segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A PROCURA DO CÁLICE SAGRADO

Gerações de crianças, ouvindo as aventuras do rei Arthur e os cavaleiros da távola redonda, têm ficado sabendo da maior das buscas: A procura do cálice sagrado.
Esta é uma lenda que realmente nos atrai. Um dos filmes mais famosos dos anos 80, “Indiana Jones e a Última Cruzada”, mostra o herói em perseguição a esse mesmo cálice sagrado, competindo com impiedosos nazistas pelo prêmio. O que é ou era afinal, esse cálice sagrado? De que modo está ligado à vida de Cristo? O cálice alguma vez realizou milagres? Será que algum dia iremos encontrá-lo?
Cavaleiros em armaduras brilhantes, como Sir Percival e Sir Calahad, partem para encontrá-lo, ou morrem tentando. Durante as cruzadas, um soldado de Gênova chamado Guglielmo afirmou tê-lo descoberto em Cesaréia. E bem mais recentemente, Indiana Jones, o extraordinário arqueólogo dos filmes de Steven Spielberg, lutou para entrar numa caverna misteriosa e teve que escolher o cálice verdadeiro entre uma porção de imitações. O cálice sagrado... possui uma mística incrível, uma incrível força de atração através dos tempos. O que é exatamente esse objeto supostamente milagroso? Existe alguma verdade por trás de todas estas lendas?
Tradicionalmente, fala-se ter sido o cálice que Cristo usou na Santa Ceia quando disse: “Bebei, este é Meu sangue" no novo testamento não existe nenhum registro cristão primitivo descrevendo este cálice ou dizendo alguma coisa sobre o que teria acontecido com ele. As notáveis histórias simplesmente começaram a circular.
O novo testamento fala muitas vezes sobre o sangue de Cristo, seu significado e poder. Pessoas piedosas ansiaram ter algum contato físico com esse sangue sagrado. O primeiro elo na lenda do cálice sagrado é José de Arimatéia. Ele é mencionado brevemente nos evangelhos como um discípulo rico que pediu a Pilatos o corpo de Cristo após a crucificação. José envolveu o Salvador em lençóis de linho e O colocou num túmulo. Essa é a última menção deste homem nas Escrituras. Mas em escritos posteriores, tal como, o “Evangelho de Nicodemos” enfeitaram a história.
José de Arimatéia, dizia-se, haver tomado posse do vaso, o cálice sagrado. Ele foi aprisionado, e depois, miraculosamente libertado. Mais tarde, ele viajou para o Ocidente com seu precioso artefato, chegando à Inglaterra e morrendo em Glastonbury. Outras lendas variam a história.
Em algumas, o vaso sagrado não é o cálice usado na Santa Ceia, mas uma terrina na qual José recolheu o sangue que vertia do lado de Cristo, quando Ele foi ferido pela lança do centurião. De qualquer modo, a Abadia de Glastonbury incentivou as lendas e tornou-se o centro de um culto ao cálice sagrado.
Durante muitos anos, peregrinos viajaram para lá, para se aproximarem do cálice sagrado que havia estado próximo do sangue sagrado. Mas outros lugares fizeram reivindicações similares através dos tempos. Alguns estudiosos viram uma ligação entre muitas histórias de cálices e uma seita chamada Albigenses.
No século 13, essas pessoas fugiram sob perseguição para as montanhas dos Pirineus, no sul da França. Livros têm sido escritos afirmando que o cálice sagrado era uma relíquia dos Albigenses e que o próprio cálice continua escondido em alguma caverna pirinéia. Um grupo francês, próximo de onde os Albigenses viveram, ainda mantém viva essa crença.
Houve também Guglielmo de Gênova. Ele navegou até a Terra Santa com um exército nas cruzadas em 1099 e participou da captura de Jerusalém. Quando estava em Cesaréia, ele conseguiu adquirir um brilhante cálice de esmeralda que acreditava ser o cálice sagrado. Algum tempo depois descobriu-se que o cálice era feito de vidro comum.
Pelo menos três lugares afirmaram possuir o cálice sagrado: Glastonbury na Inglaterra, as montanhas do Pirineus na França e Gênova na Itália. É claro que não existem provas para apoiar quaisquer dessas afirmações. Mas a mística do cálice sagrado é tão forte que as pessoas querem acreditar; elas anseiam ter algum contato físico com o sangue sagrado e assim fazem peregrinações a estes locais.
Para entender o apelo do cálice sagrado, é útil ver como o novo testamento fala sobre o sangue de Cristo, e como o próprio Salvador apresentou o Seu sacrifício. O sangue realiza mágica? Existe alguma base no novo testamento para o culto ao cálice? Isto pode surpreender algumas pessoas, mas as Escrituras falam do sangue de Cristo realizando maravilhas.
O escritor de Hebreus nos fala que o sangue de Cristo “...Purificará a nossa consciência de obras mortas para servirmos ao Deus vivo”! Em seguida, o apóstolo João nos assegura que o sangue de Jesus Cristo nos purifica de todo pecado. Pedro proclama que o precioso sangue de Cristo pode nos redimir de um modo de vida vazio, e o apóstolo Paulo escreve que o sangue de Cristo pode aproximar de Deus os alienados e afastados dEle. Estes são de fato milagres e maravilhas.
O sangue de Cristo é realmente poderoso. Quando os escritores do novo testamento falam deste sangue, estão, é claro, se referindo à morte sacrifical de Cristo na cruz. Ele tomando os pecados do mundo e morrendo em nosso lugar, é isso que quer dizer. Nas Escrituras, o sangue é identificado como vida. Asssim, quando ouvimos a respeito do sangue de Cristo derramado por nós, estamos sendo informados sobre a vida de Cristo dada por nós; o Salvador morrendo em nosso lugar.
O sacrifício de Cristo, o sangue de Cristo, de fato, opera maravilhas. A questão é, como entramos em contato com este poder? Como nos aproximamos da mágica?
Bem, é interessante notar que existe uma outra palavra que é usada de um modo bastante similar ao sangue no novo testamento. Essa palavra é “fé”.
Você sabia que muitas das coisas que se diz que o sangue faz, a fé também realiza? A fé forma uma parceria com ele. Por exemplo, ao lado da famosa frase, “redimido pelo sangue”, coloque a declaração “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé...” (Efésios 2:8)
Redimido pela fé. Sim. E salvo através da fé. Somos purificados pelo sangue? Mas somos justificados pela fé. Paulo destaca com ansiedade. Somos levados para perto de Deus pela sangue? Também recebemos a justificação de Deus pela fé. Somos redimidos de um modo de vida vazio pelo sangue? Também recebemos a promessa do Espírito pela fé, vida pela fé, caminhar pela fé, e superar pela fé. A fé e o sangue de Cristo vão de mãos dadas. Por quê? Porque a fé só tem valor quando está focalizada em Cristo, especificamente em Seu sacrifício por nós. E o sangue de Cristo, a vida de Cristo, tornam-se eficazes para nós, nos salvam e nos dão poder, somente se colocarmos nossa fé nEle. É simples assim.
É pela fé que nos aproximamos do sangue de Cristo. É como tocarmos no cálice sagrado, se assim preferem. E os escritores do novo testamento se esforçam para mostrar que este contato com a maravilha do sangue de Cristo é acessível a todos.
No capítulo 10 do livro de Romanos, o apóstolo Paulo lida com aqueles que pensam que a salvação é impossível de se obter. E o apóstolo diz que você não tem que subir ao Céu para obtê-la e nem tem que descer às profundezas em sua busca.
Ó amigo, como encontramos a salvação? Paulo nos responde: “A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos. Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo”. (Romanos 10:8 e 9)
A salvação está perto de nós. Tão perto quanto o nome de Jesus em nosso lábio, tão perto quanto o Senhor em nosso coração. Longas e difíceis peregrinações não são necessárias. Não temos que viajar até Glastonbury ou Gênova ou para alguma caverna nas montanhas da França para alcançar o cálice sagrado. Está logo ali. Tão próximo de nós quanto a mesa do jantar.
Você sabia que Jesus nos deixou um serviço memorial para nos mostrar quão perto sua salvação está de nós? É um serviço tão simples quanto o jantar diário que uma família participa junto. Sim. A Santa Ceia.
Você se lembra que os discípulos estavam reunidos em um cenáculo em Jerusalém para celebrar a páscoa? Jesus sabia que Seus inimigos estavam se aproximando para pegá-lo. Ele breve se separaria dos doze. Sua crucificação seria um terrível provação para eles, pondo em cheque a fé dos mesmos. Como poderia Jesus assegurar a esses homems que Ele ainda estava com eles em Espírito? Como Ele poderia ajudá-los a transformar sua fé em algo visível, tangível? Como poderia assegurar a eles que o grande mistério do Seu sacrifício poderia ser recebido tão clara e simplesmente como um pedaço de pão... da mão para a boca? Como?
Erguendo-se diante deles, partindo um pão, distribuindo-o, e dizendo: “Tomai e comei, este é Meu corpo, partido por vós”. Em seguida, passando por todos um cálice de vinho e dizendo: “Bebei dele todos, este é o Meu sangue derramado por muitos”. Esta é a Santa Ceia, esta é a maneira de Cristo dizer aos seus seguidores: “Ainda estou com vocês; estou bem perto, tão perto quanto o pão e a bebida em sua mesa”.
Lucas escreve que, no cenáculo, Jesus disse aos discípulos: “Fazei isto em memória de Mim”. O apóstolo Paulo escreve a mesma coisa em primeira aos Coríntios, citando as palavras do Salvador: “Bebam em memória de mim”. O serviço da comunhão é um modo de lembrar de Cristo, de fazer um memorial de Seu sacrifício, ou como Paulo diz, de "Proclamar a morte do Senhor até a sua vinda”. E o que lembramos quando erguemos o pão e o cálice até nossos lábios? Lembramos quão próxima a salvação se tornou. Jesus traz Seu sacrifício diante de nossos olhos; Ele o coloca em nossas mãos por assim dizer. A que distância? Lembre-se das palavras de Paulo: "Está tão próxima quanto a palavra da fé em nossos lábios, tão próxima quanto a resposta da fé em nosso coração.
Pessoas têm percorrido distâncias em busca do que crêem ser o cálice sagrado. Elas têm feito longas viagens para ver e talvez tocar nessa grande relíquia. Algumas têm perdido a vida nessa busca. De certo modo, a busca do cálice sagrado é uma das maiores ironias da história: as pessoas vão aos confins da Terra para encontrar o que Jesus tanto se esforçou para colocar na mesa da Ceia.
Pessoas embarcam em perigosas peregrinações para se aproximarem do que elas poderiam achar em qualquer serviço de comunhão. Não se engane quanto a isto. Existe poder no sangue de Cristo, poder sobrenatural, mas não há nenhuma mágica a descobrir no canto escuro de uma caverna, ou em algum túmulo distante. Descobrimos que ele é realidade no coração humano. O sangue de Cristo faz seu grande impacto quando unido à fé.
Em uma de suas grandes viagens missionárias pelo território da Inglaterra, John Wesley viajava por Hounslow Heath bem tarde da noite. Ele assustou-se com uma voz zangada gritando:
– Alto!
Um homem segurou o cavalo pelas rédeas e ordenou:
– Seu dinheiro ou sua vida!
Wesley esvaziou os bolsos. O ladrão não ficou satisfeito com as poucas moedas que conseguiu. Wesley convidou o homem para verificar suas bolsas de cela. Elas estavam cheias de livros cristãos. Desapontado, o ladrão virou-se para fugir, quando Wesley gritou:
– Pare! Eu tenho mais uma coisa para lhe dar.
O homem voltou e Wesley inclinou-se. “Meu amigo”, ele disse de modo solene, “talvez viva a tempo de se arrepender desse tipo de vida... se fizer isso, eu suplico que se lembre disto: “O sangue de Jesus Cristo, o filho de Deus, nos purifica de todo pecado”. O ladrão fugiu apressado sem falar e Wesley seguiu viagem, orando para que as poucas palavras que havia dito pudessem alcançar a consciência do homem. Anos depois, Wesley realizava um culto num domingo à noite em um grande edifício. Quando a reunião terminou e a multidão começou a sair, muitas pessoas ficaram perto das portas para ver o famoso Wesley, agora idoso e grisalho. Um homem forçou passagem através do grupo em direção a ele, dizendo que tinha que falar com o senhor Wesley. Finalmente ele pôde se apresentar. Ele era aquele ladrão que havia tirado algumas moedas do evangelista em Hounslow Heath. Ele disse que agora era um respeitado mercador na cidade, e melhor ainda, era um filho de Deus. As palavras ditas naquela noite a tanto tempo atrás, tinham sido usadas por Deus para levá-lo à conversão. O ex-ladrão tomou impulsivamente a mão de Wesley e a beijou com respeito e afeto. Numa voz repleta de emoção, ele disse:
– A você, caro senhor, eu devo tudo.
Wesley replicou suavemente:
– Não, meu amigo, a mim não, mas ao precioso sangue de Cristo que nos purifica de todo pecado.
Aquele ladrão havia encontrado o cálice sagrado. Não estava escondido como uma relíquia em algum túmulo exótico. Estava bem à mão o tempo todo... naquelas poucas palavras ditas sobre o que o sangue de Jesus pode fazer. O cálice estava bem próximo, tão perto quanto a confissão nos lábios do homem; tão perto quanto a fé em seu coração.
Como já disse, a lendária busca do cálice sagrado é bem irônica em certo sentido. Mas existe um sentido no qual essas histórias refletem uma verdade muito importante. Tome, por exemplo, as lendas associadas com o rei Arthur e os cavaleiros da távola redonda. Aqui, a busca do cálice sagrado se tornou a maior das aventuras dos cavaleiros. Após terem uma visão do cálice passando diante deles, todos os cavaleiros do rei Arthur saíram em busca do verdadeiro. Em suas várias aventuras ao longo da história, muitos se desviaram. Lionel foi tomado de uma fúria assassina, e a certa altura, quase matou seu próprio irmão. Gauvain tinha uma fraqueza por mulheres. Outros chegaram mais próximos do prêmio. A grande busca de Sir Lancelot transformou-se num épico em si mesma. A história da busca do cálice de Sir Percival tornou-se uma fábula de tentação com muito envolvimento, pecado, arrependimento e restauração. Mas o cavaleiro que finalmente descobriu o cálice sagrado em toda a sua glória foi Sir Galahad, o puro e nobre ideal da cavalaria e do romance religioso.
Ao encontrar a relíquia, ele experimentou uma incrível visão de Deus... e morreu em êxtase. Na verdade, estas são apenas lendas românticas. Mas existe uma verdade que estas histórias refletem. A procura do cálice sagrado é a maior busca da humanidade; não existe uma aventura maior nesta vida; não existe um tesouro mais rico que este para se procurar... o cálice que Cristo nos oferece. Ele vale o sacrifício de tudo. Ele vale a entrega de nossa vida. Não ousemos desprezar este presente porque Deus o trouxe tão perto de nós. Não ousemos trivializá-lo porque ele está tão perto quanto uma palavra de fé em nossos lábios. Ele ainda é o santo, o poderoso sangue de Jesus Cristo. Ainda é imensuravelmente um caro sacrifício.
Você continuará procurando bem distante o cálice sagrado? Ou você o dispensou por estar tão próximo, tão familiar? Em qualquer um dos casos, eu oro para que você, a partir deste momento, aceite o precioso dom da salvação através do sangue, do sacrifício do filho de Deus. Ele está muito próximo. Se confesse agora mesmo. Deposite a sua confiança neste Salvador que tanto lutou para trazer a salvação até aqui em nossas mãos na mesa da Ceia. Aqui junto a nós, simbolizada pelo pão e o cálice da comunhão Cristo a tornou muito acessível. Basta que aceitemos.
BRAÇOS ABERTOS
Letra e Música: Arinei B. Oliveira
Um homem chorando caminha sozinho
Ele sabe que o tempo já chegou
Carrega nos ombros a amarga tarefa
De amar aqueles que não têm valor
Abre Seus braços e Se entrega por você
Chora em angústia
Pois não sabe se você vai aceitar o Seu amor
Com os braços bem abertos
Cristo deu a Sua vida
O Seu sangue nos convida a olhar o Seu amor
Quem seria assim capaz de abrir os braços e dizer:"Vem meu filho, Eu preciso de você"!
Com os braços bem abertos
Cristo deu a Sua vida
O Seu sangue nos convida a olhar o Seu amor
"Vem meu filho, vem sem mais te demorar
Com os braços bem abertos
Eu morri pra te salvar
Com os braços bem abertos
Eu estou a te esperar
Talvez algum dia você compreenda
Toda angústia que Ele suportou por você
Jesus poderia cruzar os Seus braços
E deixar a humanidade perecer
Mas Seu amor foi maior que a Sua razão
Pois reconhece
Que sem Ele nossa vida é um mal sem solução
Gravado por Alessandra Samadello no ABLP.555001 da Gravadora ABBO
ORAÇÃO
Pai nosso, chegamos a Ti como seres humanos pecadores que precisam de ajuda. Temos estado em constantes buscas que não nos levam a lugar algum. E agora queremos fixar nossos olhos, nossa fé, somente no dom da salvação em Jesus Cristo. Obrigado por morreres por nós perdoando assim os nossos pecados. Obrigado por viveres por nós como Redentor e Rei. Aceitamos esse sangue que nos purifica e colocamos a nossa fé em Ti. Amém.

A ORIENTAÇÃO DIVINA NA TRADUÇÃO DA SEPTUAGINTA

A Septuaginta é a mais antiga versão grega do Velho Testamento. Sua tradução do hebraico foi um trabalho de erudição feito por judeus, e considera¬da primeiramente por eles, como obra de suma estimação.
Escrito¬res judeus como Philo e Josefo a usaram preferentemente, senão exclusivamente nas suas obras. A Septuaginta foi instrumento de su-prema importância na expansão e preservação do judaísmo, pois os judeus que, afectados pela Diáspora, moraram distantes da terra dos seus pais, tiveram na Septuaginta estímulo suficiente para guardar fidelidade à “Lei” (Torah).
Foi através da Septuaginta que o mundo grego, pela primeira vez teve contacto com a revelação do Velho Testamento, dando oportunidade para os não-judeus estudarem os escritos hebraicos. “A atitude mais generalizada entre os gregos que tiveram conhecimento do Velho Testamento (Septuaginta), foi considerar que este livro e o Cosmos estão relacionados mutua¬mente e devem ser entendidos jun¬tos.” (1)
A Septuaginta tornou-se um meio de levar o conhecimento da religião judaica para o vasto mun¬do gentílico, com importantes re¬sultados na conquista de prosélitos. Foi através da Septuaginta que as profecias relativas ao pro¬metido Messias tornaram-se co¬nhecidas na linguagem universal, cerca de 300 anos antes do nascimento de Cristo. Além disso, aplainou o caminho para o advento do cristianismo e das missões cris-tãs.
Durante o alvorecer do cristia¬nismo, a Septuaginta foi as Sagra¬das Escrituras, tanto dos cristãos como dos judeus, em razão do grego ser a língua amplamente falada naqueles dias. Usada pela igreja primitiva como estandarte na difu¬são da sua mensagem, a Septuaginta capacitou-a, por isto, a descobrir um ponto de contacto (Actos 8:26-40) entre os gentios que pre¬viamente foram atingidos com o seu conhecimento. (2)
Em relação ao surgimento da “Vulgata Latina”, Agostinho afir¬ma que Jerónimo usou a Septuaginta na sua estrutura canónica, e não o hebraico original, como base para sua tradução. (3) Orígenes de Alexandria incluiu a Septuaginta na sua monumental obra de compi-lação escriturística denominada Héxapla (230-240 AD). O impera¬dor Constantino, convertido ao cristianismo, na sua homília, du¬rante o Concilio de Nicéia (325 AD), recomendou ao mundo cris¬tão a leitura da Septuaginta como fundamento dos princípios da fé e para resguardar-se das heresias.
Muitos vocábulos bíblicos do ori¬ginal hebraico, ao serem traduzi¬dos para o vernáculo, sofreram alterações de interpretação que so¬mente, graças à linguagem da Septuaginta, são esclarecidos e interpretados com exactidão para se co¬nhecer a vontade de Deus.
A produção da magna obra, que é a Septuaginta, pelos resultados gerados, faz parte dos eventos proféticos que convergem principal-mente no advento de Cristo a este mundo. Esta asserção encontra-se alicerçada na análise histórica e na interpretação profética dos aconte-cimentos que precederam o início de nossa era. A interpretação dos fatos históricos que emolduram o surgimento da Septuaginta, evita o vaticínio após o evento, que minimiza a sua influência, deixando, porém, expostos claramente, os si¬nais providenciais de Deus, diri¬gindo e orientando o afloramento desta obra.
A Expansão do Helenismo nos Desígnios Divinos:
É possível sentir de modo palpável a mão da Providência, conduzindo especificamente o surgimento da Septuaginta, desde a expansão do helenismo, graças às campanhas bélicas de Alexandre o Grande. Este gênio militar, embebido des¬de a mocidade pelos conceitos filo¬sóficos de seu tutor, Aristóteles, desenvolveu profunda reverência e amor por todas as expressões da cultura helénica: literatura, arte, beleza, e principalmente a lingua¬gem grega (1 Cor. 1:22 ú.p.) Deus tinha um propósito quando determinou o curso da História. E a na¬ção grega foi “chamada por Deus para realizar um trabalho — um es¬pecífico trabalho”. (4)
Duzentos anos antes do estabe¬lecimento desse império, Daniel re-presentava-o profética porém inteligivelmente, como o “ventre e os qua-dris de bronze da estátua do sonho de Nabucodonosor” (Dan. 2:32-35), ou como um leopardo com quatro asas nas suas costas (Dan. 7:6), ou mais conclusivamente, como o bo¬de que vinha do ocidente sobre to¬da a terra (Dan. 8:5-8). Na mesma linguagem simbólica, Alexandre é introduzido nos anais divinos, co¬mo o “príncipe da Grécia” (Dan. 10:20) que “reinará com grande domínio” (Dan. 11:3). (5)
Contava Alexandre apenas 20 anos de idade (336 AC), quando co¬meçou a iluminar o horizonte da História como fugaz estrela que brilha no zénite do firmamento e desaparece em rápido declínio. Em apenas oito anos de invictas batalhas Alexandre apossou-se dos confins do mundo conhecido: Granico, Ásia Menor, Issus, Tiro, Ga¬za, Palestina, todo o Egito, Arbela, Babilônia, Susã, Báctria e Índia. No Egipto, como por vaticínio, fun¬dou Alexandria, cidade-berço da Septuaginta.
E notório o fato registado por Josefo, ao relatar a chegada de Alexandre à cidade de Jerusalém no comando dos seus invencíveis esquadrões. (6) Tremenda consterna¬ção apossou-se da população quando tornou-se conhecida a iminente chegada do guerreiro grego. En¬tretanto o sumo sacerdote Judas, movido por um sonho nocturno, de¬cidiu enfrentar o conquistador. Ataviado com suas vestes sacerdotais e acompanhado por um séqui¬to de sacerdotes em níveas vesti¬mentas, aguardou a aproximação de Alexandre. Este, para surpresa das suas milícias e generais, cur¬vou-se reverente diante do sacerdo¬te, ao divisar o nome de Deus gra¬vado na mitra do líder religioso. (7)
Alexandre permitiu aos judeus observar suas próprias leis, conce¬deu excepção de tributos durante os anos sabáticos, e os estimulou a re¬sidir em Alexandria, com privilé¬gios iguais aos dos cidadãos gregos. (8) E compreensível, a partir deste facto, o interesse demonstra¬do pelos gregos em adoptar as for¬mas e cerimónias de adoração dos judeus, e até a arquitectura do Templo de Jerusalém tornou-se um modelo imitado pelos artífices gregos.
Desta maneira, dois factores im¬portantes à difusão da Palavra Di¬vina estavam já assentados: a universalidade do poder e linguagem gregos, e a influência da religião judaica no esquema do novo impé¬rio. Porém, o cumprimento profé¬tico dos eventos sucessivos a este prelúdio de domínio universal, de¬terminaram com maior precisão o ambiente adequado à produção da Septuaginta. O Omnisciente Deus, que conhece os mistérios que en¬volvem os acontecimentos históri¬cos (Dan. 2:28), diante da hegemo¬nia de um poder sustentado espiri¬tualmente pelas falácias mitológi¬cas e divagações filosóficas, pre¬servou através da influência do Seu Espírito, na dinastia dos Pto¬lomeus, a atmosfera espiritual ne¬cessária à elaboração da Septuaginta.
De fato, a mão do Criador e Sustentador estava guiando o suceder histórico na expansão do helenismo previamente fixado, e no esta-belecimento de uma dinastia capaz de permitir a difusão dos Escritos Sagrados em idioma internacional.
Selêucidas e Ptolomeus:
A morte prematura de Alexandre o Grande (323 AC), não houve her-deiro para ocupar o trono do conquistador, pois seu filho mais ve¬lho contava apenas cinco anos de idade. O império era vastíssimo para ser dirigido por um líder im¬provisado. Assim, durante 20 anos sucederam-se lutas intestinas en¬tre oito generais insuficientemente fortes para suceder Alexandre, e que culminaram (302 AC) com a divisão do império em quatro reinos: Ptolomeu tomou o Egipto; Se¬leucidas apoderou-se da Síria e de to¬da a região Leste; Lisímaco apos¬sou-se da Trácia e Ásia Menor; e Cassandro ficou com a Grécia. Pou¬cos anos depois, Lisímaco apodera¬va-se da Grécia, para depois (281 AC) ele mesmo sucumbir aos embates de Seleuco, reduzindo a dois os governos sucessórios do impé¬rio grego: Selêucidas e Ptolomeus. Jerusalém e toda a Palestina fi¬cavam sob o governo dos Ptolo¬meus, que demonstraram grandes favores para com o povo, judeu; não assim os Selêucidas, quando foi a sua vez de dominar a terra de Israel.
A dinastia dos Selêucidas, fun¬dada por Seleuco 1 (Nicátor), um dos generais de Alexandre, teve uma sucessão de governantes de nome Seleuco e Antíoco, com clara ambição de manter sob seu contro¬le a cidade de Jerusalém. Isto aconteceu em 199 AC, quando An¬tíoco III, cognominado “O Gran¬de”, venceu os Ptolomeus na bata¬lha de Paneion, transferindo para seus domínios o território da Pa¬lestina. Antíoco III mostrou-se ini¬cialmente generoso com o povo ju¬deu. Reduziu a um terço os tributos da população de Jerusalém e providenciou meios para reconstruir o Templo. (9) Esta estratégia política produziu os resultados propostos, ao conseguir que vários líderes judeus estimulassem a helenização da Palestina, despertando, não obstante, patentes repulsas entre os mais ortodoxos.
A crise chegou ao seu clímax durante o reinado de Antíoco IV, Epifanes. Onias, sumo sacerdote em Jerusalém, foi despojado do seu cargo por judeus favorecidos política e financeiramente pelo novo governo. Jason, judeu adepto do helenismo, intitulou-se a si próprio sumo sacerdote, concedendo grandes tributos a Antíoco IV em troca de proteção e outros privilégios. Jason estimulou a construção de um ginásio em Jerusalém, favoreceu a implantação de práticas gregas, e identificou muitos lugares públicos com nomes gregos. Menelau, um benjamita, adquiriu o título de sumo sacerdote pagando um tributo maior do que Jason.
Os judeus ortodoxos, que ficaram escandalizados quando Jason foi nomeado sumo sacerdote, demonstraram profunda consternação quando Menelau, um benjamita, aspirou ao sumo sacerdócio.
Levantou-se, então, uma disputa entre facções de judeus, muito bem aproveitada por Antíoco Epifanes. Este rei avançou sobre Jerusalém (169 AC), num dia de sábado — quando os ortodoxos não poderiam se defender — matando grande número de judeus contrários a Menelau. Os muros e as fortalezas da cidade foram destruídos, e removidos todos os traços da fé ortodoxa. O Deus de Israel foi identificado com Júpiter, e uma
imagem esculpida com barba abundante — deidade pagã — foi erigida no altar do Templo (6 de dezembro de 167 AC). (10) No mesmo altar foram oferecidos escarnecedores sacrifícios de porcos, substituindo a imolação de cordeiros. Os judeus foram proibidos, sob pena de morte, de praticar a circuncisão, observar o sábado ou celebrar as festas religiosas do calendário judaico. Muitas cópias das Sagradas Escrituras foram destruídas e queimadas. A cidade tornou-se uma colo,ia militar, onde a lei de segurança era aplicada com
muita crueldade. Um idoso escriba chamado Eleazar, foi "flagelado até morrer por ter-se negado a tos da população de Jerusalém e consumir carne de porco”. (11)
Guardas militares foram designados em todo o território judeu para fiscalizar a celebração de sacrifícios pagãos, e induzir os judeus a tais práticas, por meio de força. "Por causa destes, os residentes de Jerusalém fugiram; ela tornou-se guarida de estranhos" (I Mac. 1:38).
No primeiro livro de Macabeus (livro apócrifo), encontra-se o relato da enérgica posição assumida
pelo sacerdote Matatias, quando compelido por um oficial grego, a oferecer sacrifício pagão. Um outro sacerdote, temeroso das conseqüências, ofereceu o sacrifício.
Matatias, apesar de idoso, avançou decidido contra o oficial e o apóstata dando-lhes cruenta morte. Matatias e seus cinco filhos organizaram então, uma resistência bélica, conhecida com o nome de
Revolta dos Macabeus, a qual, em levantamentos esporádicos, persistiu até o início da hegemonia romana.
Sob o domínio dos Selêucidas, a preservação das Sagradas Escrituras e sua tradução à língua corrente, seria impossível. O desígnio de Deus, porém, permitiu que outro ramo do mesmo tronco — os Ptolomeus - garantissem as condições favoráveis para a tradução da Septuaginta.
A dinastia dos Ptolomeus iniciou-se em 320 AC, com o governo de Ptolomeu I, providencialmente cognominado Soter, que significa "salvador". Teve seu centro administrativo em Alexandria, onde os judeus tiveram tratamento humanitário, e onde a religião e o pensamento judaicos transformaram-se em
verdadeiros focos de propagação.
Os judeus da Palestina desfrutaram de florescente período de prosperidade sob o domínio dos Ptolomeus. Os tributos eram pagos para o governo estabelecido no Egito, porém os assuntos da comunidade judaica eram administrados pelo sumo sacerdote. A grande figura deste período foi Simão o Justo, o qual é descrito no apócrifo Livro Eclesiástico como "grande entre seus irmãos e glória do seu povo". Simão reparou os muros da
cidade e o Templo de Jerusalém, dirigindo ao mesmo tempo, a construção dum grande reservatório
d'água para suprir as necessidades deste elemento durante as estações secas. No entanto, nenhuma expressão da fé judaica teve maior penetração e influência no ambiente pagão, do que a tradução da Septuaginta.
A Tradução da Septuaginta:
O relato sobre as circunstâncias que envolveram a tradução da Sep-tuaginta, é extraído dos escritos de Josefo e de urna antiga carta do sé-culo II AC, supostamente escrita por alguém chamado Aristéias, e enviada ao seu irmão Filócrates. Nesta carta é referido o conselho que Ptolomeu II Filadelfo recebera de seu bibliotecário, no sentido de obter uma tradução das Escrituras Hebraicas para a sua biblioteca real.
Ptolomeu Filadelfo, amante das artes e das letras, solicitou do su¬mo sacerdote Eleazar, de Jerusa¬lém, que lhe enviasse um grupo de judeus eruditos e versados nas duas línguas com uma cópia fidedigna da “Lei” (Torah). Os esco¬lhidos foram 72 judeus, represen¬tando as doze tribos de Israel, os quais, chegando à Alexandria, foram recebidos com muitas honra¬rias e hospedados isoladamente em aposentos da ilha de Pharos. Terminada a tradução, esta foi lida diante de massiva concentração de judeus e gregos, e entregue ao rei, entre frenéticos aplausos e salvas.
Jerônimo, padre da igreja cristã, relata que cada um dos tradutores fora colocado em aposentos separados, e que, logo após a conclusão do trabalho, as versões acharam-se miraculosamente idênticas. (12)
Deus orientou e levou a efeito cada um dos eventos, previamente pressagiados, que envolveram o surgimento desta monumental obra, a Septuaginta. Foi erigida para tes¬temunhar da originalidade e autori¬dade do texto hebraico, e para man¬ter a ligação da Palavra Divina com o classicismo de todas as épocas.

Referências:
1. Würthwein, Ernst. "The Text of the Old Testament" (Eerdmans Pub. Co. Michigan, 1979), pág. 49.
2. Septuaginta; edidit Alfred Rahifs (Privilegieite Württembergische Bibelans Talt. Stuttgart, 1952), pág. xxii.
3. Würthwein, Ibid.
4. Haskell, Stephen N. "The Story of Daniel the Prophet" (Review & Herald, Reprint by Heritage Library, Tenn. 1977), pág. 180.
5. Haskell, Op. cit., pág. 184.
6. Comentaristas modernos como John Hayes, estendem um manto de dúvida sobre o relato de Josefo.
7. Haskell, Op. cit., pág. 186.
8. The Holy Bible; It is Written Seminar Edition (Thomas Nelson Inc., Publishers, Tenn. 1975), pág. 856.
9. Hayes, John & Maxwell, J. Miller. "Israelite and Judaean History (The Westminster Press, Philadelphia, 1977), pág. 577.
10. The Holy Bible: It Is Written Sem. Edition, pág. 858.
11. Ibid.
12. Kagan, Donald: "The Western Heritage" (MacMillan Pub. Co. Inc., N.Y., 1979), pág. 166.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

FUNDAMENTO DE UMA ESPERANÇA

1. INTRODUÇÃO
Nós não sabemos como era Jesus, o filho de um obscuro carpinteiro e de uma modesta dona-de-casa da Palestina do século primeiro de nossa era. Nenhum contemporâneo dele o representou, porque este tipo de arte não existia no mundo palestínico. Só mais tarde, na já Idade Média, os pintores começaram a pintar o seu rosto a partir de uma idealização.
Nela ficava clara a dificuldade de os seres humanos verem Jesus como um homem. Por isto, boa parte dos quadros traz uma auréola sobre a sua cabeça, como a dizer, a indicar a sua diferença dos homens.
Este procedimento tem acompanhado as artes cristãs. No teatro, o mais comum era Jesus aparecer de costas, nunca de frente. Foi o cinema praticamente o primeiro a dar uma dimensão humana a Jesus, com destaque para Pier Paolo Pasolini, que o retratou com um italiano qualquer. Nós nos acostumamos com a imagem de um Jesus europeizado, de pele clara, rosto macio, olhar vago, cabelos lisos e longos e barbas também amplas. Tanto nos acostumamos que achamos bravo demais o rosto que alguns cientistas ingleses apresentaram como sendo o mais provável para o filho de Maria e José. No fundo, nossa imaginação se conforta com a idéia de um Jesus mais divino do que humano.
Como era mesmo o corpo de Jesus, não o sabemos. Nós temos que ficar com a imaginação. Nós que temos que nos conformar com o mistério.
Os contemporâneos de Jesus não tiveram esta dificuldade, mas tiveram outra: a de entender como Deus aquele ser que eles viam como completamente humano, que teve que estudar como todo menino (Lucas 2.52); que, quando adulto, tinha sede (João 19.28) e fome (Mateus 4.2; Mateus 21.18), e que sentia cansaço (João 4.6) e angústia (João 12.27, 13.21) como todo ser humano. Como acontece a qualquer um de nós, quando o fim de sua vida se aproximava, ele admitiu que estava transtornado (João 12.27). Como ver nEle o Emanuel (o próprio Deus conosco), se chorou porque um amigo morreu (João 11.35) ou porque a sua cidade o recusava (Lucãs 19.41)? Eles não o receberam como Deus, mas apenas como uma pessoa qualquer (verso 11). Seus irmãos de sangue não viram nada de especial nele. Nem sequer perceberam que o seu irmão mais velho nunca pecou (2Coríntios 5.21). Sim, embora tenha passado por todo tipo de tentação, Jesus não pecou (Hebreus 4.15).
Ninguém explicou melhor este mistério do que os autores do Evangelho de João e da Carta aos Filipenses, que escreveram magistralmente:

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.
O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.
E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.
(João 1.1-5, 10-14)

Cristo Jesus (...), subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
(Filipenses 2.5-8)

2. PARA ENTENDER A ENCARNAÇÃO
Encarnação é a palavra que a teologia criou para expressar o itinerário de um Deus Absoluto que se torna homem, com todas as suas limitações, mas sem deixar de ser Deus, com toda a sua perfeição.
A encarnação de Deus é um mistério e um paradoxo. A encarnação é um desafio à razão que nos convida à fé e um desafio à fé que nos convida a pôr em cena toda a nossa capacidade de imaginar e pensar. A fé nos abre a porta do mistério. A razão nos põe na ante-sala do paradoxo. Para aceitá-la, precisamos crer no incrível amor de Deus e aceitar o Novo Testamento como a fonte de nossa reflexão sobre a ação de Deus na história. Só por amor a nós Jesus Cristo abriu mão de sua divindade para experimentar a nossa humanidade. (Sim, Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. -- João 3.16). Só o Novo Testamento nos abre as páginas para entender a grandeza deste gesto, que extrapola os limites da mente humana, ao narrar a experiência da união da plena divindade e da plena humanidade, possibilitada pelo nascimento virginal de Jesus e que possibilita a nossa readmissão à condição de filhos de Deus (Vindo a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. Então, porque somos filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: "Aba!" (Pai!] De sorte que já não és escravo, porém filho; e, sendo filho, também herdeiro por Deus. (Gálatas 4.4-7)
Como, entender, a encarnação, à luz da fé e do Novo Testamento?
Nossa primeira dificuldade é entender como o Espírito se torna carne. A razão não consegue explicar o processo ao qual poderíamos chamar de inseminação espiritual e pelo qual Maria foi fecundada. Ao longo da história do Cristianismo, várias respostas equivocadas vêm sendo dadas. Como ainda são repetidas, precisamos corrigi-las. Por isso, precisamos afirmar que:

1. Jesus não foi um ser resultante da reencarnação de um profeta do passado. Diferentemente do que ensinam todos os espiritismos, do hinduísta ao kardecista, Jesus não foi uma reencarnação de Elias ou de algum outro profeta. Os espiritismos ensinam que o processe da reencarnação termina quando a alma alcança o estado da perfeição e mergulha de novo na alma universal. Jesus desmente a reencarnação: Ele não evoluiu aqui na terra, porque já nasceu perfeito. Segundo o Novo Testamento, Ele não foi gerado por alguma alma transmigrada, mas diretamente pelo Espírito Santo.

2. Jesus não foi um ser resultante de um processo evolutivo e ao final do qual alcançou o "status" de Deus. Para os adocionistas, Jesus foi adotado pelo Pai e se tornou Deus, embora não o fosse em sua origem. Neste sentido, como criam os imperadores romanos a respeito de si mesmos, todos os seres humanos podem alcançar a divindade. Esta "fantasia" está em contradição com o que ensina o apóstolo Paulo, especialmente em Filipenses 2.5-11. Ele era Deus a eternidade e continua Deus.

3. Jesus não foi um ser humano com a aparência de Deus. Diferentemente do que prega o docetismo, Jesus não apenas parecia homem; Ele o era. Como insiste o autor de 1João 4.2-3, precisamos crer que Jesus veio em carne ao mundo, embora muitos se recusem a aceitar esta evidência (2João 7). Os evangelhos falam mais da humanidade do que da divindade de Jesus. A fórmula paulina é prefeita: nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade. (Colossenses 2.9)

4. Jesus não tinha uma dupla personalidade, a divina e a humana distintas. Diferentemente do que propuseram alguns pensadores antigos, Jesus não era um Deus habitando um corpo humano (apolinarismo), nem que em Jesus participavam duas pessoas: uma humana e outra divina. Antes, Ele era uma só pessoa, referindo-se a si mesmo sempre como "eu", jamais como "nós".

5. Jesus não era um ser híbrido, formado de uma fusão entre suas duas naturezas como acontecem com os ingredientes de um bolo. Diferentemente do que pregavam os monofisistas (ou eutiquianos), Jesus era totalmente Deus e totalmente homem. A divindade de Jesus e a humanidade de Jesus permaneceram intactas (preservadas). O que ocorreu é que Ele abriu mão voluntariamente do uso independente dos seus atributos divinos; só os usava em dependência com o Pai.

6. Jesus não foi um ser criado por Deus. Diferentemente do que ensinaram os arianos no passado e erram seus herdeiros no presente como os Mórmons (para quem Jesus não é um membro da Trindade, mas antes a primeira das criações do Pai) e as Testemunhas de Jeová (que ensinam que Jesus foi a mais elevada e a primeira de todas as criações do Pai e como tal criou todas as demais criaturas; como escreveu Charles Russell, "Jesus, pelo poder de Jeová e em seu nome, criou todas as coisas -- anjos, principados e poderes -- bem como toda a criação terrena".), Jesus mesmo afirmou a sua eternidade, ao dizer: Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU. (João 8.58) No Apocalipse, Ele se declara o Alfa e o Ômega (Apocalipse 22.13), isto é, o Princípio e o Fim. Sim, no princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. (João 1.1-2)

3. PARA VIVER A ENCARNAÇÃO
A afirmação de fé em Jesus Cristo como completamente Deus e completamente homem, pode ser expressa da seguinte forma:

ENCARNAÇÃO
(João 1.1-14; Filipenses 2.5-8)

No princípio era Deus,
plácido no prazer do portal da plenitude
e também Deus
ávido pela companhia dos filhos
submetidos às solidões de si mesmos
e ainda Deus
tornado Palavra propulsora da luz e do sentido
habitante no tabernáculo das perguntas
tenda de glória, graça e verdade
abrigo dos limites da humana vontade
(como a dizer
"Para que ser Deus
na distância dos homens?
Humano também serei
para lhes ser o caminho")
e ainda mais Deus
novamente recusado
mas sem se recusar a pagar o preço de ser humano
o preço da cruz do abandono
a mesma cruz do reencontro
dEle conosco
nossa com Ele
dEle e nossa com o Pai
que O levou ao seu colo
onde também nos põe.

Esta crença é, ao mesmo tempo, convite e certeza, confiança e esperança.
1. A primeira atitude daquele que recebe a notícia que Ele veio em direção ao ser humano para torná-lo filho de Deus é aceitar este esforço. A encarnação de Deus em Jesus Cristo possibilitou que Ele morresse no lugar do homem, que pode receber sentido para sua vida, em termos de paz, liberdade e alegria, sem ter que morrer para isto.
Ainda hoje há infelizmente pessoas que tornam atual a informação de João. Jesus veio para o que era seu, e os seus não o receberam (verso 11). Elas não querem ser filhos de Deus, ao não receber a Jesus como seu Salvador e Senhor. Felizmente, há os que O recebem. A estes, Ele torna prazerosamente filhos de Deus (verso 12). Estes são aqueles que nascem não do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus (verso 13). Deus lhes dá uma nova natureza, a natureza de filhos de Deus. Jesus Cristo nasceu e morreu para tornar possível este convite, sempre renovado na Bíblia e na proclamação. Filho de Deus é aquele que tem certeza de sua redenção.

2. A segunda atitude, conseqüente à primeira, é agradecer a Jesus Cristo por sua decisão. Sua encarnação, desde que aceita por nós, nos dá vida e luz. Afinal, a vida estava nele e a vida era a luz dos homens (verso 4).
Por causa da encarnação, a vida que estava nEle está também em nós, a luz que Ele era também ilumina os nossos caminhos. Sem Ele, não teríamos vida. Sem Ele, não saberíamos onde e por onde caminhar.

3. A terceira atitude é viver de um modo coerente com esta decisão de Jesus. Ele assumiu sua humanidade e não fugiu da história. Jesus Cristo é o mais completo exemplo da encarnação, no sentido de se comprometer com o mundo em que viveu, não para ser moldado por ele, mas para mudá-lo. Um cristianismo que foge do mundo é absolutamente desobediente ao modelo de Cristo e completamente inútil, servindo apenas para ser pisado e jogado no lixo.
Se nós estamos nEle, devemos andar como Ele andou, ensina-se 1João 2.6. E o que aprendemos com Ele? Que Ele abriu de sua exclusividade divina para ser humano. Por que, então, somos são orgulhosos de nossa salvação e de nossa santidade? Por que, então, em lugar de ir ao mundo, como Ele fez, queremos que o mundo venha a nós?
A encarnação, portanto, nos adverte que ser cristão é viver assumidamente na história como uma exigência da fé e não tentar fugir dela. Deus está no mundo.

4. A terceira atitude é manter (e viver por ela) a certeza de sua presença conosco, agora por meio do Seu Espírito. Porque o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade e porque, como ensina a Bíblia, vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai, podemos confiar que Ele está conosco, porque sua glória não se dissipa como a neblina, antes se adensa por Seu poder e graça.

4. CONCLUSÃO
Somos convidados a aceitar a Encarnação para nós. Somos convidados a afirmar a divindade e a humanidade de Jesus, segundo o ensino do Novo Testamento.
Somos convidados a viver a Encarnação, seguindo o modelo de Jesus Cristo.

PROMESSAS DE LIBERTAÇÃO

O Messias havia sido por longo tempo anunciado, profetizado e aguardado. Ao longo dos séculos que antecederam o nascimento de nosso Senhor Jesus, Deus enviou profetas para ensinarem, advertirem e conduzirem Seu povo nos caminhos verdadeiros. Da boca desses profetas saiam palavras de muita esperança e conforto, que animavam o coração daqueles que criam em Deus.

Isaías foi um profeta que transmitiu algumas dessas lindas e preciosas promessas de libertação. Ele escreveu: “Eis que a virgem conceberá e dará a luz a um filho e lhe chamarão Emanuel.” Isaías 7:14

Emanuel significa “Deus connosco”. O nascimento virginal de Jesus nesta terra, não tinha outro significado a não ser Deus, assumindo a forma humana para estar connosco.

No capítulo 9 do livro de Isaías e versículo 6 lemos: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, o governo está sobre Seus ombros; e o Seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”. Como grande libertador, Jesus haveria de trazer paz a todos os que andavam oprimidos pelo pecado.

E sobre aqueles que aceitassem a salvação e o perdão do Libertador nos é dito: “Assim voltarão os resgatados do Senhor e virão a Sião com júbilo e perpétua alegria lhes coroará as cabeças; gozo e alegria alcançarão e deles fugirão a dor e gemido”. Isaías 51:11

Este verso nos faz pensar numa cena que é muito comum nos nossos dias; assistir pela TV pessoas e famílias envolvidas com sequestro e resgate de alguém muito especial. Paga-se o preço estipulado e a pessoa é posta em liberdade. Momentos de emoção, e profunda alegria marcam o reencontro com a família e os amigos.

Este fato, hoje tão corriqueiro, é uma ilustração do que Deus deseja operar em nosso favor. Um inimigo nos raptou e um preço foi estabelecido.

Jesus se ofereceu a pagar com Sua própria vida o preço do nosso resgate. Seu sangue inocente, a Sua vida pura, foram suficientes para pagar o alto preço que o pecado impôs. Deus espera que haja um reencontro feliz, cheio de alegria, daquele que foi resgatado com seu Libertador.

Num dos mais encantadores salmos, David conclui sua linda poesia dirigindo-se ao Senhor como “sua rocha e seu Libertador”. Salmo 19:14. A afirmação de Jesus ser Salvador, Libertador, Redentor, é encontrada em toda a Bíblia.

Estamos falando em libertador e libertação, porque há escravizador e escravo. Deus criou o homem para ser livre e exercer a faculdade da livre escolha.

Satanás com sua astúcia enganou Adão e Eva, que se tornaram escravos do pecado. Esta condição passou a todos os descendentes da humanidade. E sob o estado de pecaminosidade, o homem é nada mais do que um servo do pecado e de Satanás.

Mas Deus não criou a Terra e o homem para estarem debaixo do domínio escravizador do diabo. Mesmo o homem tendo pecado e mesmo o pecado tendo passado a todos quantos nasceram neste mundo, Deus formulou um plano para libertação.

Mas até que Jesus viesse cumprir esse plano, muitos séculos se passaram. Porém a promessa deveria permanecer vívida na mente de todos aqueles que esperassem a libertação de seus pecados.

Para isso o Senhor Deus estabeleceu um sistema através do qual, os homens se lembrariam que eram pecadores e que por isso deveriam morrer. Mas acima de tudo, esse sistema apontaria para a misericórdia de Deus.

Em seu grande amor Deus providenciou um substituto para morrer em lugar do pecador e assim sua esperança de continuar vivendo era reafirmada.

Esse esquema é conhecido como sistema sacrifical.
Deus determinou que até que Cristo viesse a este mundo, um cordeirinho sem mancha deveria morrer todas as vezes que alguém pecasse. Isto era uma constante lembrança da terrível consequência do pecado e ao mesmo tempo apontava para Jesus, que haveria de vir e morrer, pagando com sua vida justa e pura, sem pecado, o preço exigido para a salvação da raça humana.

A assim aconteceu! Durante anos, séculos e milénios, milhares e milhares de inocentes cordeiros foram imolados, até que Jesus, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, foi sacrificado. Ele pagou o preço de nossos pecados e pode nos livrar, nos libertar completamente.
Jesus é o grande libertador. Mas, como entender esta libertação?
É muito simples:
Morrendo por nós na cruz, Jesus nos libertou da penalidade do pecado.
O pecado trouxe a pesada sentença de morte para a humanidade. Jesus nos libertou dessa condenação, dessa penalidade, dando-nos novamente a garantia de uma vida eterna.

Vivendo em nosso coração, Jesus nos liberta do poder do pecado. “Porque a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos é o poder de Deus.” I Coríntios 1:18.

E ao Jesus voltar nas nuvens dos céus, Ele nos libertará da presença do pecado. E diz a Palavra do Senhor: “E Deus limpará dos seus olhos toda a lágrima; e já não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque as primeiras coisas são passadas.” Apocalipse 21:4.

O melhor de tudo é que esta libertação nos é oferecida gratuitamente.
Quando aceitamos o sacrifício de Jesus no Calvário, no mesmo instante somos libertos da penalidade do pecado. “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor”, Romanos 6:23

Enquanto estivermos ligados a Jesus pela fé, Ele nos livra do poder do pecado, pois a Palavra do Senhor diz: “E lhe porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos pecados deles”. Mateus 1:21

E, finalmente, quando Jesus regressar para libertar definitivamente Seu povo, Ele nos levará para o Lar Eterno e então seremos para sempre libertos da presença do pecado, pois a Palavra de Deus completa dizendo: “E assim estaremos para sempre com o Senhor”. I Tessalonicenses 4:17

Você gostaria neste momento de abrir seu coração e aceitar Jesus como seu Salvador pessoal e pedir a Deus que através do Espírito Santo, Jesus habite em você a fim de que ao Jesus regressar você também possa ir com Ele para o Céu e ser para sempre liberto do pecado?

Olhe para Jesus agora, entregue a ele o seu coração e sinta-se liberto em Jesus. Foi por você que Ele morreu.. .

Jesus é o amigo poderoso para lhe tornar vencedor.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Quando Deus Diz: Espere!

João - 11 - 1 : 7
ler 34-36, 39-40 e 43.
vv. 5/6 – “Embora Jesus gosta muito de Marta,Maria e Lázaro, ainda ficou onde esta dois dias seguintes, depois de receber notícias da doença”...
-Ou seja, Marta, Maria e Lázaro tiveram que esperar... e, esperar, talvez, seja o exercício mais difícil da vida cristã, especialmente quando estamos enfrentando alguma adversidade na vida.
-Entretanto a espera faz parte da vida: alguns esperam por um casamento que lhe traga amor e realização. Outros esperam que seu futuro financeiro e profissional se resolva através da carreira. - Espera-se pela casa própria. Espera-se pelo ingresso na faculdade. Espera-se pela mudança de comportamento das pessoas, ... pela atuação mais eficaz dos governantes ... por uma Justiça que resolva mais rápida e honestamente as pendência judiciais ..... enfim, esperamos! Esperamos inclusive por uma resposta de Deus que dê sentido à provação que as vezes enfrentamos....e, este foi o caso de Marta, Maria e Lázaro.
-E o mais interessante disso é que no auge da aflição porque passamos, e quando não recebemos qualquer resposta divina, sentimos como se algo tivesse errado conosco, ... porque a gente pressupõe que se tudo estivesse certo, então os desejos do nosso coração seriam satisfeitos.
-Ou seja, relacionamos o tempo ESPERAR com a incapacidade de trabalhar os problemas e franquezas que, segundo o sentimento humano, que é equivocado, forçam o SENHOR a nos abandonar...
-Assim irmãos, no momento de maior angustia, quando somos forçados a esperar ... nós precisamos de perspectivas!!! - E “perspectiva” diz Aurélio é: uma probabilidade, é a esperança de um fato acontecer, é a qualidade do que é provável. - Então, o nosso único recurso é correr à Palavra de Deus, pois ela contém a perspectiva correta que precisamos. Ou seja, a Bíblia estabelece relação entre espera – esperança e graça.
-ABRAÃO esperou para ser o Pai das Nações. NOÉ, primeiramente, esperou cair chuva do céu e depois esperou que ela casasse. MOISÉS esperou 40 anos para deixar de pastorear ovelhas e assumir a condição de comandante do Povo Israelita. JACÓ trabalhou 14 anos, esperando durante todo esse tempo para casar com sua amada Raquel.
-E talvez um dos melhores exemplos encontrados na Palavra de Deus, de que devemos ter perspectiva na espera é o texto que nós acabamos de ler em João capítulo 11.
-O lar de Marta e Maria era muito hospitaleiro. Ali Jesus sempre se hospedava quando estava na região. Supõe-se que Lázaro era um homem rico e que ajudava no sustento do ministério de Jesus. E o texto deixa claro que Marta e Maria tinham muita fé em Jesus e criam em Seu Ministério. E isso fica patente quando elas mandam chamá-lo para vir em socorro do irmão Lázaro.
-Diz o texto que Lázaro adoecera gravemente. E talvez Marta e Maria achassem que sendo Lázaro um amigo querido e íntimo de Jesus, este viria imediatamente para cura-lo:
vv. 3-6 “Por isso as duas mandaram um recado a Jesus, dizendo: “Senhor, seu amigo íntimo esta doente, bem doente mesmo. Mas quando Jesus ouviu isso disse: o propósito da doença dele não é a morte, mas sim a glória de Deus. Eu o Filho de Deus serei glorificado com este caso. Embora Jesus gostasse muito de Marta, Maria e Lazaro, ainda ficou onde estava os dois dias seguintes depois de receber a noticia da doença”.
-Você consegue imaginar esta situação? O texto está dizendo que mesmo sabendo do fato, JESUS permaneceu ainda dois dias onde estava! ...... Do ponto de vista de qualquer pessoa, isto é um contra-senso! Porque nós equacionamos as nossas aflições do seguinte modo: Se estou sofrendo, DEUS precisa correr em meu socorro.
-Ou seja, para nós a espera não traz nenhuma perspectiva, nenhuma esperança!! ... E é exatamente aí que nos enganamos.
-Por que Jesus não tomou uma atitude imediata a favor de Lázaro, já que amava tanto a família? .... É muito complicado para o ser humano entender que, a partir do momento que pedimos auxílio, DEUS já inicia uma obra, que sempre é mais abrangente do que imaginamos e que, apesar de NOS FORÇAR A UMA ESPERA, vai redundar em bem para o nosso espírito, edificação para muitos e glória para Deus!
-Imagino que Marta e Maria tenham passado momentos de desespero esperando a chegada de JESUS. Podemos visualizar uma delas cuidando do irmão, sofrendo pela sua enfermidade fatal, enquanto a outra corria até os portões de entrada da cidade para ver se Jesus vinha pelo caminho. E depois, ambas se revezavam . enquanto isso Lázaro piorava.
-E JESUS NÃO APARECEU! Por que? Será que a mensagem não chegou a Ele? Quantas vezes Ele se hospedou na casa da família e recebeu carinho, atenção e cuidado dos três irmãos... Por que agora, numa hora tão crucial, JESUS não aparecia, não vinha socorrer os amigos que lhe foram tão fiéis?
-Certamente você já experimentou a frustração de esperar por algo ou por alguém. Certamente você que esta aqui hoje tem aguardado uma resposta de oração que ainda não foi atendida. E quem sabe você já deve ter perguntado ao Senhor: “Por que Deus? Por que essa espera? ... E a dúvida surge na sua mente e no seu coração.
-Diz o texto que Lázaro morreu! Talvez numa manhã, uma das irmãs ao entrar em seu quarto encontrou-o morto em sua cama. Sem dúvida, nessa hora, essas mulheres sentiram um vazio de dor, desapontamento e desilusão. As esperanças terminaram. Tudo tinha acabado. - E com certeza, envolvidas num monte de pensamentos tristes, havia um em particular que a cada instante retornava às suas mentes: Por que JESUS não veio?
-E quantas vezes pensamos assim? Como um Deus de bondade pode ficar de braços cruzados diante de tantos sofrimentos, dor e tristeza? Quanto tempo tenho que esperar que a manifestação divina aconteça? .....
-Contudo, no decorrer da narrativa de João no capítulo 11, percebemos que JESUS estava completamente comprometido com o problema de Lázaro e sabia precisamente tudo o que deveria fazer e o que estava por acontecer.
-A Bíblia afirma que JESUS se alegrou com a more de Lázaro! ... E você pode se perguntar: Como Jesus pode ficar contente com a morte de um amigo e com a dor que a família estava atravessando?
-E esta pergunta reflete novamente, como não conseguimos perceber o objetivo divino de alcançar um alvo mais elevado, mesmo que por um breve tempo. Ou seja, assim como Maria, Marta e Lázaro, tenhamos também que sofrer e esperar...
-vv. 34-36: “Onde é que ele está sepultado? perguntou. Eles disseram: Venha ver. As lágrimas vieram aos olhos de Jesus. “Eles eram amigos íntimos” disseram os judeus. “Vejam como gostava dele!”
-Amados irmãos e amigos tenham absoluta certeza do amor de Deus e de Seu interesse e empenho em ajudá-lo quando você estiver passando por tribulações e provações!
-Há duas realidades que nunca podemos nos esquecer quando estamos em tribulação: 1 – Deus é sensível ao que sentimos! 2 – Seja qual for o processo que Deus tenha que executar para alcançar seus alvos mais profundos e elevados, o resultado será sempre em nosso benefício! ........
-Mas Pastor afinal de contas, quais eram esses alvos tão elevados que Jesus queria atingir e que expôs seus amigos a uma dor tão cruel?
- No versículo quarto encontramos o primeiro alvo: PARA A GLÓRIA DE DEUS. Nos versículos 41-42 encontramos o outro: PARA QUE CREIAM QUE TU ME ENVIASTE. - Ou seja, a oportunidade de glorificar a Deus e comunicar a pessoas incrédulas Sua Divindade era o objetivo de Jesus, com a morte de Lázaro.
-Lázaro morrera e fora sepultado há quatro dias. E isso ocorreu, segundo o plano de Deus, para que toda atenção ficasse voltada para Ele e Seu Filho JESUS. ... Da mesma maneira que por determinação divina do Pai, JESUS fosse crucificado e declarou-se parte de um plano que precisava ser cumprido, mesmo que isto exigisse a sua própria morte.
-Por isso a Palavra de Deus diz aos nossos corações hoje que os Sofrimentos, lutas, provações e tribulações é a maneira pela qual DEUS traz honra e glória para Seus filhos. E o apóstolo Paulo testifica isso em II Coríntios 4:17-18:
(Confira este texto em sua bíblia):
“Estes nosso sofrimentos e aflições, afinal de contas, são bem pequenos e não durarão muito tempo. Entretanto, este curto tempo de angústia resultará na mais rica benção de Deus sobre nós para todo o sempre! Portanto, não olhamos para aquilo que podemos ver atualmente, as dificuldades que nos rodeiam, mas olhamos para a frente, para as alegrias do céu que nós ainda não vimos. As aflições logo desaparecerão, mas as alegrias futuras durarão eternamente”
-E quando lemos este texto a impressão que fica é que cada cristão tem um conta eterna, onde “glória” pode ser depositada e aplicada na equivalência de nossos sofrimentos terrenos.
-vv. 39-40: “Rolem a pedra para um lado” disse Jesus. Porém Marta, a irmã do morto, falou: “Mas o mau cheiro será terrível, porque ele esta morto há quatro dias”. “Eu já não disse que se crer, você verá um maravilhoso milagre de Deus?” respondeu Jesus. - v. 43: Então Jesus gritou bem alto: “Lázaro, venha para fora!” v. 44-45: E Lázaro veio – preso com faixas e com o rosto envolto num pedaço de pano. Jesus disse: Desamarrem as faixas e deixem que vá embora. Assim, muitos dos judeus que estavam com Maria e viram isto acontecer, finalmente creram NELE!”
- A pedra foi tirada e então se manifestou a glória de Deus naquela situação, E MUITOS CRERAM EM JESUS!!
-Quais são as pedras que bloqueiam a atuação de Deus a fim de que Ele manifeste suas glória nas aflições, dores e dificuldades da sua vida?
-Nas aflições da vida você tem duas opções: Confiar que Deus receberá glórias nisso, ou, fixar seu olhar na pedra que esta diante de você. E é você quem faz a escolha!
-Por isso enquanto você ESPERA você precisa ter fome da Palavra de Deus, porque ela é a sua Perspectiva a sua Esperança de vida.... Enquanto você ESPERA uma resposta de oração você precisa suplicar: “Espírito Santo vem me guiar.