sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O que é Santificação?

Fala-se muito em “santificação”, “ser santo”, “santificar-se”.

Mas, qual o significado bíblico de Santificação?

Vejamos o que a Palavra de Deus fala sobre este tema; afinal, os Adventistas crêem no princípio evangélico da Sola Scriptura, defendido por Lutero, o qual determina que a Bíblia deve ser sua própria e exclusiva intérprete.

1. Alguém ou algo separado por Deus para uso ou serviço

a) Pessoas
“Vós Me sereis de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel” – Êxodo 19:6.

“Disse o Senhor a Moisés: Consagra-Me todo primogénito; todo aquele que abre a madre de sua mãe entre os filhos de Israel” – Êxodo 13:1, 2.

b) Tempo – sábado
“Lembra-te do dia de sábado, para santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou: por isso o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou” – Êxodo 20:8-11.

c) Dízimos – Bens e Rendas
“Também todas as dízimas da terra, tanto do grão do campo, como do fruto das árvores, são do Senhor: santas são ao Senhor… No tocante às dízimas do gado e do rebanho, de tudo o que passa debaixo da vara do pastor, o dízimo será santo ao Senhor” – Levítico 27:30, 32.

d) Animais
“Consagra-Me todo primogénito; todo que abre a madre de sua mãe entre os filhos de Israel, assim de homens como de animais” – Êxodo 13:2.

Santificação não é sinónimo de conduta. Ser “santo” não significa ser “inerentemente bom”, ou que “não se peca mais”.

“Porque o marido incrédulo é santificado no convívio da esposa, e a esposa incrédula é santificada no convívio do marido crente. Doutra sorte os vossos filhos seriam impuros; porém, agora, são santos” – 1Coríntios 7:14.

O esposo (ou a esposa) incrédulo é santificado pelo relacionamento com o cônjuge crente. Neste sentido, a ideia básica de santo é a de “separado”.

Em Romanos 1:7 e Filipenses 1:1, Paulo chama os membros da igreja “santos”. Eles eram santos porque foram chamados por Deus e estavam em Cristo.

2. Santificação como um fato consumado
“Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas… De quanto mais severo castigo julgais vos será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça?” – Hebreus 10:10, 29.

Não existe uma santificação parcial. Ela é completa (cf 1Cor. 1:2).

O desenvolvimento do cristão não é para a santificação, mas na santificação. A contração “na” dá ideia de completo, mas também de desenvolvimento.

“…nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o Reino de Deus. Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados, no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus” – 1Cor. 6:10, 11.

Conforme já sabemos, santificação envolve comunhão e conduta. Assim, podemos afirmar que, em termos de relacionamento (comunhão), o crente está completo, mas em termos de conduta está incompleto.

3. Santificação como processo progressivo, em desenvolvimento
“Santifica-os na verdade; a Tua palavra é a verdade” – João 17:17.

Crescer na santificação não é ter hoje dez hábitos maus e amanhã apenas nove hábitos maus. O crescimento não é visto em ter menos, em diminuir atos, mas em “santidade”.

“Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade o temor de Deus” – 2Cor. 7:1.

A tensão entre o real e o ideal na santificação

“Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” – Mateus 5:48.

Esse verso tem sido muito mal utilizado por aqueles que acreditam, equivocadamente, que o crente precisa ser “perfeito”, no mais amplo sentido desta palavra.

O contexto do verso 48 são os versos 43 a 47. A exortação que Jesus nos faz quanto a sermos “santos” (ou “perfeitos”) como Deus, está relacionada com o amor que devemos ter para com o próximo, inclusive os inimigos. Deus ama a todos os Seus filhos… todos! (cf Rom. 4:5; 5:8).

Vejamos o que o Espírito de Profecia diz sobre esta situação:

“Como Deus é santo na Sua esfera, assim deve o homem caído, mediante fé em Cristo, ser santo na sua” – Atos dos Apóstolos, pág. 559.

Para resolver a tensão entre o real e o ideal, Ellen White apresenta a perfeição relativa na esfera pessoal. Como exemplo, podemos mencionar a semente. Ela é perfeita em cada fase do seu desenvolvimento:

Semente – broto – ramos – flores – fruto

Conclusão:
Como cristãos, temos um ideal a alcançar, mas este só será atingido quando Cristo voltar. Contudo, não é preciso vivermos em estado de tensão e angústia no presente, pois somos perfeitos em cada passo do nosso viver com Cristo, pois é NELE que Deus procura a nossa perfeição.

E como eu posso verificar se estou “crescendo” no processo de santificação?

“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio…” (Gál. 5:22-23).

O perfeccionismo não existe nesta vida. Por isso, a salvação JAMAIS foi ou será pelas nossas “boas” obras. Somente através de Jesus, e n´Ele só, é que alcançamos a justificação (passado), a santificação (presente) e a glorificação (futuro).

Adaptado da apostila de Soterologia (SALT-IAENE)


Pr. Gilson Medeiros

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