quarta-feira, 20 de março de 2013

NINGUÉM MERECE SOFRER

 
Para muitas mulheres e crianças o lar é o lugar mais violento da sociedade. 

1.            A violência contra as mulheres e as crianças é um significativo problema social e de saúde que virtualmente afeta todos os segmentos da sociedade.  A Igreja Adventista do Sétimo Dia, assim como a maioria no restante da sociedade tem deixado de compreender o escopo ou gravidade desse problema.
2.            O lar é o único lugar mais violento na sociedade.  Nos Estados Unidos, um quinto de todos os cidadãos são vitimados sexual e/ou fisicamente por volta de seus 15 a 17 anos.
I      ABUSO FÍSICO
A        A mulher está em maior risco de ser estuprada, fisicamente ferida e mesmo assassinada em seu próprio lar do que em qualquer outro ambiente.  O abuso conjugal é mais comum do que a combinação dos acidentes automobilístico, das agressões por assalto e a das mortes por câncer, tendo a violência doméstica como a causa principal de ferimentos em mulheres com idades entre 15-44 anos.  Setenta por cento de todas as mulheres assassinadas, nos EUA, foram mortas pelo ex-marido ou pelo atual ou por seu companheiro.  Um padrão similar ocorre ao redor do mundo.
B        Um estudo nacional recente revelou que um em cada seis casais americanos experimenta, pelo menos, um episódio de violência a cada ano. (1)   Em 3,4 milhões de lares, essa violência assume características graves como chutar, socar, morder e estrangular.  As mulheres agredidas por seus maridos são surradas em uma média de seis vezes ao ano.  Os especialistas estimam que de 25 a 34% de todas as mulheres são fisicamente agredidas por um homem de sua intimidade durante sua vida adulta.
C        Os estudos na Europa, Ásia, América Latina e Caribe revelam que o abuso contra as mulheres acontece em todos os lugares.  (2)  Nesses estudos, de 20 a 70% das mulheres informaram haver sido vítimas de violência doméstica.
D       O problema do abuso pode ser especialmente grave entre os adventistas, porque uma pesquisa anterior indica que a violência doméstica parece ser mais comum em denominações religiosas pequenas e conservadoras.
II     ABUSO SEXUAL
A        O abuso sexual também ocorre em grande escala em nosso mundo moderno.  Nos EUA, uma mulher é violentada a cada seis minutos e, pelo menos, uma em cada cinco mulheres serão vítimas de um estupro ao longo de sua vida.  40 a 50% de todas as mulheres sofrerão algum tipo de molestação sexual.
1.            Os dados internacionais revelam que um a dois terços das vítimas de estupro estão na faixa dos 15 anos ou menos.  O  número de estupros é especialmente mais elevado entre as mulheres que estão na idade dos cursos de II Grau ou superior, em muitos países.  E meio  milhão de meninas são estupradas antes de concluírem o II Grau.  A maioria dos estupradores não são estranhos, mas pessoas conhecidas da vítima.
2.            A sedução de mulheres por homens em posições profissionais (médicos, terapeutas, pastores, advogados e professores) acontece também em todos os lugares. 
Um estudo recente de ministros de várias denominações descobriu que um em cada quatro pastores admitiu haver-se engajado em alguma forma de comportamento sexual inadequado com uma mulheres de sua paróquia.
III   CONSEQUÊNCIAS PARA A SAÚDE
A        O abuso físico e sexual cobram grandes dividendos da saúde das mulheres.  Os ferimentos das mulheres que sofrem a violência conjugal incluem queimaduras, cortes, fraturas, choque e abortos, como também ferimentos permanentes como danos às articulações, perda parcial da audição ou visão, cicatrizes de queimaduras ou de facadas e mesmo a morte.
B        As mulheres espancadas têm também elevadas taxas de dor de cabeça, dores abdominais, dores musculares, constantes infecções vaginais e desordens alimentares e do sono.  A pesquisa recente indica também que a violência doméstica pode levar à artrite, à hipertensão e a enfermidades cardíacas.
1.            Mais de um terço dos atendimentos nos prontos socorros americanos são as mulheres com sintomas relacionados com o abuso do cônjuge.  As mulheres que foram estupradas ou assaltadas também têm um custo médico duas vezes superior ao das mulheres não-vitimadas.  Um relatório recente do Banco Mundial indica que o tratamento associado com o estupro e a violência doméstica consome grandes porções dos parcos recursos para a saúde e é aproximadamente o mesmo no mundo industrializado e em desenvolvimento.
IV    EFEITOS A LONGO PRAZO
 
A        Para muitas mulheres as conseqüências psicológicas do abuso são mais debilitantes do que o impacto físico.  Muitas mulheres vítimas de relacionamentos abusivos vivem em um constante estado de temor e terror devido ao abuso emocional, à humilhação e à constante ameaça à violência.  Muito da violência dos homens contra  as mulheres é motivado pelo ciúmes.  O abuso muitas vezes indica a perda da abertura e da confiança no relacionamento.
B        O abuso também tem conseqüências mentais de longo prazo.  Estudos nos EUA indicam que as mulheres que sofrem abuso requerem quatro a cinco vezes mais tratamento psiquiátrico e têm cinco vezes mais probabilidade de cometerem suicídio do que as mulheres não agredidas.  O abuso é também um dos mais importantes precipitadores das tentativas de suicídio entre as mulheres no mundo em desenvolvimento.
1.            O impacto psicológico e físico do estupro é também grave.  Mesmo muitos anos após o incidente as vítimas de abuso sexual têm mais probabilidades de diagnosticar desordens psíquicas tais como depressão, consumo de bebidas alcoólicas, consumo de drogas, desordens obssessiva-compulsivas e desordem de estresse pós-traumático, do que as mulheres não agredidas.   As vítimas, em todas as partes, devem também enfrentar a vergonha e o estigma que as culturas imputam à violação sexual.  Em alguns países o estigma do estupro é tão grande que as mulheres são levadas ao suicídio ou são assassinadas pelos parentes para restaurar a honra da família.
V      POR QUE OCORRE O ABUSO?
 
A        O status inferior das mulheres -  A maioria das culturas, na história mundial, assume a inferioridade das mulheres.  Espera-se que os homens sejam fortes, agressivos e dominadores e que as mulheres sejam passivas, submissas e dependentes.  Muitos homens crêem que devem sempre estar na liderança e serem pressionados para provar sua masculinidade em termos sexuais.
1.            O uso da força física ou psicológica para impor a sua vontade em geral ou pressionar a mulher a um relacionamento sexual não-voluntário pode ser um extremo de um comportamento masculino culturalmente prescrito mas não um afastamento dele.  De igual forma o papel subserviente no qual as mulheres têm sido socializadas pode levá-las a aceitar passivamente os esforços dos homens para iniciar o comportamento sexual.
2.            Não surpreende que a violência doméstica ocorra mais freqüentemente nos lares onde o marido domina a tomada de decisões na família e a esposa é uma dona de casa, sendo desiguais os recursos econômicos de marido e mulher.  Muitas mulheres estão preocupadas com seu sustento econômico se abandonarem seu marido violento.   Historicamente, os empregos abertos às mulheres, na maioria das sociedades, são inferiores em status e pagam menos do que aos homens.  Atualmente, nos EUA, os homens com formação superior ganham, em média, mais de $10.000 por ano do que as mulheres com o mesmo nível cultural.
 
B        A violência parece uma forma de resolver o conflito -  Na sociedade contemporânea a violência ocorre de forma geral como um método de resolução de conflito.  Nos programas da TV (desenhos), por exemplo, a violência é a primeira escolha na resolução do conflito e vai às últimas conseqüências, desde que a vítima socada ou explodida seja magicamente restaurada na próxima gravura.  Nos EUA, um em três maridos, e uma em quatro esposas, crêem que “um cônjuge esbofetear o outro” é um tanto necessário, normal ou bom.  De igual forma, a maioria dos estudantes do II Grau e do curso superior crê que sob certas circunstâncias o uso da força é aceitável para obter a relação sexual.
1.            Um modelo de violência -  O comportamento abusivo é muitas vezes aprendido pela experiência. Os homens que abusam de suas esposas têm grandes possibilidades de haverem sido espancados quando crianças.   As vítimas da violência muitas vezes testemunharam a violência conjugal ou foram psicológica ou fisicamente abusadas quando crianças.
O Uso e Mau Uso da Escritura
A Bíblia tem sido usado para provar o apoio ideológico e moral para uma tradição da superioridade do homem e para acentuar os rígidos limites para o comportamento de maridos e mulheres.
a)           Efésios 5:21-33 é provavelmente a passagem mais famosa usada para justificar o abuso contra as esposas da parte de seus maridos.  Muitos maridos crêem que a ordem de Paulo em Efésios 5:22, “As mulheres sejam submissas a seus próprios maridos”, dá-lhes a permissão para usar a força física.  Muitas esposas aceitam a violência como parte de sua porção na vida, ordenada por Deus.
 
b)           Essa visão interpreta mal os ensinos de Paulo.  Nessa passagem Paulo apela para submissão mútua de ambas as partes, marido e mulher (verso 21), e a ordem para as esposas se sujeitarem a seus maridos deve ser equilibrada pelas três ordens de que os maridos amem às suas esposas.   Nove dos treze versos descreve como os maridos devem nutrir e amar suas esposas.  De igual forma, Paulo explicitamente admoestou em Colossenses 3:19, “Maridos, amai a vossas esposas, e não as trateis com amargura”.
c)            O conselho de Pedro em I Pedro 3:1-9 tem também sido mal interpretado.  Pedro encoraja as escravas e mulheres cristãs a desempenharem o papel social ditado por sua cultura porque as pessoas de fora estavam acusando essas novas conversas de impiedade, imoralidade e insubordinação.   As esposas eram exortadas a envergonhar aqueles que as estavam injuriando ao serem submissas, gentis, silentes e virtuosas em seu comportamento a fim de que pudessem ganhar seus maridos para Cristo.  Contudo, o verso sete dessa passagem apela aos maridos a terem “consideração para com sua mulher”, e o verso oito encoraja a todos a serem “compadecidos”.
 
CONCLUSÃO:

Soluções:
Não há soluções fáceis para eliminar a violência contra as mulheres e as crianças, mas há muito que os adventistas podem fazer.
 
A        Como igreja, devemos tomar uma posição decidida sobre a questão do abuso físico e sexual e prover informação nos sermões, seminários, palestras e cursos sobre o abuso como um comportamento inapropriado. Também é necessário o treinamento sobre a paternidade.
 
O Que é Abuso?
(Entregar esta folha a cada membro de Igreja)
 
   O abuso contra a criança inclui  maus-tratos físicos, emocionais e sexuais.
   O abuso físico é uma agressão deliberada contra o corpo que produz ferimentos, tais como cortes, feridas, fraturas, queimaduras, e a desnutrição seletiva das filhas.
   O abuso psicológico ou emocional se refere a qualquer ação que ataca e destrói a auto-estima da criança e prejudica sua função social, emocional, intelectual e espiritual.
   O abuso sexual se refere ao envolvimento ou exposição da criança a atividades sexuais, incluindo prostituição forçada e mutilação genital feminina.
   O abuso contra mulheres  pode assumir várias formas.  Pode ser físico envolvendo empurrões, golpes, socos e o uso de armas perigosas e assassinato.  A agressão contra a esposa e a violência doméstica são outros termos usados para descrever esses comportamentos danosos.
   O abuso pode ser também sexual, envolvendo coerção e agressão sexual, ou exigências para uma resposta sexual irrazoável.
   No abuso econômico, a esposa é privada das necessidades básicas ou acesso negado ao gasto de dinheiro.
   Finalmente, o abuso psicológico envolve ataques verbais – crítica intensa, xingar e molestação verbal – e a constante erosão de sua auto-imagem. 
   O abuso também inclui impedimento de participação em atividades normais, privações que ameaçam a vida e isolamento dos amigos.
 
 
 
Os homens devem ser ensinados que Deus requer deles que assumam plena responsabilidade por suas ações.  A maioria dos homens abusivos não admitem a existência do problema.
De igual forma, as mulheres cristãs devem ser capacitadas e encorajadas a buscarem ajuda e devem receber a certeza de que Deus as aprova quando dizem não aos homens quando de um avanço sexual não desejado.  Tanto o agressor quanto à vítima devem receber a certeza da disposição de Deus de perdoar todos os pecados, incluindo os pecados do abuso.
B        Nós, como igreja, devemos reconhecer a verdadeira dor provocada pelo abuso físico e sexual.  Devemos prover oportunidades para a cura e reconciliação daqueles que foram feridos, e confrontação e devida assistência para os agressores.  As igrejas e associações/missões adventistas devem considerar a possibilidade de nomearem pessoas respeitadas e sensíveis de quem as vítimas de abuso possam receber apoio e devido encaminhamento.  Muitas mulheres hesitam em discutir seus problemas devido aos sentimentos de auto-acusação, vergonha, fidelidade ao agressor ou temor.
         Os grupos do ministério da mulher podem prover esses ouvidores empáticos às vítimas.  Vários países latino-americanos descobriram que a simples criação de delegacias de mulheres facilitaram grandemente a denúncia do abuso.
C        A ignorância e o estigma associados com a violência doméstica salientam grandemente a necessidade de que os pastores adventistas e outros obreiros e voluntários da igreja sejam instruídos com respeito ao abuso.  O tratamento insensível para com a vítima reforça a culpa e a humilhação.
D       Os ministros que provêem serviços de aconselhamento pastoral devem ser treinados para enfrentarem o abuso.  Infelizmente, os procedimentos padronizados de avaliação, na maioria das instituições de saúde, não incluem, rotineiramente, questões sobre abuso físico e sexual.
E        Como cristãos, devemos estender a mão às vítimas de abuso em nossas comunidades.  Cristo requer de Seus seguidores que cuidem dos indefesos, feridos e sem um intercessor (Mateus 25:31-46).  Algumas congregações devem estabelecer abrigos para mulheres e crianças vítimas de abuso.  Atualmente, nos EUA, há três vezes mais abrigos para animais do que abrigos para mulheres, e um terço das mulheres que buscam um abrigo não o encontram.
F        A violência é um indicador dramático do fracasso na comunicação e no relacionamento.  Nossas congregações necessitam realizar treinamentos para o controle da ira, nas capacidades de comunicação e nas alternativas para a violência e na resolução do conflito.  Esse treinamento nas capacidades interpessoais deve iniciar cedo.   Necessitamos ensinar a nossos filhos como ouvirem e negociarem, como expressarem seus sentimentos de forma regular e não destrutiva e a como respeitarem os direitos e necessidades uns dos outros.  As crianças aprendem a ouvir quando são ouvidas e aprendem a respeitar quando são respeitadas.
G       As abordagens eficazes de intervenção devem prover assistência para toda a família.  Todos os membros são afetados pela violência.
         Estudos científicos revelam que as mulheres praticam a violência contra os homens quase que com a mesma freqüência do que os homens contra as mulheres.  Parte dessa violência é em retaliação ou autodefesa, ma muito dela é iniciada pelas mulheres. (3)  Contudo, sendo que tipicamente os homens são mais fortes do que as mulheres, eles têm menor probabilidade de serem feridos e maior possibilidade de provocarem ferimentos graves em brigas violentas.
H       As igrejas necessitam estabelecer mecanismos para apresentarem o problema da sexualidade nas congregações.
         Resolver o envolvimento sexual do clero-membro ao transferir o ministro para um novo distrito é inapropriado e irresponsável.  A transferência do ministro não quebra o ciclo da repetição e possível escalada do abuso sexual.  Na maioria dos casos o mesmo comportamento ocorrerá no ambiente de uma nova igreja.  Os agressores reincidentes podem necessitar serem removidos também da obra ministerial.
I        A abordagem tradicional do conselheiro tem apenas limitado o sucesso no tratamento da maioria dos agressores.  Há uma qualidade compulsiva, repetitiva no comportamento de muitos agressores do sexo masculino.  Há pouca evidência compelente da eficácia de longo prazo do tratamento.  Quando há a reincidência, isso exige um longo período, e o manter o autocontrole é um trabalho de tempo integral para a vida toda, que somente pode ser obtido com sucesso mediante a dependência da força divina.
         A organização dos Estados Americanos, o Banco Mundial e as Nações Unidas reconheceram recentemente que a violência contra as mulheres é uma questão principal dos direitos humanos e de saúde.  A Igreja Adventista do Sétimo Dia não pode sentar-se confortavelmente enquanto muitos dos filhos de Deus estão sendo feridos.
Referências:

1             Murray A Straus e Richard J. Gelles, eds. Physical Violence in American Familes (New Brunswick, N.J: Transaction Books, 1991.)

2             Lori L. Heise, Alanagh Raikes, Charlotte H. Watts, e Anthony B. Zwi.  “Violence Against Women:  A Neglected Public Health Issue In Less Developed Countries”, Social Science and Medicine 39 (1990): 1165-1179.

3             Straus e Gelles; Lisa D. Brush, “Violent Acts and Injurious Outcomes in Married Couples: Methodological Issues in the National Survey and Families and Households”Gender and Society 4:56-67.

David R. Williams, Ph.D., M.P\H, M. Div., é professor associado e cientista da pesquisa na Universidade de Michigan.  Ruth Williams-Morris, Ph.D., é professora de psicologia no Southern College, em Collegedale, Tennesse.

 

A HISTÓRIA DA MARIA: ESTUDO DE CASO
Karen Flowers, Co-diretora do Departamento do Ministério da Família da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Ada Garcia-Marenko, Diretora, Centro de Aconselhamento e Orientação e Professora Associada do programa de Mestrado em Relações Familiares, Universidade de Montemorelos, México.


Faça prática esta Ilustração!!!


INTRODUÇÃO AOS APRESENTADORES DO SEMINÁRIO
         O objetivo desta apresentação é ajudar os participantes a compreenderem a natureza do comportamento abusivo, a mensagem subjacente que faz com que a mulher aceite o abuso e a forma pela qual as circunstâncias da vida de uma mulher espancada limitam sua opinião.  Ele também pretende demonstrar os tipos de experiências de libertação e crenças que podem tornar possível à vítima de abuso romper sua escravidão e buscar ajuda.
         Deve-se tomar cuidado com o uso desse exercício a fim de assegurar que a pessoa que fará a parte da vítima não seja de fato vítima de abuso ou, caso seja, que processe devidamente seu abuso pessoal com um conselheiro profissional.  A experiência é tão intensa para alguns  que foram vítimas de abuso que o processar a questão em uma seção de aconselhamento e fazer a parte da esposa, no drama, pode infligir mais dor.
         Uma vez que a história é uma composição de cenários das vidas de muitas mulheres espancadas, em várias partes do mundo, e uma vez que a dinâmica parece ser a mesma globalmente, o casal deve usar nomes adequados para sua região.
         A idéia para essa apresentação é derivada de um exercício desenvolvido pelo Duluth Project e por Ellen Penz.  Ver o livro de Marie M. Fortune, Violence in The Family; a Workshop Curriculum for Clergy and Other Helpers (Cleveland, OH: Pilgrin, 1991).
         O drama.  Ao o narrador ler o script, alguém que faz o papel da “vítima”, senta-se à vista de toda a audiência.  Conforme indicação do narrador, os participantes da audiência (previamente designados) colocam ou retiram as mantas dessa pessoa.

 

         Materiais necessários:  Oito mantas; uma cadeira.

ESTUDO DE CASO

Maria, 35 anos.  Seu marido Pedro pediu-a em casamento quando ela tinha dezesseis anos. Ela tem três filhos: um menino e duas meninas com idades de 9 a 14 anos.

         Quando Maria era menina, ela sempre ouvia seu pai proferir todos os tipos de palavras contra sua mãe, sempre que ousava discordar dele.  Mais de uma vez Maria se encolheu atrás da parede, temendo pela vida de sua mãe enquanto seu pai a espancava selvagemente sob a ameaça de jogá-la e às crianças na rua.  Mas quando Maria respondia aos homens, sua mãe a repreendia dizendo, “Você deseja se casar?  Se for assim é melhor começar a aprender a não responder aos homens da forma que o faz. Você é muito obstinada.  Por que você insiste em ter sua própria opinião?”  À resposta de Maria de que ela tinha de falar para que as pessoas soubessem como se sentia, sua mãe respondia, “Você não sabe que o que as pessoas mais detestam é uma mulher que não pode refrear sua língua?”  Quando Maria observava, “Você responde para meu pai!” Sua mãe suspirava, “É verdade, e você sabe as conseqüências”.   Mas quando Maria concluía que o melhor era não se casar, sua mãe se desesperava, “Não fale assim. Que tipo de mulher será você sem marido!”

(Peça a um participante para colocar uma manta sobre a cabeça de Maria, cobrindo de seus ombros até o chão.)

         Antes de Maria chegar à adolescência, sua mãe deu-lhe a incumbência de ensinar suas irmãs mais novas a cozinhar.   Na verdade, ela era responsável por todos os afazeres domésticos enquanto sua mãe trabalhava como faxineira para obter dinheiro para comprar roupas para os filhos.  Seu pai entregava algum dinheiro à sua mãe, mas este mal dava para comprar a comida, e ele exigia o que desejava comer, não importando o custo!  Sempre que Maria reclamava que queria continuar seus estudos, sua mãe respondia que para a mulher o estudo não era tão importante quanto para o homem.  Ela era necessária em casa e não podiam ficar sem a sua ajuda.  Ela também recebeu a mensagem de sua mãe de que era mais difícil para uma menina instruída encontrar um marido, porque os homens gostam de se sentir superiores e sentem-se ameaçados por mulheres com muita instrução.  Mediante essas e outras mensagens sutis, Maria aprendeu a considerar os homens como seres superiores, como senhores do lar e da vida das mulheres.  Maria foi ensinada que sua função era ser uma esposa obediente, trabalhadora, altruísta que não questionasse as palavras ou decisões do marido já que os “homens sabiam melhor”.  Ela devia ser dependente dele; o cuidado e afeição dele seriam em troca de sua obediência e devoção.
         Seu irmão estava recebendo lições muito diferentes quanto a seu papel na família e no mundo.  Ele estava sendo preparado para assumir a responsabilidade, para governar sua família com autoridade.  Quando menino foi enviado a um internato.

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