quarta-feira, 13 de abril de 2011

A GRAÇA DIVINA NA VIDA DO PECADOR IMPENITENTE

Texto bíblico: Génesis 4:1-16 1. Existem pessoas que não reconhecem a graça de Deus no Antigo Testamento. 2. Há quem declare que a graça manifestou-se apenas no Novo Testamento. 3. Outros defendem que no Antigo Testamento Deus impunha uma religião legalista, sem misericórdia, sem amor e sem compaixão. 4. Por fim, os que não admitem a comiseração de Deus – sentimento de piedade pela infelicidade de outrem – no Antigo Testamento. I. Uma Oferta a Jeová. “O Senhor dera a Caim e Abel instruções relacionadas com o sacrifício que deveriam trazer-Lhe. Abel, guardador de ovelhas, obedeceu à ordem do Senhor e trouxe um cordeiro como oferta. Esse cordeiro, ao ser morto, representava o Cordeiro de Deus, que seria morto pelos pecados do mundo. Caim trouxe como oferta o fruto da terra, a sua própria produção. Não estava disposto a depender de Abel quanto a uma oferta. Não lhe pediria um cordeiro. Pensou nas suas próprias obras perfeitas, e estas apresentou a Deus. ...” Cristo Triunfante, 2002, p.35 (Meditações) 1. Deus pediu uma oferta e especificou. Só não é dito se eles construíram um altar. No entanto, o sacrifício seguinte que é referido, refere um altar (Gén. 8:20). 2. O sistema de ofertas e sacrifícios foi introduzido por Deus quando o homem foi expulso do Jardim (E.G.White, PP. 54-58). 3. Os vs. 3-4. Revelam que Caim sabia que estava a fazer mal ao apresentar uma oferta que Deus não pediu. Ele foi instruído que o sangue representava o sangue do Filho de Deus que seria derramado pela expiação dos pecados. 4. Ao seguir a orientação divina de sacrificar um cordeiro pelos seus pecados, ele teria mostrado lealdade a Deus, autor do sistema de sacrifícios, teria expressado fé no plano da redenção: Heb. 11:4. 5. Caim reconheceu parcialmente os direitos de Deus sobre ele. Há em primeiro lugar uma revolta contra o pedido de Deus. Há uma recusa de reconhecer-se como pecador e necessitado de um Salvador. 6. A sua oferta não representava penitência pelo pecado: Heb. 9:22. 7. Caim reconhecia a existência de Deus e o Seu poder para dar ou para reter as bênçãos terrenas. Sentia que era proveitoso viver em boa relação com a Divindade. Considerou que esta oferta era suficiente para apaziguar a ira de Deus. Que tipo de carácter tinha desenvolvido Caim? II. O Carácter de Caim: “…mas Caim e a sua oferta” (Génesis 4:5) 1. Prepotente: Vemos como Caim se vê, vê o seu irmão e como vê Deus. 2. O sacrifício não é aceite por Deus, sente o orgulho ferido e a sua arrogância transparece. Caim percebeu a ausência de um sinal visível do agrado de Deus e da aceitação da sua oferta. 3. “Pelo que irou-se Caim fortemente,” pode dizer-se “ira = arder”. Sentiu um poderoso ressentimento contra o seu irmão e para com Deus. 4. A conduta de Caim exemplifica o pecador impenitente cujo o coração não é subjugado. Quando percebe que não é aceite, torna-se ainda mais rebelde. Caim não ocultou os seus sentimentos. O seu semblante “descaiu-lhe”. Frustração, desagrado e ira. 5. Presunçoso: Presunção é o acto de supor algo, pretensioso. Caim ouviu a orientação de Deus (Génesis 4:6-7) e sem dizer uma palavra saiu com a pretensão de cometer fratricídio (Génesis 4:8). Assassinou o seu inocente irmão. 6. Displicente: Pessoa que revela desinteresse. Deus conversa com Caim duas vezes. A primeira para orientá-lo antes de matar o seu irmão (Génesis 4:6-7), ele nada respondeu. A segunda para convidá-lo à reflexão depois de derramar sangue inocente (Génesis 4:9), ele revela desinteresse por Deus. 7. Incorrigível: Alguém que não se sujeita a correcção, embora seja para seu bem. Caim questiona Deus pelas consequências de seu próprio pecado, insinuando que Deus é injusto. III. O Carácter de Deus: como Deus vê Caim. 1. Compaixão: Deus vê Caim triste e compadece-se dele (Génesis 4:6-7). * “Então Deus perguntou a Caim: Porque te iraste? Quem fala é Deus (ver vs. 14-16). Deus continua a aproximar-se pessoalmente dos homens depois de terem sido expulsos do Jardim. 2. Bondade: Depois que Caim mata o irmão, Deus ainda se aproxima dele com bondade, fazendo uma pergunta que certamente Caim sabia a resposta (Génesis 4:9). * A recusa da oferta por Deus, não significa necessariamente a recusa de Caim. Deus, com compaixão, (misericórdia e paciência), estava pronto a dar-lhe outra oportunidade. * Apesar de lhe mostrar o desagrado ao recusar a oferta, apresenta-se diante do pecador para falar, aprofundar as razões, para persuadir do erro do seu proceder. * Deus falou a Caim como a um menino caprichoso, na intenção de o ajudar a compreender a verdadeira motivação que assaltava o seu coração como um animal feroz. 3. Amor/Disciplina: “Que fizeste?” Não tendo tido resultados no trato suave, Deus procedeu de forma directa; fazendo compreender Caim o crime que tinha cometido. “Que fizeste?” implica que Caim tinha plena consciência do seu acto. * Abel é um tipo de Cristo. Também Jesus, ao vir ao mundo como “parente” da humanidade, foi recusado e morto pelos seus irmãos. (v.10) Deus faz cair o castigo maior sobre a terra e não sobre Caim (Génesis 4:10-12). Caim continua com vida e saúde por muitos anos! 4. Graça: Deus não elimina Caim, embora o salário do pecado seja a morte: o do Cordeiro ou de quem não aceitou o Cordeiro. Embora Deus revelasse justiça se tirasse a vida de Caim para não perpetuar suas características, Ele coloca um sinal de protecção “para que não o ferisse quem quer que o encontrasse” (Génesis 4:15). Caim saiu ingrato da presente graça de Deus a fim de seguir sua própria vida de pecado! Conclusão: 1. Deus ama mesmo aqueles que não merecem ser amados. Ter uma audiência com Deus, estar em Sua presença e sentir Seu amor nem sempre resulta numa transformação de vida. 2. Deus protege mesmo aqueles que O ignoram. A protecção de Deus é incondicional, mas nem sempre é reconhecida. 3. Deus aconselha mesmo aqueles que O desprezam. Os conselhos de Deus são bons, mas nem sempre são considerados. 4. Deus oferece Sua preciosa graça mesmo sabendo que o beneficiado O rejeitará. A graça de Deus é infinita, mas não irresistível.

Sem comentários: