sexta-feira, 20 de abril de 2012

Sermão de Casamento

Saudações.
Intr. Ler I Cor. 13:4-8, 13...
Estimados NOIVOS, após terdes satisfeito as formalidades legais que regem o estado matrimonial na nossa sociedade, tomastes a decisão de pedir a bénção de Deus, Ele está presente e estará sempre ao vosso lado, tanto mais intima seja a vossa experiência com Jesus tanto mais sentireis as bênçãos de Deus no vosso Lar.

Que o vosso coração seja sempre um altar sagrado do qual se ergam aos céus o perfume de uma vida inteiramente dedicada um ao outro sem nunca abandonardes aqueles que vos amam, especialmente os vossos queridos pais. No entanto, façam de Jesus o "Alfa" e "Ômega" da vossa vida conjugal.

I. O matrimónio é um diálogo.

A. Um diálogo entre duas criaturas racionais, inteligentes, livres, entre as quais deve haver igualdade absoluta.
Igualdade de condições, de liberdade de escolha e de expressão, igual oportunidade para o desenvolvimento e crescimento das virtudes e potencialidades morais, intelectuais e espirituais de ambos os cônjuges.
Sim, o casamento é um diálogo que, com muita frequência, termina cedo demais, lamentavelmente!
As consequências para os cônjuges, para a instituição da família, para a sociedade e para os filhos são desastrosas e irreparáveis. No propósito original de Deus, o diálogo, a comunhão entre os cônjuges devia continuar por toda a vida.
Com a queda do homem, Deus ordenou que o diálogo que agora inaugurais deve perdurar enquanto ambos vida tiverdes.

B. Lemos no relato sagrado que Deus, após ter criado a Adão como a coroa das obras de suas mãos, viu que não era bom que o homem estivesse só; e disse: "... far-lhe-ei uma adjutora (companheira)... e da costela que o Senhor tomou do homem, formou uma mulher e trouxe-a a Adão" Gén. 2:18, 22. 2. E disse Adão: "... esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne... Portanto deixará o varão o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne" Gén 2:23-24.

Aparentemente, há neste relato um paradoxo curioso e intrigante. Deus viu que não era bom que o homem estivesse só, por isto fez-lhe uma adjutora.
Sendo que o autor do Génesis (Moisés) segue certa ordem cronológica ao relatar os acontecimentos, já no sexto dia da semana da criação Deus declarou que tudo era muito bom. Adão já estava criado, mas Eva não existia ainda. Como podia
* Deus declarar que tudo era muito bom, mesmo sem Eva?
* Paraíso sem Eva? Que paradoxo!
* Não sabia Deus que Adão sem Eva estaria incompleto?
* E que a sua vida seria solitária, infeliz, mesmo no Éden?
* Não sabia Deus que a criação sem Eva estaria incompleta?
* Teria sido a criação de uma companheira para Adão o resultado de um segundo pensamento de Deus?
* Como pode Deus declarar que "tudo era muito bom" quando a Adão faltava uma companheira?
→ Deus mesmo viu que não era bom que o homem estivesse só. Sem Eva, estaria o homem realmente só no Éden?
→ Não visitavam os anjos celestiais com frequência o Paraíso, e não entretinham conversações com Adão?

→ E o Senhor Jesus e o próprio Pai não eram hóspedes frequentes do Éden?
• A grande verdade é que Adão sentia-se solitário, pois não tinha a possibilidade de diálogo de igual para igual entre Adão e os visitantes celestiais... Assim, Adão, enquanto lhe faltasse Eva, continuaria a sua vida na solidão mesmo no da luxuriante beleza do Éden.

→ O omnisciente Deus sabia de tudo isto! Por conseguinte, cremos que a criação de Eva era também parte do propósito original de Deus. Mas, Deus, na Sua infinita sabedoria e amor, permitiu que Adão experimentasse por algum tempo a vida em solidão, e que ele mesmo viesse sentir a necessidade de uma companheira; isto capacitá-lo-ia a apreciar com mais intensidade o dom de Deus.

C. Sim, a mulher é um dom de Deus! A mulher é uma preciosa dádiva da bondade e do amor de Deus pelo homem. Deus criou a mulher, instituiu o matrimónio, inaugurou o diálogo, transformou o Éden num Paraíso, pôs fim à solidão, completou a felicidade do homem. E o lar deve ser ainda hoje o pequeno paraíso do homem.

II. Mas aquele primeiro diálogo livre, espontâneo, aberto e franco, tinha linhas de comunicação desimpedidas, durou pouco.

A. Tristemente, muito pouco!
Lemos no relato sagrado acerca da primeira ruga, a primeira mancha, a primeira queixa, a primeira censura, a primeira acusação proferida pelo homem: "Senhor, a mulher que me deste por companheira... ela me deu da árvore, e comi."
Interrompeu-se o diálogo... Consequências desastrosas! Quantos diálogos interrompidos, quebrados há no mundo! Diálogo, queremos deixar bem claro. Pois monólogo há em abundância, incontáveis. Mas o matrimónio não deve ser um monólogo no qual um dos cônjuges fala e o outro ouve, um ordena e o outro obedece, um decide e o outro partilha das consequências da decisão. Não! Matrimónio é comunhão, é participação, é um diálogo enfim de igual para igual.

B. Mas o que teria motivado a quebra daquele diálogo idílico entre Adão e Eva? Adão pecou, escondeu-se, fugiu, separou-se de Deus, e o resultado inevitável foi Adão e Eva confusos, separado um do outro também.
As linhas de comunicação verbal e de comunhão entre o homem e a mulher foram interrompidas porque as linhas de comunicação e comunhão do homem com Deus estavam cortadas. O pecado do homem separou-o de Deus. Sim, o homem separou-se de Deus, e o resultado não podia ser outro. Diálogo interrompido! Adão e Eva atiraram a primeira pedra da discórdia, da desavença, da incompreensão no grande oceano da vida, e aquela primeira onda que se formou espraiou-se até aos confins da terra e atingiu a humanidade.

III. Mas graças a Deus, o diálogo não permaneceria quebrado.

A. Alguém devia tomar a iniciativa para restaurar as linhas de comunicação. Quem, Adão? Eva? O ofensor? O ofendido? Ouçamos o relato bíblico: "E chamou o Senhor Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás?"

Que quadro extraordinário! O ofendido em busca do ofensor. O ofendido Deus tomou a iniciativa. Que prova de amor! Que lição sublime! Deus, a parte ofendida, descendo do Céu para restaurar as linhas de comunicação que haviam sido cortadas pelo homem, e restabelecer o diálogo. Diálogo sim, primeiramente entre o homem e o seu Criador e, como resultado lógico, entre Adão e Eva, entre marido e mulher. Graças a esta provisão dos Céus é que vós vos achais neste momento festivo neste lugar para dizer: sabemos vamos enfrentar problemas, sabemos que o nosso diálogo de um ou outro modo será interrompido e estamos aqui em busca de uma bênção especial.

B. O diálogo que hoje iniciais será, sem dúvida, ameaçado frequentemente.

Não alimenteis a ilusão de que tudo serão rosas,risos, sons, luzes, cores e perfumes...

Mas por entre espinhos, choro, ais, trevas e vendavais, o diálogo deve, com o auxílio divino, continuar enquanto ambos vida tiverdes. E com a a presença de Cristo no vosso coração, o diálogo continuará para a alegria de todos os que vos queremos bem, para a vossa própria felicidade, e para a honra e glória de Deus.

Conclusão: Há uma lição que desejamos que fique indelevelmente gravada no vosso coração, e que deve nortear a vossa vida conjugal: O diálogo livre, espontâneo, positivo, enobrecedor entre marido e mulher, é o resultado direto da comunhão livre e santificadora entre o marido, a mulher, e o seu Deus.

C. (….), faz uso legítimo da tua privilegiada condição de cabeça do lar. Lembra-te de que, segundo o relato bíblico, a mulher foi o último ser criado por Deus, e também o mais terno e sublime. Se o homem é a cabeça, a mulher é a sua coroa - uma coroa para o esposo que é a coroa visível da criação de Deus. Portanto, ampara, proteje, e acima de tudo ama esta que é a tua coroa e glória.
(….), sê sempre a glória e coroa de teu esposo. Usa legitimamente de tua exaltada posição de honra, sendo sujeita ao teu marido, respeitando-o, e reverenciando-o no temor do Senhor. (Aos noivos) Nélson e Raquel: Que a providência divina vos una com os indissolúveis laços do verdadeiro amor, e que desfruteis as alegrias de um lar verdadeiramente feliz!
Pr. José Carlos Costa

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