quarta-feira, 8 de maio de 2013

A Porta Santa e o Perdão dos Pecados

Introdução: João 10:7-10


No dia 1 de fevereiro de 1992, estive na Basílica de São Pedro pela primeira vez. Depois disso visitei este lugar por diversas vezes, creio que não há espaço aberto ao público e algum privado que não tenha visitado.
Quem frequenta este lugar e faz amizade com certas personalidades descobre coisas interessentes, como por exemplo as histórias das 4 portas santas (http://pt.wikipedia.org/wiki/Porta_Santa ), deixo aqui o link para a história oficial.
 
1.      História do ano santo e o sentido do mesmo.
Contou-me o meu amigo então padre Duílio Darpino e posteriormente pastor adventista o seguinte: pelo natal do ano 1299, começou a circular o boato em Roma que no ano seguinte todos os peregrinos que viessem a Roma o papa concederia um “amplo e generoso perdão” para todos os pecados cometidos até então. Acrescentava o boato que isto já tinha acontecido no ano 1000, 1100 e 1200.
Ora este rumor chegou ao palácio papal. Era então papa Bonifácio VIII o napolitano. Muito astuto, pediu aos seus cardeais para investigar se este rumor tinha algum fundamento histórico. Depois de analisados todos os arquivos não acharam nada que falasse deste assunto.
Bonifácio VIII, promulgou uma Bula intitulada “Antiqera habet fido relatio”. Que prometia para todos os católicos que visitassem diariamente e durante 30 dias, todos os pecados seriam perdoados.
O mesmo aconteceria para todos os peregrinos estrangeiros e que em Roma permanecessem durante 15 dias, fazendo peregrinação entre a Basílica de S. Pedro e a de S. Paulo, confessando os pecados e arrependendo-se sinceramente.
Podiam depois disto ir para suas casas descansados porque ele lhes perdoava os pecados.
Era ponto assente: “Os pecados são perdoados a homem algum, a não ser que ele creia que ele creia que lhe são perdoados quando o sacerdote o absolve.” Papa Leão X.
Naturalmente, a isso deviam juntar um sentido profundo de generosidade equivalente ao perdão concedido. Foi um êxito tão grande, milhões de fiéis assistiram.
Clemente VI encurtou este período para o ano1350, introduzindo no entanto um ritual verdadeiramente espectacular, juntou a passagem por mais duas basílicas; João de Latrão e Santa Maria a Maior. Os períodos desde então tem sido encurtados.
Foi este papa que escreveu a bula 'Unigenitus' (27 de Janeiro de 1343), para justificar o poder papal e a concessão de indulgências. Este documento foi usado na defesa das indulgências muitos anos depois, quando Martinho Lutero afixou as suas 95 teses em Wittenberg, em 1517.
 
2.      As portas santas.
O ritual passa-se essencialmente na porta de São Pedro, que está fechada por uma parede de tijolos e um reboco fino, lisa e com uma cruz negra.
O papa acompanhado por um numeroso cortejo de cardeais e bispos, entre hinos e salmos alusivos, majestosamente vestido caminha até à porta. Bate na porta 3 vezes com um martelo de prata e cabo de marfim enquanto pronuncia palavras rituais.
A parede que foi previamente seccionada, é demolida por operários. Com uma vela acesa na mão esquerda e uma cruz na mão direita, entra na nave principal. A procissão na direcção da “Pietá” de Miguel Ângelo. Aí o papa dirige um breve alocução e conclui o ato.
Simultaneamente, cardeais incumbidos pelo papa abrem as portas santas das outras três igrejas.
Começa o ritual de milhares, milhões de pessoas que passam durante duas semanas pelas quatro portas, rezando e confessando os seus pecados.
Esperançados que a bula 'Unigenitus' (antiquera habet fido relatio) seja o meio adequado para um perfeito perdão.
 
3.      É bíblico todo este Cerimonial?
Creio que nada é mais incómodo que o peso dos pecados. Alguém disse: “O pecado narcotiza o entendimento, envenena o espírito, destrói a aspiração pelas coisas divinas e faz com que o fim do homem seja miserável e de sofrimento.”
Quantos célebres ateus na hora da morte gritam por Deus como o fez Voltaire!
Qual é o método para obter o perdão dos nossos pecados?
Moody num dos seus célebres sermões dizia: “Se Deus expulsou Adão do Paraíso por um só pecado, certamente não nos deixará entrar no céu com todos os nossos pecados, a menos que apelemos para a expiação do nosso Senhor Jesus Cristo.”
São Pedro inspirado pelo Espírito Santo disse as palavras que encontramos em Atos 8:20-22.
O que foi que o Apóstolo Pedro está a dizer? Parece muito importante: “O teu dinheiro seja contigo para perdição” ou perde-te com o teu dinheiro.
É uma expressão de tristeza, de desgosto, se Simão que tinha praticado artes mágicas não mudava de atitude, isto é não se convertesse seria destruído.
Não quer dizer que não haja esperança porque no verso 22, insta a que se arrependa.
Simão tinha como diz o verso 13: “Creu até o próprio Simão, e, sendo baptizado, ficou de contínuo com Filipe.”
Creu com o intelecto, era tão evidente a verdade que ele anuiu com a mente mas a mente ficou longe. A verdade deve pelo Espírito Santo atingir a mente e o coração.
Como diz Stanley Jones: “Há dois tipos de crentes: os que experimentaram a conversão horizontal e os que a tiveram no sentido vertical. A primeira é superficial, a segunda é profunda.”
 
A atitude de Simão revela uma incompreensão fundamental do carácter de Deus e dos dons do Espírito Santo.
 
Tinha que aprender que as coisas mais preciosas da vida não se podem comprar com dinheiro. Como por exemplo:
O amor.
O respeito.
E sobretudo o perdão de Deus.
 
“Arrepende-te”. O arrependimento é a primeira condição para se alcançar o perdão e evitar o castigo merecido. Mas é o caminho mais difícil, o arrependimento, porque arrepender-se é a decisão de seguir outro caminho, outra direcção que é apontada por Deus. Por isso é vertical: contemplar dia a dia o Calvário.
 
O ser humano está mais vocacionado para:
Esforços
Atos heróicos
Pagar
Sacrifícios pessoais.
 
Lutero, tentou fazer tudo isso quando subia a “Escada de Pilatos”. Escada que existe numa pequena igreja católica em Roma (perto de São João de Latrão), diz a tradição que esta escada foi levada miraculosamente de Jerusalém para Roma. A escada que Jesus subiu quando foi julgado. Por decreto papal prometia-se indulgência a todo aquele que subisse os degraus de joelhos.
 
Lutero subia de joelhos essa escada para livrar a sua alma do sofrimento do pecado, assim como tirar a alma do seu tio do purgatório, quando o seu pensamento foi invadido por uma passagem da Bíblia: Romanos 1:17.

Lutero queria salvar a alma do seu tio. E ao mesmo tempo libertar-se de uma consciência culpada. Lutero estava errado, não podia fazer nada pelo seu tio, tal como nos diz São Paulo nesta epístola de Romanos 14:12.

É uma responsabilidade pessoal de cada crene. Em assuntos de consciência cada pessoa é individualmente responsável perante Deus, isto não invalida que nós tudo devamos fazer para que os nossos queridos, os nosso vizinhos, os homens e as mulheres com quem privamos e os que procuramos como ovelhas desgarradas, aceitem a Jesus enquanto vida possuem.
 
4.      Há uma Única Porta Santa.
João 10:7.
Há realmente uma porta, mas não é nenhuma daquelas instituídas por Roma. Essas representam os méritos, as obras praticadas pelo ser humano. Oferecem uma salvação decretada pelo homem. Não perdoa, não salva!
 
Há uma porta: Essa é Cristo. Que está de braços bem abertos, a única que dá acesso ao reino da graça e consequentemente da vida eterna.
 
Todos aqueles que apresentam outras portas, são falsos mestres, pedras de tropeço, que nem entram nem deixam entrar.
 
Como podemos entrar nesta porta?
- Crendo no Seu amor
- Crendo que Ele morreu por nós
- Crendo que o Seu sangue tem poder para lavar-nos dos pecados: 1ª João 1:7
 
Devemos expressar esta fé em Jesus Cristo como único e suficiente Salvador mediante o baptismo e uma vida coerentemente cristã à luz da Sagrada Escritura.
 
A conversão e o perdão dos pecados é o sentimento de que “Quando encontramos Cristo, encontramos tudo; quando Cristo nos encontra, não acha nada.”
 
Que acontece depois se pecarmos? Leia 1ª João 1:9.
“Jesus é a porta do redil de Deus. Por essa porta acharam entrada todos os Seus filhos, desde os mais antigos tempos. Em Jesus, segundo é mostrado em tipos, prefigurados em símbolos, manifestado nas revelações dos profetas, patenteado nas lições dadas aos discípulos e nos milagres operados em favor dos filhos dos homens, têm eles contemplado "o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (João 1:29), e por meio d´Ele são introduzidos no aprisco de Sua graça. Muitos têm vindo apresentando outros objetos à fé do mundo; têm-se imaginado cerimónias e sistemas pelos quais os homens esperam receber a justificação e a paz com Deus, encontrando assim entrada para Seu redil. Mas a única porta é Cristo, e todos quantos têm interposto qualquer coisa para tomar o lugar d´Ele, todos quantos têm buscado entrar no aprisco por qualquer outro modo, são ladrões e salteadores.” D.T.N, pág. 478
 
Que Deus nos ajude a perseverar em Cristo.
José Carlos Costa, pastor

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