praticar a vida cristã de forma piedosa.

É um problema não apenas porque isso demonstra que a pessoa é desgovernada, mas principalmente porque em geral a situação acaba por ferir as pessoas que são os “recipientes” da explosão, quebrando o respeito, criando amargura e destruindo relacionamentos.

Fora que depois da crise da ira – vem um sentimento de vergonha – pois na maioria das vezes, uma pessoa descontrolada é no mínimo ridícula.

(Provérbios 16:32) - Melhor é o que tarda em irar-se do que o poderoso, e o que controla o seu ânimo do que aquele que toma uma cidade.

Se você tem lutado contra este sentimento que faz você explodir, tente identificar as coisas que o levam a perder o controlo – avalie com Deus estas coisas e submeta-se à Palavra de Deus, pagando o preço da construção de uma muralha que vai proteger você de cair.


Embora não tão prejudiciais aos outros, o ressentimento, a amargura e autocomiseração podem ser muito destrutivos para nós mesmos e para o nosso relacionamento com Deus.


O génio explosivo é de certa forma aliviado quando é derramado sobre os outros a raiva; enquanto esses outros sentimentos vão corroendo a pessoa por dentro como se fosse um câncer, desonrando a Deus e destruindo a saúde espiritual.

Devemos manter nossas emoções com rédea curta. Devemos trabalhar decididamente com elas quando elas surgem nos pensamentos e não dar corda a eles.

4) Construindo a muralha de protecção.

A ênfase na luta pelo domínio próprio poderia ser a palavra crescimento. E este é um processo que exige tempo, paciência, persistência, boa vontade – e compreensão de que todos estão no mesmo barco – a única coisa que difere é que uns lutam numa certa área outros lutam em outras – mas todos estão lutando.

Às vezes, somos tentados a julgar os outros por não se terem dominado numa área em que nós não temos problemas. Somos tolerantes connosco nas nossas lutas e intolerante com os outros nas lutas deles.

Temos que lembrar – todos estão a lutar e no processo de crescimento.

O que temos que construir é uma mente sólida para um julgamento sólido. E a palavra de Deus é essencial neste processo.

E é o que estamos a dizer desde o início deste estudo. A Palavra de Deus é fundamental para o crescimento, para a santidade e para a renovação espiritual.

Alguém disse “A palavra de Deus vai mantê-lo longe do pecado, ou o pecado vai mantê-lo longe da Palavra de Deus”.

Lembre-se: o domínio próprio é tomar a decisão de estabelecer limites baseados na Palavra.

Os conceitos da Palavra de Deus vão construir uma protecção que vai nos habilitar a dominar os ataques que querem nos levar a perder o domínio.

Ter domínio próprio é ser totalmente dominado por Deus, só podemos ser dominados por Deus se a Palavra dominar as nossas vidas.

(Salmos 119:11) - Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti.

Não é mágica, é força interior gerada pelo Espírito de Deus, tendo com instrumento a própria palavra de Deus que é viva e eficaz.

Identifique alguns passos:

Construa uma mente sólida, calcada na Palavra vai ser o início do domínio próprio; Conhecer e obedecer a Deus através da Palavra vai construir a barreira que vai proporcionar o domínio próprio.

Não é apenas dizer não ao pecado. Devemos quebrar os velhos hábitos e pelo conhecimento e obediência à Palavra colocar hábitos sadios no lugar.

Uma mente segura/sólida vai nos possibilitar identificar as áreas que precisam ser trabalhadas, onde necessitamos ter domínio próprio.

(Provérbios 27:12) - O avisado vê o mal e esconde-se; mas os simples passam e sofrem a pena.
O prudente percebe o perigo e busca refúgio, mais uma vez - é na Palavra que vamos fazer o julgamento seguro.

Uma mente segura vai enfrentar de frente os desejos agradáveis que nos levam a perder o domínio e identificar que ser dominado por eles desagrada a Deus. (Identificar o problema).

Devemos perceber que a batalha a ser vencida na área do domínio próprio começa em nossas mentes; Devemos preencher as nossas mentes com a palavra de Deus, com louvor - e tirar aqueles pensamentos que só nos levam à derrota.

A oração é um grande aliado para que a muralha da força interior - que será construída pela palavra de Deus - seja uma muralha sólida.

O verdadeiro domínio próprio mantém a pessoa nos limites, mas nunca amarrada/presa, seu efeito é expandir e dar verdadeira liberdade.

Quem é dominado por Deus experimenta a liberdade verdadeira.

Conclusão:
Temos uma grande e difícil jornada e a caminhada será muito mais tranqüila se nós mesmos não formos os nossos problemas.
Vamos pedir a Deus a capacidade de sermos dominados completamente pelo Espírito Santo.

Só assim teremos domínio próprio.

José Carlos Costa, pastor

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

A Importância do Perdão

 (Mateus 6:14) - Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós;
(Mateus 6:15) - Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas.
O que significa perdoar?
José tinha apenas dezassete anos quando os seus irmãos, friamente o venderam para a escravidão.
Separado da sua família e do seu país, ele atingiu a posição de supervisor da casa de Potifar, seu senhor egípcio.
Mas o desastre atingiu-o novamente. Ele recusou os avanços sexuais da esposa de Potifar e ela acusou-o falsamente de a assediar.
Ele foi posto na prisão, onde, mais uma vez, o Senhor estava com ele e se tornou o supervisor dos outros prisioneiros. José permaneceu nessa prisão pelo menos durante dois anos. (Génesis 37; 39).
Faraó, rei do Egito, teve um sonho e desejava a sua interpretação. José foi capaz, pelo poder de Deus, de interpretar o sonho de Faraó e foi exaltado a uma posição de poder próxima à do próprio Faraó.
José foi nomeado encarregado geral dos armazens e da distribuição dos cereais em toda a terra do Egito. Foi depois disto que os irmãos de José vieram ao Egito para comprar cereais.
1. José tinha todo poder para tomar vingança contra aqueles que tinham pecado contra ele tantos anos antes.
Contudo, a Bíblia conta que José experimentou os seus irmãos e, tendo visto o arrependimento deles, os recebeu com lágrimas e afeto (Génesis 45:1-15).
Ele tinha-os perdoado do seu pecado.
Muitas pessoas não perdoariam, como José o fez. Não é fácil, frequentemente, perdoar, e quanto maior a intimidade que temos com aquele que peca contra nós, mais difícil é perdoar.
2. As Escrituras nos ensinam, contudo, que a má vontade em perdoar aos outros nos retira o perdão divino.
A falta de perdão – Cada dia que passa o perdão faz mais falta na vida das pessoas, é uma arte pouco praticada.
3. As pessoas têm deixado de ter uma vida feliz e abençoada simplesmente porque não querem perdoar o seu próximo.
Por exemplo, há pessoas que estão na igreja e cantam, se emocionam e até declaram todo o seu amor a Deus, mas não querem perdoar alguém que os ofendeu.
Outras choram e reclamam com os seus problemas familiares, contudo dentro dos lares encontramos esposas que guardam rancor e mágoas contra os maridos e vice-versa, irmãos que não se entendem, filhos que vivem em conflito com os pais, mas ninguém está disposto a perdoar.
Há muitos que se queixam da falta da bênção de Deus, do trabalho que não prospera, o casamento que não acontece, ou ainda que não tem prazer em ir à igreja, porque não podem olhar para tal pessoa. E tudo isso poderia ser resolvido com uma simples frase: “Eu te perdoo!” Ou ainda: “Perdoa-me”.
Geralmente essas pessoas até afirmam que amam a Deus, só não amam aquele irmão que os ofendeu. Contudo a Palavra de Deus afirma:
(I João 4:20) - Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?
(I João 4:21) - E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também a seu irmão.
Por isso podemos afirmar que falta de perdão, é falta de amor, Jesus mesmo disse:
(Lucas 7:47) - Por isso te digo que os seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco é perdoado pouco ama.
4. Que tal de antes de declarar seu amor a Deus, aprender a amar de fato o seu próximo, e demonstrar isso através do perdão?
O que a falta de perdão faz – O profeta Isaías afirma:
(Isaías 59:2) - Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça.
5. Que a falta de perdão é pecado todos sabem, agora, você já pensou que este teu pecado, te separa de Deus?
Quando não queremos perdoar, é como se colocássemos um grande muro entre nós e Deus, e não conseguimos chegar perto d´Ele, e ainda mais, também encobre o rosto de Deus de nós, de tal modo que Ele não ouve as nossas orações.
Aí está o motivo, porque muitos cristãos, mesmo lendo a Bíblia, louvando e adorando no culto não conseguem sentir-se perto de Deus, ou sentem que as suas orações não são respondidas: simplesmente porque não querem perdoar.
 O que é o Perdão?
A palavra grega traduzida como "perdoar" significa literalmente cancelar ou remir. Significa a libertação ou cancelamento de uma obrigação e foi algumas vezes usada no sentido de perdoar um débito financeiro.
Para entendermos o significado desta palavra dentro do conceito bíblico de perdão, precisamos entender que o pecador é um devedor espiritual.
Até Jesus usou esta linguagem figurativa quando ensinou aos discípulos como orar:
(Mateus 6:12) - E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores;
A boa nova do Evangelho é que Jesus pagou o preço por nossos pecados com sua morte na cruz.
Quando aceitamos o convite para a salvação através da nossa obediência aos mandamentos de Deus, Ele aceita a morte de Jesus como o pagamento dos nossos pecados e nos livra da culpa por nossas transgressões.
Não ficamos mais na posição de infratores da lei ou devedores diante de Deus. Somos perdoados!
O perdão, então, é um ato no qual o ofendido livra o ofensor do pecado, liberta-o da culpa pelo pecado. Este é o sentido pelo qual Deus “esquece” quando perdoa.
(Hebreus 8:12) - Porque serei misericordioso para com suas iniquidades, E dos seus pecados e das suas prevaricações não me lembrarei mais.
Deus chama-nos a perdoar assim como Ele perdoa. Quando alguém peca contra mim, ele se torna um transgressor da lei de Cristo. Eu o considero um pecador. Se ele se arrepende e pede para ser perdoado, eu tenho que o perdoar, isto é, libertá-lo da sua culpa como transgressor.
Quando eu perdoo, não o considero mais um pecador. Posso não ser literalmente capaz de esquecer o pecado que ele cometeu mesmo sabendo que Deus literalmente "esquece" os nossos pecados, mas preciso deixar de atribuir a culpa ao que me ofendeu pelo seu pecado. Deste modo, eu o liberto da sua “dívida”
6. Querer o perdão de Deus assim como temos perdoado a quem nos tem ofendido significa oferecer perdão como Deus nos tem oferecido. Deus não esperou o nosso arrependimento para oferecer o perdão através de Jesus, ele espera o arrependimento para perdoar, mas o perdão já foi oferecido. Isto deve ser verdade:
1. NA VIDA CONJUGAL.
Perdoar ao marido ou à esposa é ser instrumento nas mãos de Deus.
No casamento algumas atitudes são fundamentais para o bem-estar e para a felicidade dos cônjuges. Dentre elas, com certeza, está a conjugação do verbo perdoar.
Como é difícil dizer: “Eu perdoo… nós perdoamos…”.
A dificuldade maior que muitos encontram é justamente a de perdoar uma pessoa tão próxima, tão íntima. É mais fácil perdoar aqueles que estão distantes.
Isso é fácil compreender: a frustração das expectativas se dá com pessoas íntimas. Dos estranhos a gente não espera muita coisa mesmo, e consequentemente, não nos sentimos ofendidos pelas suas palavras ou atitudes.
C.S.Lewis escreveu o seguinte: “Todos dizem que perdoar é uma tarefa fácil até terem algo para perdoar.”
Ele tinha razão porque o ferido ou maltratado deseja sempre a reparação, a vingança. Ou no mínimo fica magoado ou cheio de ressentimento.
Os casais precisam entender – quer queiram ou não – que é simplesmente impossível a permanência saudável do relacionamento conjugal sem a vontade e a disposição contínua do perdão.
 Jesus ensinou: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas.” (Mateus 6:14-15).
A pessoa que toma a iniciativa de oferecer o perdão, com certeza, é o maior beneficiado porque torna o seu coração livre de enfermidade e pronto para viver a Paz de Deus.
PERDOAR AOS PAIS.
Boa parte dos nossos conflitos emocionais surge da nossa relação como os pais. Acredito que isso não seja nenhuma novidade.
Mas por que surgem esses conflitos? Porque os nossos pais também guardam conflitos mal resolvidos com nossos avós, e acabam passando, de forma até inconsciente, os seus problemas para os filhos através de exemplos, atitudes e palavras.
Se os nossos avós têm ou tiveram problemas de auto-estima, se sofreram problemas de rejeição, ou se têm qualquer tipo de questão emocional, é claro que isso irá afetar a relação com os nossos pais.
Os nossos avós, por sua vez, também tiveram lá suas questões com o nossos bisavós. Os nossos bisavós influenciaram os nossos avós, que influenciaram nossos pais, que nos influenciaram ou ainda influenciam.
E eu, você, iremos passar boa parte da negatividade adquirida que veio das gerações passadas para os nossos filhos, que por sua vez, irão passar para seus filhos...
Creio que deu pra perceber a dimensão maior e mais profunda dos problemas que carregamos e que vão passando de geração em geração.
Isso não tem nada a ver com maldição hereditária, mas não deixa de ser uma herança que muitas vezes pode trazer sérios problemas e que podem ser facilmente resolvidos com o perdão.
É preciso quebrar essa corrente, é preciso perdoar, lançar esse lixo fora, ou isso continuará a influenciar as próximas gerações.
Ilustração: O camião do lixo.
Um homem estava num táxi para o aeroporto, o táxi ia pela faixa certa, quando de repente um carro saiu do estacionamento e entrou na frente do táxi. O taxista pisou no freio bruscamente, deslizou e escapou por pouco de bater no outro carro, foi por um triz!
O motorista do outro carro sacudiu a cabeça e começou a gritar nervosamente. Mas o taxista apenas sorriu e acenou para ele, fazendo um sinal de positivo. E ele o fez de maneira bastante amigável.
Indignado o homem perguntou: - Porque você fez isto? Este homem quase destruía o seu carro e quase nos manda para o hospital!
Foi quando o motorista do táxi contou a "A Lei do Camião de Lixo."
Ele explicou que muitas pessoas são como camiões de lixo. Andam por ai carregadas de lixo, cheias de frustrações, cheias de raiva, mágoas, traumas e desapontamento.
À medida que as suas pilhas de lixo crescem, elas precisam de um lugar para descarregar, e às vezes descarregam sobre quem está por perto, até mesmo, muitas vezes nas pessoas que mais amam.
Pessoas que não conjugam o verbo perdoar, não praticam essa “arte” que faz uma verdadeira limpeza no coração.
Livre-se do seu lixo, perdoe. Experiente isso e vai descobrir como viver em paz.
Pessoas felizes não deixam os camiões de lixo estragar o seu dia, e nem estragam o dia dos outros.
A vida é muito curta, não leve lixo com você! Limpe os sentimentos ruins, aborrecimentos do trabalho, picuinhas pessoais, traumas familiares, ódio e frustrações.
(Mateus 5:43) - Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo.
(Mateus 5:44) - Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus;
·         Amar seu inimigo é perdoar, e perdoar é não carregar lixo dentro do coração, nem permitir que o lixo dos outros seja descarregado sobre você. Ore pelas pessoas que te aborreceram, peça a Deus para abençoá-los. Vai experimentar uma paz que você nunca sentiu.
Conclusão: E se a pessoas se arrepender? O que acontece se eu não perdoar?
Jesus contou uma parábola sobre um servo que devia uma quantia enorme. (Mateus 18:23-35)
É claro que estamos representados na parábola pelo servo que tinha uma dívida enorme. Não há comparação entre as ofensas que temos cometido contra Deus e aquelas que têm sido cometidas contra nós.
Os cristãos, portanto, precisam aprender a conjugar o verbo perdoar.
1.      Porque todos nós erramos.
Não há ninguém que não cometa erros, que não frustre o próximo. Não há um cônjuge que não tenha em algum momento ofendido a pessoa amada.
O problema é que só vemos a trave e o argueiro dos outros!
Ilustração:
Conta-se que um sargento do Exército desejava punir um soldado que estava sob o seu comando por um grave erro de conduta. Sendo aconselhado pelo seu superior a dar ao soldado uma nova oportunidade, ele respondeu:
- Sou um homem de palavra; se disse que o iria punir. Não perdoo.
 O seu superior, então, disse:
- Sargento. Espero que o senhor nunca erre!
(Provérbios 19:11) - A prudência do homem faz reter a sua ira, e é glória sua o passar por cima da transgressão.
A pessoa sensata controla o seu génio, e a sua grandeza é perdoar quem a ofende.
Perdoar porque precisamos, também, de perdão.
· Porque em Jesus Cristo já fomos perdoados.
Temos um Deus que em Jesus Cristo, ama, aceita e perdoa, livre e incondicionalmente, todos quantos se arrependem.
(João 3:16) - Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
A Bíblia diz que Deus não esperou a nossa transformação, o nosso arrependimento ou a restauração dos erros cometidos para nos amar.
Pelo contrário, Ele demonstrou o Seu amor perdoador para com todos os homens dando o Seu Filho, Jesus Cristo como sacrifício pelo nosso pecado.
Deus nos perdoou. Se errar é humano, perdoar é divino. (Alexandre Pope)
·   Porque nós mesmos somos os maiores beneficiados.
Dr.Fred Luskim (O Poder do Perdão, W11 Editores) afirma o seguinte: “O estudo sobre o perdão na Universidade de Wisconsin mostrou que o perdão ajuda a prevenir a doença cardíaca na meia-idade. O perdão é uma experiência que modifica o nível de autoconfiança, de ações, pensamentos, emoções e sentimentos espirituais da pessoa vítima de afronta. Aprender a perdoar os sofrimentos e ressentimentos da vida é um passo importante para nos sentirmos com mais esperança e menos deprimidos”.
A Bíblia refere este assunto quando, por exemplo, diz:
(Provérbios 15:13) - O coração alegre aformoseia o rosto, mas pela dor do coração o espírito se abate.
A pessoa que toma a iniciativa de oferecer o perdão, com certeza, é o maior beneficiado porque torna o seu coração livre de enfermidade e pronto para a Paz de Deus.
É preciso entender, ainda, que perdão não muda o passado, mas modifica o presente. Perdoar é tornar parte da solução.
E se a pessoa não pedir perão. Como devo proceder?
Oferecer o perdão é uma virtude que só traz bênção para a vida de quem o faz. Deus fez isso conosco, na cruz, a primeira expressão de Jesus foi a de oferecer o perdão para aqueles que o estavam matando.
(Lucas 23:34a) -  “... Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem...”
Ser misericordioso é uma virtude, é sabedoria, é se tornar-se digno de receber do Senhor a misericórdia.
(Mateus 5:7) - Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;
Para nos prepararmos para perdoar, precisamos lembrar que nós mesmos somos pecadores e necessitados do perdão divino.
(Romanos 3:23) - Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;
No caso do cristão, Deus já lhe perdoou uma imensa dívida no momento em que aceitou ao Senhor Jesus como Salvador e Senhor de sua vida.
Quando nos lembramos da grandeza da dívida que Deus quer nos perdoar, certamente podemos perdoar aqueles que nos devem muito menos em comparação.
(Colossenses 3:13) - Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também.

Liberte o perdão, limpe o seu coração do lixo e do ressentimento, do lixo do ódio e deixe-o limpo para ser a habitação de Cristo.