terça-feira, 30 de outubro de 2012

VIDAS CLARAS E BRILHANTES


3  Quem subirá ao monte do SENHOR, ou quem estará no seu lugar santo?
4  Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente. (Salmo 24:3,4).
“Quando o coração é puro, os olhos são limpos. A chama de Deus e a chama de uma vida pura. Só a podem conhecer aqueles que abandonaram todo o embuste e ilusão, toda a mentira e fingimento.” (Thomas Merton)
Conta-se a história que na província de Alberta, no Canadá, acontece um fenómeno natural, conhecido localmente como a “mistura das águas”. Aqui, dois rios importantes, o Kicking Horse e o Yoho, misturam-se e, sob o nome do primeiro, passam através de uma série de desfiladeiros e vales, num cenário maravilhoso. No ponto de encontro, o Yoho tem uma cor de giz opaco derivada de uma geleira, que lança nele os seus sedimentos.
O rio Kicking Horse também nasce do degelo de uma colina e, no seu começo, tem a mesma cor do Yoho, mas depois corre através de dois lagos no fundo de uma vertente, antes de encontrar o rio Yoho. Reduz, então, a sua marcha veloz e faz com que o seu sedimento glacial, mantido em suspensão pela correnteza, de deposite no fundo das águas calmas dos lagos. Os dois lagos constituem um sistema natural de filtragem que, depois de o rio passar por eles, deixam-no com as águas claras e brilhantes.
Da mesma forma, a fé acalma e limpa as vidas das pessoas, que têm sido descoloridas e sobrecarregadas pela acumulação de pensamentos perigosos e daninhos e por aceitarem conscientemente, ou de qualquer outra forma, muita matéria estranha, sob a égide de atitude erradas, tensões, distúrbios emocionais e culpa.
Goethe disse certa vez, com muita sabedoria e ternura: “Onde as lâmpadas ardem, ficam manchas de óleo; onde se acendem velas, ficam sinais de cera; só as luzes dos céus esplendem puras e imaculadas!”
Alguns homens e mulheres têm tido a sorte de descobrir o segredo da eliminação dessas causas de aflições físicas e emocionais. Como o rio fica limpo dos seus sedimentos, ao passar através de um lago profundo e tranquilo, assim eles voltam suas mentes para os lugares profundos da religião! A paz vem a essas pessoas e, o que é mais importante, aqueles temores e pecados que têm lhes tumultuado as mentes e abalado as emoções são vencidos e superados.
Talvez seja isto que o salmista queira dizer, quando afirma: “Guia-me às águas tranquilas. Refrigera a minha alma!”
Smiley Banton

domingo, 28 de outubro de 2012

A MENTE DE CRISTO

(1Co 2.16)

O Apóstolo Paulo diz haver dois tipos de pessoas: as psychikói (naturais) e as pneumatikoi (espirituais). Está completamente fora das possibilidades do homem natural compreender o Espírito, pois só quem tem uma mente desperta para ouvir a voz da consciência. Pode ouvir Deus.
É através desse auscultador que Deus colocou na pessoa em formação no ventre materno que o Espírito toma posse da mente e torna a pessoa crente. Filipenses 2:5,13.
Paulo fez uma afirmação ousada: "nós temos a mente de Cristo", por essa razão, o homem espiritual não vê as coisas da perspectiva do mundo, mas do ponto de vista do Salvador.
Ø Que acontece, quando se tem a mente de Cristo?
TEMOS UM DESEJO MAIOR DE SER SANTIFICADOS
SABEMOS que há na salvação três estágios: a conversão ou justificação, a santificação e a glorificação.
ØNo primeiro caso, há perdão dos pecados passados e um desejo de santidade, de não ofender mais o sangue que nos purificou.
ØNo passo seguinte, perdão dos pecados presentes, é neste processo que há o crescimento, a pessoa caminha com Deus, torna-se intimo de Deus, tudo o que faz o faz com Deus.
ØNa glorificação, é a ressurreição, a transformação deste corpo de humilhação num corpo semelhante ao corpo de Cristo ressuscitado, não há mais pecado.
Neste processo da santificação, há e haverá sofrimento e dificuldades, mas há e haverá muitas bênçãos, sobretudo, em termos de conforto, consolação, paz, tranquilidade, segurança e calma, coragem para a vida, força para as lutas do dia-a-dia.
Na verdade o Novo Testamento ensina que o oposto do sofrer não é o não-sofrer: mas é receber consolação. Por isso, Jesus disse: Mateus 5:4 “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.”
ü Certamente, no nosso desejo de maior santificação encontramos obstáculos: Um dos mais frequentes é a nossa tendência em fazer as coisas ao nosso jeito ou estilo próprio. A este sentimento podemos dar o nome que quisermos: os desejos da carne, pecado por habituação, o orgulho, o egoísmo, egocentrismo, “está na pele” dizem alguns..
Este nosso jeito de procurar a santificação afasta-nos dela: Isaías 53.6a resume muito bem: 'todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho". E isto não pode ser perdoado.
Tem que ser crucificado. Como foi dito por Paulo: " Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim." (Gál. 2.20)
Ou seja Paulo tinha aceite a expiação proporcionada pela morte de Cristo na Cruz. Não recorria mais aos métodos idealizados pelo homem para se justificar a si mesmo. Tinha morrido para algumas coisas, mas estava vivo para outras. “Cristo vive em mim” este era todo o segredo da mudança.
ü Outro obstáculo é a desobediência, tem origem na vontade não dominada. Submeter a vontade ao Espírito é imprescindível para uma vida de sucesso, mas é muito difícil, porque é sempre um processo doloroso, parece que não há anestesia para este processo, mas é a única forma de nos tornarmos filhos de Deus: "Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são os filhos de Deus." (Rom. 8.14).
ü Incredulidade é outra pedra no meio do caminho da santificação. Não me refiro a descrentes, mas a quem já professou a Jesus Cristo, quem se rendeu a Ele como Salvador. Quer dizer, sou crente em Jesus, confio que tem poder para me salvar, livrar do inferno, da morte eterna, mas não confio que me possa dar poder para viver?! " Sem fé é impossível agradar a Deus " (Heb. 11.6). Daí os constantes desafios à fé, e o pedido dos discípulos ao Senhor: " aumenta-nos a fé!"
O ANSEIO QUE O NOME E A GLÓRIA DO SENHOR SEJAM HONRADOS NA NOSSA VIDA.
Mesmo que isso signifique prejuízo, a oração do crente em Jesus Cristo será "Pai-nosso, santificado seja o Teu Nome", e acrescenta "seja qual for o preço a pagar". Quem tem esse sentimento vive para que Deus seja glorificado.
Para que isso aconteça, é preciso submeter-Lhe o controlo da nossa vida. Irmãos é minha convicção que uma das coisas que aprendemos mais depressa na vida cristã: é a mentir!
Mentimos no dia a dia, dizemos que confiamos em Deus, oramos e dizemos ao Senhor “confio em vós Senhor neste dia”, mas passamos os dias ansiosos, aflitos, alterados, mal-humorados, atribulados e culpados.
Mentimos quando cantamos "Quero ser um vaso de honra..." desde que não colida com o horário do jogo de futebol, da telenovela.
Mentimos quando cantamos na igreja: "Em mim vem habitar, ó vem Jesus..." cantamos mas evitamos a todo o custo que os colegas da escola, os companheiros do trabalho não vejam Cristo em nós;
Mentimos quando cantamos "Sonda-me, ó Deus, pois vês meu coração..." mas há sempre um lugar no nosso coração que seja só nosso e não queremos que Jesus lá entre.
Mentimos quando cantamos "São Teus ó Pai os Dízimos daquilo que nos dás..." mas muitos não trazem ao Senhor aquilo que é d´Ele, usamos, roubamos e aprendemos a fazer isso sem problemas.
Os exemplos de cantar uma coisa e viver outra são quase infinitos, no entanto, um crente com a mente purificada deseja que o Nome do Senhor seja enaltecido na sua vida em qualquer circunstância.
QUANDO SE TEM A MENTE DE CRISTO, TEM-SE IGUALMENTE O DESEJO DE VER TODAS AS COISAS DO PONTO DE VISTA DE DEUS.
Ou seja, tudo avaliamos pela balança de Deus, usamos a Sua escala de valores. Isso diz respeito ao que fazemos, ao que dizemos e, até, ao que pensamos, pois uma decisão impensada, palavras ou actos sem equilíbrio e ponderação terão consequências funestas.
Isso tem a ver com a importante e frequente pergunta, "Como saber a vontade de Deus?" A mente facilmente é afectada por outras vontades que não a de Deus.
üPor isso a Bíblia classifica a mente humana natural de psychikos, carnal (Col. 2.18), o que significa o estado natural do ser humano, que nesse plano não pode compreender as obras de Deus.
A mente natural é vaidosa (cf. Efésios. 4.17), ou seja, vazia (vaidade = vacuidade=estado vazio). Veja-se a história do rico sem juízo, o rico de mente vazia (Luc. 12.16-20). Gosta de péssimas companhias e usa palavras torpes.
Enquanto que a mente dominada pelo Espírito Santo é regenerada (cf. Ef 4.23; Rm 12.2), quer dizer gerada-outra-vez, refeita. Apesar do pecado, a graça de Deus agiu e purificou a mente porque as obras do diabo são destruídas (1Jo 3.8). A mente espiritual, purificada, é equipada por Deus:
Ler: "( Heb 8.10 )
Será que o Senhor já pôde fazer este pacto connosco, consigo irmão, contigo amado jovem?

CONCLUIR
Deixamos de receber a bênção por falta de as apreciar. Um pastor Americano contou uma experiência que um dia realizou uma cerimónia de casamento da filha de uma família abastada da igreja e no fim da cerimónia recebeu um presente: um par de luvas para o frio. Morava no Texas onde não há esse frio que exija o uso de luvas especiais. Por mais de um ano, não lhes deu uso, até que surgiu a primeira oportunidade para fazê-lo, foi calçá-las. O dedo não entrava porque a luva estava forrada. Tirou o papel que estava dentro de um dos dedos da luva e era uma nota de 100 dólares; e também no outro dedo, e no outro e nos cinco dedos daquela luva. E para maior surpresa, o mesmo aconteceu na outra mão, num total de $ 1,000.00 que ignorava nosso irmão que ali tivesse à sua disposição porque pensou que o presente era sem importância! Quem sabe muitos recebemos o convite de viver a vida cristão, mas não apreciamos o suficiente o convite?
É verdade: deixamos de receber as bênçãos celestes porque não as desejamos sinceramente, ardentemente. Ninguém se torna espiritual por si mesmo; somente o Espírito de Deus pode converter alguém numa pessoa espiritual, e a mente natural na mente de Jesus Cristo!

sábado, 27 de outubro de 2012

RESISTIR À OPOSIÇÃO

A mentira começou em 1903 com uma fotografia publicada num jornal matutino de São Petersburgo, capital da Rússia. Algo sobre uma estratégia sinistra para dominar o mundo. Um número surpreendente de pessoas dispôs-se a acreditar e a mentira se espalhou pela Europa durante a década seguinte. Primeiro como um boato, comentava-se às escondidas e, às vezes, abertamente. Finalmente, exigiram-se vítimas: seis milhões de judeus mortos pela fome, por gás e fuzilamento. Todos sacrificados por uma mentira iniciada por um pequeno grupo.
 

Já repararam que hoje em dia é cada vez mais difícil saber separar a verdade do engano? Há uma tendência cada vez maior de ver a verdade ao nosso jeito, ao nosso modo, especialmente as grandes verdades.

 

Actualmente, o importante é o que sentimos no nosso coração. "A pessoa tem que encontrar a sua própria verdade", esta é a filosofia corrente, "o que importa é estar bem".

 

Incontáveis vezes tentam persuadir-nos de que não existem respostas nem princípios definitivos, absolutos, tudo é relativo. Cada um deve ter os seus próprios princípios. É motivo de orgulho falar de tolerância, uma tolerância um tanto ou quanto barata em muitos sentidos, porque muitos pensam que na verdade, o que se crê não tem importância, desde que seja sincero, desde que se sinta que isso é a verdade!

 

Facilmente se esquece o perigoso que pode ser a mentira. Esquece-se que a mentira alimentada tem normalmente consequências trágicas foi o que se passou no holocausto dos judeus, a morte de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

 

Aquela notícia do jornal de São Petersburgo era um artigo mentiroso afirmava que os judeus tinham um programa para conquistar o mundo. Minutos após uma reunião dos sábios de Sião, o editor do jornal afirmou que haviam descoberto uma série de documentos nos quais um grupo de membros da sociedade secreta judaica tinha organizado o complô para dominar o mundo.

 

Primeiro, eles minariam a democracia europeia através da propaganda. Homens de negócio judeus provocariam o caos industrial aumentando os preços. Finalmente, com a sociedade gentia em ruínas, as cidades seriam destruídas de uma forma infalível, espalhando bactérias que provocariam doenças fatais.

 

O mito da grande conspiração judaica tinha nascido. Foram rotulados os protocolos dos sábios de Sião e milhões vieram a aceitá-lo como facto. Era tão fácil acreditar no pior daqueles que seguiam tradições diferentes que foram poucas as pessoas que colocaram em dúvida esta mentira verdadeiramente diabólica. Praticamente ninguém viu o terrível perigo. O mito dos protocolos espalhou-se por toda a Europa nas primeiras três décadas do século e ganhou projecção fazendo com que vissem em cada judeus motivos para suspeitas.

 

Cada tradição judaica era vista pelas pessoas em geral como parte da conspiração. Algumas pessoas questionavam-se e não davam importância à onda que se criava contra os judeus. A calúnia foi tomando proporções. Ela fazia parte das ideias de Hitler de purificar a Alemanha exterminando os judeus. Algo que julgaríamos inaceitável.

 

Pessoas viram vagões de comboios serem cheios de homens, mulheres e crianças com uma estrela amarela ao peito, a qual não podiam tirar.

 

Quando as pessoas passavam pelas filas de famintas vítimas dos campos de concentração, olhavam para o outro lado. Não tinham esses judeus tentado dominar o mundo? No fim, seis milhões de vidas humanas tinham sido destruídas num sacrifício graças à grande mentira. O triunfo dos protocolos com outros Estados Europeus tinha atingido um estágio tal que causou aquele enorme e triste holocausto.

 

Durante a Segunda Guerra Mundial a mentira era tão forte e convincente: Não tinha os judeus matado Jesus? Eles eram capazes de tudo! Como ter misericórdia deles? A onda do anti-smitismo foi esmagadora.

 

Irmãos, a verdade importa. É também uma questão de vida ou morte. Não chega sentir a verdade no coração, muita gente sentia em seu íntimo que os judeus precisavam ser exterminados, e durante a Idade Média, muitos bons cristãos foram tidos como hereges que precisavam ser exterminados. A temível inquisição levou avante uma obra mortífera porque líderes religiosos acreditavam que poderiam salvá-los de torturas piores no inferno.

 

Os cristãos realizaram cruzadas sanguinárias para tirar a terra santa aos muçulmanos porque acreditavam sinceramente que Deus literalmente exigia que Jerusalém estivesse nas mãos dos cristãos. Eles eram sinceros e zelosos. Muitos deram a vida, mas as suas crenças levaram-nos a um grande banho de sangue e a uma imperecível animosidade entre cristãos e muçulmanos.

 

O que cremos pode ser uma grande bênção ou um grande desastre. A verdade importa! A nossa crença importa! Esta é uma questão de vida ou morte.

 

As Escrituras Sagradas apresentam esta questão de forma bem clara. O apóstolo Paulo declara na carta aos Gálatas 1:8: "Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema."

 

Palavras fortes a do apóstolo. O verdadeiro evangelho de Cristo era muito importante para ele, não era apenas uma opinião, algo bonito de se crer. Era uma questão de vida ou morte. Ele admoestou os irmãos para estarem atentos a falsos evangelhos, ainda que apresentados com grande sabedoria humana!

 

O apóstolo João disse: "Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará flagelos escritos neste livro; e se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida." Apocalipse 22:18 e 19.

O mensageiro de Deus cria que proteger a integridade da Palavra santa era vitalmente importante. Existe a palavra de Deus verdadeira, mas também existem distorções dessa palavra. Há pessoas que adicionam as suas próprias palavras ou suprimem o que discordam. Há pessoas que não têm pejo em manipular a Palavra de Deus para atingir os seus próprios objectivos.

 

Essas falsificações da verdade ao aproximar-se o fim do tempo, e já estamos a viver esse tempo, digo-o em termos sociais, políticos, hoje ninguém nem os jornalistas questionam ou põem em causa qualquer atitude ou decisão do presidente dos Estados unidos. Hoje, vive-se uma situação económica de engano e de fragilidade, sim nós aproximamo-nos do clímax da história, em que será fácil acreditar na grande mentira de Satanás. Estamos no tempo da intensificação dos meios para que Satanás ilumine e inspire os governantes políticos e os líderes espirituais!

 

A onda do anti-semitismo já levou muita gente aparentemente honesta a participar de um terrível holocausto. Outra onda vai levar uma grande parte da população da terra a um desastre ainda maior. O livro do Apocalipse fala de uma besta, o anticristo, querendo o lugar de Cristo, o qual subverte a verdade de Cristo e lidera uma guerra contra o povo de Deus. Apocalipse 13:8 diz: "E adorá-la-ão todos os que habitam sobre a Terra. Aqueles cujos nomes não foram escritos no livro do Cordeiro."

 

Que pensamento terrível! Como poderemos ter certeza de que estaremos do lado certo? Este é um assunto de vida ou morte entre a verdade e a falsidade.

Existe um testamento que nos dá a chave para isso, um dos quadros mais corajosos de que tenho conhecimento, onde a verdade se coloca contra a mentira.

 

No terceiro ano de seu reino, Josafá, rei de Judá, desceu até ao norte em visita a Acabe, rei de Israel. Os dois reis conversavam do facto de Ramote Gileade ter sido capturada pelo rei da Síria, e Josafá propunha para os dois juntarem as suas forças e recapturarem a cidade. Ele declarou que iria com os seus exércitos à peleja, mas pediu que eles primeiro consultassem o Senhor.

 

Acabe decidiu, convocar os seus quase quatrocentos profetas. Estes entraram no palácio e Acabe perguntou: "Devo ir à guerra contra Ramote Gileade, ou devo desistir?"

Os homens responderam: "Vái, porque o Senhor a entregará nas tuas mãos."

 

Josafá ficou desconfiado daqueles profetas tão apressados e teve a sensatez suficiente para querer uma voz de verdade que falasse a grande verdade do verdadeiro Deus. Assim, perguntou: "Não há aqui um profeta do Senhor, ao qual possamos consultar?"

 

Acabe respondeu relutante que ainda havia um homem que possuía essas prerrogativas de saber o futuro, só que ele tinha uma atitude bastante negativa. Micaías, filho de Inlá, nunca tinha dito uma coisa boa a respeito dele. Mas Josafá afirmou que o homem deveria ser consultado apesar disso e Acabe concordou.

 

Quando Micaías estava a caminho, os quatrocentos profetas de Acabe tentaram ser mais convincentes, atingindo um verdadeiro frenesi. "Ataquem Ramote Gileade e serão vitoriosos", gritavam eles. Um homem fez um par de chifres de ferro e em seguida disse: com estes ferirás aos sírios e os destruirás completamente.”

 

Quando o mensageiro que fora mandado buscar o profeta de Deus, Micaías, o encontrou, deu-lhe um conselho: "Olha, todos os profetas a uma só voz já predisseram a vitória para o rei. Que tua palavra seja igual à deles. Fala favoravelmente."

 

Micaías olhou os olhos do mensageiro e respondeu: "Tão certo como vive o Senhor, o que o Senhor me disser, isso falarei."

 

Não é maravilhoso, não é confortador? Eis um homem que se importa com a verdade de Deus. Ele não se comprometia.

Bem, os dois chegaram ao cenário e Micaías ficou perante os dois monarcas, diante dos mantos reais reforçados por quatrocentos falsos profetas que berravam. Acabe virou-se em direcção ao profeta de Deus e perguntou: "Micaías, devemos ir à guerra ou devemos recuar?"

 

Enquanto as outras vozes se calavam, Acabe olhava para ele irado. Micaías decidiu então testar os outros. Zombando dos outros profetas por terem declarado tão prontamente: "Ataquem, porque o Senhor entregará a vitória na mão do rei." Micaías, na verdade, estava a dizer: Será que vocês querem mesmo saber a verdade? O que eles responderam: sim.

 

Então, Micaías disse: "Então disse ele: vi todo o Israel pelos montes, como ovelhas que não têm pastor." I Reis 22:17.

 

Não foi uma mensagem muito encorajadora. A decisão de Acabe de ouvir a verdade cai por terra. Ele vira-se para Josafá e reclama: "Eu não te disse que ele nunca profetiza nada de bom a meu respeito?"

 

Mas Micaías prosseguiu, erguendo-se diante das centenas de profetas que o reprovavam e disse ao chefe deles: "Vocês representam o espírito da mentira conduzindo o vosso rei para o desastre."

 

O chefe esbofeteou Micaías, mas o profeta permaneceu firme. No final, Acabe decidiu ignorá-lo. Ele mandou o profeta de Deus para a prisão e teimosamente marchou para a batalha e enfrentou o desastre que Micaías tinha predito.

 

Como foi que esse profeta enfrentou sozinho a pressão de tantas vozes juntas que o contradiziam? Ele pôs em mente dizer somente o que Deus lhe mandara. Ele tinha o firme apego à palavra do Senhor. Ele era fiel à verdade e mantinha-se firme.

 

Tinha uma mensagem clara que não poderia ser comprometida. Micaías, ao contrário dos outros, estava pronto a ouvir o que Deus dizia. Fosse notícia boa, notícia má, ou mais ou menos. Ele estava pronto a ir onde a verdade de Deus o conduzisse.

Amigos, podemos ter uma boa ideia aqui mesmo sobre nos posicionarmos no final. Quando as forças da falsidade ameaçarem varrer a verdade, podemos fazer a nós mesmos esta importante pergunta: estou pronto a ouvir tudo aquilo que Deus diz agora mesmo? Estou pronto a abraçar todas as verdades que a Sua Palavra revelar?

 

Esta é a chave. Nós não temos que ser heróis para ficarmos firmes no final dos tempos, mas apenas bons ouvintes. Devemos perseverar em ouvir o único e verdadeiro evangelho, as boas novas sobre Jesus Cristo que nos salva pela sua graça. Devemos continuar a ouvir a única e verdadeira palavra das profecias que descrevem o futuro e nos dizem como viver e como manter um relacionamento com o Senhor Jesus Cristo.

 

Se começarmos a ficar incomodados com o evangelho, se começarmos a ignorar parte da Palavra, se quisermos ouvir apenas parte do que Deus diz, estamos a pisar um terreno perigoso, chegaremos a um ponto em que vamos querer manipular a verdade em vez de ouvi-la. Vamos querer revisar a verdade em lugar de obedecê-la.

 

Que grande herança têm os cristãos que ouvem fielmente, que continuam ouvindo a verdade nos piores momentos e permanecem firmes nela. Lembremo-nos que o apóstolo Paulo a descreveu como uma grande nuvem de testemunhas, instando-nos a mantermos a vida cristã.

 

No ano 250 d.C., quando Décio era o imperador de Roma, um sábio cristão chamado Pónius foi conduzido à praça por soldados e caminhou duzentos metros a multidão estava de um e do outro lado do caminho. Ele tinha sido levado ao templo de Nemo e Mêmesis para pagar sacrifício e comer do templo.

 

Um oficial do templo aproximou-se e perguntou ao cristão se ele certamente sabia do decreto do imperador que o obrigava a fazer sacrifícios aos deuses.

 

Pônius respondeu humildemente: "Conhecemos o decreto de Deus no qual diz: mais importa obedecer a Deus que aos homens." Vários oficiais tentaram persuadir Pônius a oferecer o sacrifício. Ele permaneceu na recusa e finalmente o mandaram de volta para a prisão.

 

Alguns dias mais tarde, trouxeram-no de volta ao templo. Desta vez Pônius ficou chocado ao ver seu próprio bispo cedendo finalmente às ameaças e curvando-se perante os deuses.

 

Ainda assim, ele não foi contra a verdade. Pônius fez um discurso diante da multidão ali reunida, protestando contra o tratamento injusto que era dado aos cristãos, alertando sobre o julgamento por vir.

 

Quando os oficiais tentaram novamente fazê-lo comprometer-se, ele disse: "Eu gostaria de vos convencer a tornarem-se cristãos."Eles riram e responderam. "Não nos convencerá a sermos queimados vivos." Pônius respondeu: "É muito melhor de que serem queimados quando forem ressuscitados."

 

Alguns que assistiam ficaram impressionados com a eloquência de Pônius e a forma como enfrentava a morte. "Que educação!" exclamaram. Pônius queria que eles ficassem impressionados com outra coisa. Foi quando disse: "Reconheçam em vez disso a educação daqueles famintos, essa é outra coisa pela qual vocês sereis julgados."

 

Eu acho o testemunho desse homem de grande fé, muito comovente. A verdade importava, para ele era mais importante que a própria vida. Em vez de agonizar nos momentos finais da vida, ele alertou aquelas pessoas sobre o julgamento futuro. Em vez de se revoltar contra os seus perseguidores, mostrou-lhes os mandamentos de Deus, testemunhando sobre sua esperança em Deus.

 

Irmãos e amigos, quero ser como Pônius no final. Não quero ser levado pela onda da mentira, da falsidade; quero permanecer firme e seguro na verdade de Deus. E você? Vamos nos dispor a manter-nos juntos? Podemos começar agora, decidindo ouvir aquilo que Deus nos disser, comprometendo-nos com a sagrada verdade de Deus. Essa é a decisão, porque mantendo-nos firmes no verdadeiro evangelho de Jesus Cristo, firmes na sua verdadeira palavra, descobriremos como será ver Aquele que na Sua boca não se achou engano!

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

PIONEIROS PRECISAM-SE

(Filipenses 1:12-26)

Mais que qualquer outra coisa, o desejo de Paulo como missionário era pregar o evangelho em Roma. Centro do grande império, Roma era a cidade chave do seu tempo. Se Paulo conseguisse ganhá-la para Cristo, isso significaria alcançar milhões com a mensagem da salvação. O facto era realmente importante na agenda de Paulo, pois ele afirmava: “Depois que houver estado ali (Jerusalém), importa-me ver também Roma” (Rom. 1:15).
Paulo queria ir a Roma como pregador, mas em vez disso foi como prisioneiro! Podia ter escrito uma longa carta só a respeito desta experiência, mas afinal resume tudo nestas palavras: “As coisas que me aconteceram” (Fil. 1:12). O relato dessas coisas aparece em Atos 21:17-28:31 e começa com a prisão ilegal de Paulo no templo de Jerusalém. Os judeus pensavam que ele havia profanado o seu templo ao entrar lá com gentios, e os romanos consideravam que se tratava dum egípcio renegado que fazia parte da sua lista de “mais procurados”. Paulo tornou-se assim o ponto fulcral das conspirações políticas e religiosa e permaneceu como prisioneiro em Cesareia durante dois anos. Quando finalmente apelou para César (que era um privilégio de todo o cidadão romano), foi enviado para Roma. Durante a viagem, o barco sofreu um naufrágio! O relato dessa tempestade e da coragem e fé de Paulo é um dos mais dramáticos da Bíblia (Atos 27). Após três meses de espera na ilha de Malta, o apóstolo embarcou finalmente para Roma e para o julgamento que havia requerido na presença de César.
Para muitos, tudo isto teria parecido um fracasso, mas não para este homem que possuía uma “mente integral”, preocupado com a comunicação de Cristo e do evangelho. Paulo não baseava a sua alegria em circunstâncias ideais; encontrava-a, sim, em ganhar outros para Cristo. E, se as suas circunstâncias promoviam o avanço do evangelho, era quanto bastava! A palavra proveito (usada em 1:12) significa “avanço pioneiro”. Tratava-se dum termo militar no grego aos engenheiros do exército que vão à frente das tropas abrir caminho para novos territórios. Em vez de se considerar limitado na sua condição de prisioneiro, Paulo descobriu que as circunstâncias que estava a atravessar lhe abriam, na realidade, novas áreas no ministério.
Toda a gente tem ouvido falar de Carlos Haddon Spurgeon, o famoso pregador britânico, mas poucos conhecem a história de sua esposa Susana. Logo no princípio da sua vida de casada, a senhora Spurgeon ficou inválida. Parecia que dali em diante o seu único ministério seria o de animar o marido e orar pelo seu trabalho. Mas Deus deu-lhe a responsabilidade de partilhar os livros do seu marido com pastores que não tinham possibilidade de os comprar. Esse senso de missão levou em breve à organização do “Fundo do Livro”. Sendo uma obra de fé, o “Fundo do Livro” equipou milhares de pastores com os instrumentos necessários para o seu trabalho. Tudo isso era feito sob a orientação da senhora Spurgeon, na sua casa. Tratava-se dum ministério pioneiro.
Deus continua a desejar que os Seus filhos levem o evangelho para novas áreas. Ele quer que nos tornemos pioneiros e por vezes arranja circunstâncias tais que nós não podemos ser outra coisa senão pioneiros. De facto, foi assim que o evangelho chegou pela primeira vez a Filipos! Paulo havia tentado entrar noutro território, mas Deus fechou-lhe repetidamente a porta (Actos 16:6-10). O apóstolo queria levar a mensagem na direcção do leste, para a Ásia, mas Deus dirigiu-o no sentido do ocidente, para a Europa. Quão diferente seria a história da humanidade se Paulo tivesse podido prosseguir o seu plano!
Deus usa por vezes instrumentos estranhos para nos ajudar como pioneiros do evangelho. No caso de Paulo, houve três instrumentos que o ajudaram a levar o evangelho mesmo para a guarda pretoriana, as tropas particulares de César: as suas prisões (vs. 12-14), os seus críticos (vs. 15-19) e a sua crise (vs. 20-26).
 
1.      As Prisões de Paulo (1:12-14)
O mesmo Deus que usou a vara de Moisés, os cântaros de Gideão e a funda de David, usou também as prisões de Paulo. Mal supunham os romanos que as algemas que colocaram nos seus pulsos iriam libertar Paulo em vez de o prender! Assim escreveu ele posteriormente durante outro período de prisão: “Pelo que sofro trabalhos e até prisões, como um malfeitor; mas a palavra de Deus não está presa.” (2ª Tim. 2:9). Ele não se lamentava das suas prisões; pelo contrário, consagrava-as a Deus e pedia-Lhe que as usasse para o avanço pioneiro do evangelho. E Deus respondeu às suas orações.
Para começar, essas prisões deram a Paulo um contacto com os perdidos. Ele encontrava-se agrilhoado a um soldado romano durante 24 horas por dia. Os turnos mudavam de seis em seis horas, o que significava que Paulo podia dar testemunho, pelo menos, a quatro homens por dia. Imaginemo-nos um daqueles soldados, ligados por correntes a um homem que orava “sem cessar”, que falava constantemente com pessoas a respeito da sua condição espiritual e que escrevia frequentes cartas aos cristãos e igrejas espalhados por todo o Império! Não demorou muito que alguns destes soldados colocassem a sua fé em Cristo. Paulo pôde assim levar o evangelho até à classe da guarda pretoriana, algo que não teria podido fazer se continuasse sendo um homem livre.
Mas as cadeias possibilitaram a Paulo o contacto com um outro grupo de pessoas: os oficiais da corte de César. O apóstolo estava em Roma como um preso oficial e o seu caso era importante. O governo romano ia determinar a citação oficial desta nova seita “cristã”. Seria ela simplesmente mais uma seita dos judeus? Ou era de facto algo de novo e possivelmente perigoso? Imaginem como Paulo teria ficado contente ao ver que os oficiais da corte eram obrigados a estudar as doutrinas da fé cristã!
Por vezes, Deus tem de pôr “algemas” no Seu povo para o levar a realizar um “avanço pioneiro” que doutro modo jamais poderia ocorrer. As jovens mães poderão sentir-se presas ao lar enquanto cuidam dos filhos, mas Deus pode usar essas “algemas” para alcançar pessoas com a mensagem da salvação. Susan Wesley foi a mão de 19 filhos, numa época em que não havia electrodomésticos nem fraldas à venda! Dessa numerosa família saíram João e Carlos Wesley, cujos ministérios combinados abalaram as Ilhas Britânicas. Com seis semanas de idade, Fanny Crosby ficou cega, mas mesmo quando era ainda adolescente ela decidiu não ficar confinada às algemas da escuridão. A seu tempo, ela tornou-se uma força poderosa nas mãos de Deus através dos seus hinos e cânticos evangelísticos.
O segredo é este: quando possuímos uma mente integral, olhamos para as circunstâncias como se elas fossem oportunidades concedidas por Deus para o avanço do evangelho e regozijamo-nos no que Ele vai fazer, em vez de nos queixarmos acerca do que Deus não fez.
As prisões de Paulo não só lhe deram contacto com os perdidos, mas deram também coragem aos cristãos. Muitos dos crentes de Roma sentiram ânimo renovado quando viram a fé e determinação de Paulo (v.14). Tornaram-se ousados em “falar a palavra mais confiadamente, sem temor”. Esta palavra falar não quer dizer “pregar”. Significa sim, “conversa diária”. Sem dúvida que muitos dos romanos discutiam o caso de Paulo, pois assuntos legais desse género eram de primordial interesse para aquela não de legistas. E os cristãos de Roma que apoiavam Paulo aproveitavam-se dessas conversas para dizer algo de bom a respeito de Jesus Cristo. O desânimo pode-se espalhar, mas sucede o mesmo com o ânimo! Por causa da atitude jubilosa de Paulo, os crentes de Roma experimentaram novo entusiamo e testemunharam ousadamente de Cristo.
Enquanto me encontrava em convalescença no hospital, depois de uma operação, recebi uma carta duma pessoa que me era totalmente desconhecida e que parecia saber exactamente o que dizer para tornar o meu dia mais brilhante. De facto, recebi várias cartas desse irmão e cada uma era melhor que a anterior. Quando eu já conseguia movimentar-me um pouco, tive oportunidade de o conhecer pessoalmente. Fiquei pasmado ao descobrir que ele era cego, diabético e se encontra inválido devido à amputação duma perna (e desde então já lhe amputaram a outra perna) e que vivia com a sua velha mãe que tinha aos seus cuidados! Se algum homem usou alguma vez algemas, aquele era um deles! Mas se algum homem esteve alguma vez livre para ser pioneiro do evangelho, aquele foi um deles! Ele pôde falar de Cristo em reuniões levadas a cabo em liceus, prisões e em outros lugares. Ele tinha uma mente comprometida com Cristo; vivia para Cristo e para o evangelho. Consequentemente, partilhava a alegria de expandir o evangelho.
As nossas algemas poderão não ser tão dramáticas ou difíceis, mas não há qualquer  razão para Deus não nos usar do mesmo modo.
 
2.      Os Crísticos de Paulo (1:15-19)
Custa a crer que alguém se opusesse a Paulo, mas havia crentes em Roma que procediam exactamente assi, as igrejas ali encontravam-se divididas. Alguns pregavam a Cristo com sinceridade, desejando ver pessoas salvas. Outros pregavam a Cristo com fingimento, pretendendo tornar ainda mais difícil para o apóstolo a situação em que se encontrava. Este último grupo estava a servir-se do evangelho para atingir os seus próprios objectivos egoístas. Talvez pertencessem à ala “legalista” da igreja que se opunha ao ministério de Paulo aos gentios e à sua ênfase sobre a graça de Deus como oposta à obediência à lei judaica. A inveja e a contenda andam juntas, como juntas andam o amor e a unidade.
Paulo usa uma palavra interessante no versículo 17 – contenção, que significa “fazer um pedido para apoio”. O alvo de Paulo era glorificar a cristo e convencer as pessoas a segui-l´O; o alvo dos que criticavam era a autopromoção e o aumento de adeptos. Em vez de perguntarem: “Tens a tua confiança em Cristo?”, perguntavam: “De que lado estás? Do nosso ou do de Paulo?” Infelizmente, este tipo de “política religiosa” ainda se vê nos nosso dias. As pessoas que a praticam precisam de reconhecer que só se prejudicam a si próprias.
Quando se possui uma mente integral/convertida, consideram-se os críticos como constituindo uma outra oportunidade para o progresso do evangelho. Como um soldado fiel, o apóstolo foi “posto (designado) para defesa do evangelho” (v. 16). Ele conseguia regozijar-se, não no egoísmo dos seus oponentes, mas no facto de que Cristo estava sendo pregado! Não existia qualquer inveja no coração de Paulo. Não interessava que alguns fossem por ele e outros contra ele. O que realmente importava era a pregação do evangelho de Jesus Cristo!
É um facto da história que os dois evangelistas ingleses João Wesley e Jorge Whitefield discordavam em assuntos doutrinários. Ambos foram muito bem-sucedidos, pregando a milhares de pessoas e vendo multidões a aceitar a Cristo. Conta-se que alguém perguntou a Wesley se ele esperava ver Whitefield no céu e que o evangelista respondeu: “Não, não espero.”
“Então, não acredita que Whitefield seja um crente?”
“É claro que ele é um crente!” – disse Wesley – “Mas eu não espero vê-lo no céu – porque ele estará tão perto do trono de Deus e eu tão longe que não conseguirei avistá-lo!” Embora diferisse do seu irmão em alguns pontos, Wesley não sentia inveja dele, nem tentava opor-se ao mistério de Whitefield.
Em geral, a crítica é muito difícil de suportar, particularmente quando nos encontramos em circunstâncias difíceis, como no caso de Paulo. Como é que o apóstolo conseguia ter alegria mesmo sendo alvo de tantas críticas? Ele possuía uma mente convertida! O versículo 19 indica que Paulo esperava que o seu caso se encerrasse vitoriosamente (“disto me resultará salvação”) por causa das orações dos amigos e do socorro do Espírito Santo de Deus. Da palavra socorro (no grego) vem a nossa palavra coro. Sempre que uma cidade grega se resolvia a efectuar um festival importante, alguém tinha de pagar as despesas com os cantores e bailarinos. O donativo requerido tinha de ser avultado e, assim esta palavra veio a significar “prover generosa e abundantemente”. Paulo não dependia dos seus próprios e diminutos recursos; dependia, sim, dos recursos generosos de Deus, ministrados pelo Espírito Santo.
Paulo partilhava do avanço pioneiro do evangelho em Roma, através das suas prisões e dos seus oponentes; mas ele tinha um terceiro instrumento de que fazia uso:
3.      A Crise de Pualo (1:20-26)
Por causa das suas prisões, Cristo tornava-se conhecido (v. 13), e por causa dos seus críticos, Cristo era pregado (v. 18). Mas por causa da crise de Paulo, Cristo era engrandecido (v. 20)! Era possível que Paulo fosse considerado como traidor a Roma e depois executado. O seu julgamento preliminar havia-lhe sido, aparentemente, favorável, todavia o veredicto final ainda estava para vir. Mas o corpo de Paulo não lhe pertencia e o seu único desejo (porque ele possuía uma mente convertida) era engrandecer Cristo no seu corpo.
Será que Cristo precisa de ser engrandecido? Afinal de contas, como é que um mero ser humano poderá engrandecer o Filho de Deus? Bem, as estrelas são muito maiores do que o telescópio e, contudo, este torna-as grandes e trá-las para mais perto. O corpo do crente deve ser um telescópio que traz Jesus Cristo para junto das pessoas. Para o indivíduo em geral, Cristo é uma figura confusa na história e que viveu há séculos. Mas quando um descrente observa a maneira como um crente atravessa um período de crise, ele pode ver Jesus engrandecido e trazido para mais perto dele. Para o cristão que possui uma mente simples, Cristo está connosco aqui e agora.
O telescópio traz para perto de nós as coisas distantes, e o microscópio faz com que as coisas pequenas pareçam grandes. Para o descrente, Jesus não é muito grande. Outras pessoas e outras coisas são muito mais importantes. Mas quando o incrédulo observa a maneira como o cristão atravessa uma experiência de crise, ele deve poder ver como Jesus é, de facto, enorme. O corpo do crente é uma “lente” que faz com que um “Cristo pequeno” pareça muito grande, e um “Cristo distante” se veja muito mais perto.
Paulo não temia a vida nem a morte! De qualquer modo, o seu desejo era engrandecer Cristo com o seu corpo. Não admira que ele sentisse alegria!
Paulo confessa que está perante uma decisão difícil. Precisava de permanecer vivo para benefício dos crentes de Filipos, mas “dormir” em Cristo seria para ele muito melhor. A certeza que o “despertar” veria o seu amado Salvador era o seu anelo mais profundo. No entanto, o apóstolo chegou à conclusão de que Cristo queria que ele ficasse ainda por um tempo, não só para “maior proveito do evangelho” (v. 12), mas também para proveito “vosso e gozo da fé” (v. 25). Ele queria vê-los a contribuir para o “avanço pioneiro” para novas áreas de crescimento espiritual. Convém pensar onde quer Jesus o “avano pioneiro” hoje?
Que homem formidável é Paulo! Está pronto a adiar o seu “sono” (1 Tes. 4:13-16)  a fim de ajudar os cristãos a crescer, e está pronto a tudo para poder ganhar os perdidos para Cristo! (Rom. 9:1-3) .
E claro que a morte não o amedrontava de modo nenhum. Ela significava simplesmente “partir”. Esta palavra era usada pelos soldados; queria dizer “desmontar a tenda e seguir.”
Mas partida era também um termo político; descrevia a libertação dum prisioneiro. O povo de Deus está em cadeias por cauda das limitações das tentações da carne, mas a morte irá libertá-lo. Ou então, a libertação verificar-se-á na ocasião da segunda vinda de Cristo (Rom. 8:18-23), se esta tiver lugar antes. Finalmente, partida era um termo usado pelos agricultores; queria dizer “pôr o jugo aos bois”. Paulo tinha tomado sobre si o jugo de Cristo, que é fácil de carregar (Mat. 11:28-30), mas quantos fardos ele não carregou no ministério! Partir e estar com Cristo significaria pôr de lado os fardos, ver completada a sua obra terrena.
Seja como for, nada poderá roubar a alegria duma pessoa que possui uma mente convertida! “Porque para mim o viver é Cristo e o morrer é ganho” (v. 21).
O versículo 21 torna-se um texto valioso para a nossa vida. “Porque para mim o viver é ………e o morrer é ………”Preencha o leitor mesmo os espaços em branco.
“Para mim o viver é o dinheiro e o morrer é deixá-lo todo para trás”.
“Para mim o viver é a fama e o morrer é ser esquecido”.
Não, temos de fazer eco das convicções de Paulo se realmente queremos ter alegria apesar das circunstâncias, e se queremos participar no avanço do evangelho. “Porque para mim o viver é Cristo e o morrer é ganho!”
jcjc

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O SÁBADO


Você acredita que o ser humano precisa de um dia de repouso? Acredita também que Deus instituiu um dia para que o homem pudesse descansar?
O sábado, o sétimo dia da semana, é o dia de repouso. Segundo a Bíblia é o memorial da atividade criadora de Deus, quando o amorável Criador fez o mundo em seis dias e descansou no sétimo. (Gênesis 2:1-3)
É também o sinal de nossa redenção em Cristo Jesus. (Hebreus 4:9). Lembramo-nos que Aquele que fez originalmente todas as coisas e as declarou muito boas (Gênesis 1:31), trouxe-nos do reino do pecado para Seu próprio reino (Col. 1:13) e um dia fará novas todas as coisas (Apoc. 21:3). Portanto o sábado é a lembrança da criança e da Redenção.
O quarto mandamento da Lei de Deus, ordena-nos lembrar “do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu servo, nem tua serva, nem o teu animal, nem o teu forasteiro das tuas portas para dentro.” Êxodo 20:8-10
Esta lei divina é imutável em suas exigências. O sábado foi instituído antes de o homem pecar, e continuará na Nova Terra. (Isaías 66:23).
Quando seguimos a Cristo e zelosamente buscamos obedecer a Sua vontade, o mandamento do sábado não é pesado.
Cristo o Senhor do sábado habita em nós por Seu Santo Espírito, escrevendo os requisitos de Sua eterna lei sobre as tábuas de carne de nosso coração. (Hebreus 8:10 e 11)
Em vez de ser um dia de tristeza e restrição, o sábado é “deleitoso e santo dia do Senhor, digno de honra.” (Isaías 58:13). É um símbolo de nossa liberdade em Cristo.
Ao ter Ele nos libertado do domínio do eu e do mal, alegremente entramos em Seu dia de descanso. O sábado é um dia santificado. A bênção de Deus repousa sobre ele numa maneira que o coloca de parte dos outros seis dias.
É um dia em que nos afastamos dos trabalhos, preocupações e atividades comuns, para nos dedicarmos à festa espiritual que Deus nos preparou. Descansamos nEle, reunido-nos para o culto (Hebreus 10:25), edificando-nos uns aos outros em comunhão (verso 24), e ministrando àqueles em necessidades, de acordo com o exemplo de Jesus. (João 5:1-17)
Assim, no sábado, Deus nos dá um antegozo de nossa eterna habitação com Ele. Aprendemos qual o espírito dos remidos de todas as eras quando nos reunimos em torno do trono celestial e cantamos louvores pela salvação em Jesus Cristo. (Hebreus 12:18-24)
Embora o sábado fosse reiterado a Israel nos dez mandamentos dados no Sinai, foi intencionado por Deus para ser uma bênção para todas as nações.
Em Marcos 2:27 lemos: “O sábado foi estabelecido por causa do homem”.
O sábado é um sinal do poder criador e redentor; ele indica a Deus como a fonte da vida e do saber; lembra a primitiva glória do homem, e assim testifica do propósito de Deus em criar-nos de novo  à Sua própria imagem.
O sábado e a família foram, instituídos no Éden, e no propósito de Deus acham-se indissoluvelmente ligados um ao outro.
Neste dia mais do que qualquer outro, é-nos possível viver a vida da Éden. Devemos, no dia de sábado, meditar nas obras e maravilhas do poder de Deus.
Visto que o sábado é a memória do poder criador, é o dia em que de preferência a todos os outros, devemos familiarizar-nos com Deus mediante Suas obras.
No dia de sábado devemos meditar na natureza, tirar lições preciosas da Palavra de Deus, e guardá-las no profundo de nosso coração.
 
Ao Deus criar um dia de repouso, seu propósito era de fazer-nos felizes ao esquecermos das preocupações  da semana e dar assim um descanso à mente e ao corpo. Sua intenção era ver a família reunida e feliz no deleite do sábado.
Na última mensagem divina de advertência à humanidade, simbolizada pelos três anjos de Apocalipse 14:6-12, homens e mulheres são chamados novamente a reconhecer a Deus como Criador de todas as coisas, e ao mesmo tempo o chamado é também para que guardem os Seus mandamentos.
Desta maneira, no tempo do fim o  sábado surge com maior significado ao tornar-se um teste específico de lealdade para com Deus numa época de difundida apostasia. (Apoc. 13:8 e Apoc. 14:15)
Assim como a trajetória do sol através dos céus assinala os dias da semana e mostrando cada sétimo dia, como o sábado, o dia designado por Deus para repouso e adoração, também o pôr do sol marca os limites do sábado. A Palavra de Deus diz: “Duma tarde a outra tarde, celebreis o vosso sábado ”. Levíticos 23:32
Por ocasião da Criação, Deus pôs de parte o sábado e o abençoou. Gênesis 2:1-3. Agora Ele nos separa como Seu povo - e nos abençoa , (I Pedro 2:9 e 10).
Semana após semana, ao celebrarmos o sábado, somos assegurados que o santo dia é um sinal entre Deus e nós, para que possamos saber que Deus é o Senhor que nos santifica.
Talvez tenhamos até dificuldade de entender o que o sábado é o dia do Senhor.
Outras vezes até somos levados por tudo que ouvimos das pessoas
Mas, há uma fonte que é infalível. Esta fonte é a Palavra de Deus.
Na Bíblia encontramos um único dia de repouso. Este dia é o sábado.
Confie naquilo que Deus mandou escrever.
Você também sentirá que o sábado é um dia deleitoso, digno de honra e ao repousar no Senhor receberá as bênçãos que Deus prometeu.